Tem vários escândalos na praça. Escolha o que lhe interessa mais.
O mais apimentado é o que trata das idas de Palocci à alegre mansão da chamada República de Ribeirão Preto frequentada por ex-assessores dele e graciosas meninas de Jeanny Mary Corner
O mais repulsivo é a quebra do sigilo bancário do caseiro à revelia da Justiça. Se fazem isso há sete meses das eleições o que não farão às vésperas delas se a reeleição de Lula estiver ameaçada?
O escândalo mais grave, e o que menos chamou a atenção até agora, foi o comportamento do ministro Edson Vidigal, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Vidigal foi assessor de imprensa de José Sarney quando esse era governador do Maranhão no final dos anos 60. Deve a Sarney a indicação para ministro.
Na última quinta-feira, concedeu liminar ao PMDB de Sarney e de Lula contra a realização, hoje, das prévias que escolheriam o candidato do partido a presidente da República.
Serviu a Sarney e a Lula, que não queriam as prévias porque querem o PMDB aliado do PT nas próximas eleições. Mas o escândalo não reside nisso.
Na sexta-feira, Vidigal voou para Imperatriz, no Maranhão, e ali se lançou candidato ao governo do Estado em entrevista à TV Difusora. Até escalou sua vice - uma deputada do PT.
Ao saber que sua liminar havia sido revogada por outra, voltou às pressas para Brasília. Ontem, deixou o dia passar. E somente à noite restabeleceu sua liminar e proibiu as prévias.
A direção do PMDB ficou sem tempo de tentar obter uma nova liminar para garantir as prévias.
Vidigal conversou com Lula para entrar no PT. Deve entrar no PSB para com o apoio do governador José Reinaldo, desafeto da família Sarney, disputar a sucessão dele.
Como pode julgar com isenção política quem alimenta sonhos políticos de curto prazo e que dependem do apoio ou da boa vontade do presidente da República?
Como o chefe do segundo mais importante tribunal do país pode se sentir à vontade para influir no destino do partido que no futuro imediato deverá ser adversário de sua candidatura?
Gilles Gomes de Araújo Ferreira
domingo, 19 de março de 2006
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