A edição n.º 48 da revista Primeira Leitura trouxe a resenha de um livro que analisa as relações entre a esquerda mundial e o "islamofacismo", (Unholy Alliance, Livraria Cultura).
"Se nos anos 1930 o pacto entre nazistas e comunistas causou espanto, o grande fenômeno da atualidade é a coalizão da esquerda mundial - atéia, feminista, teoricamente a favor da livre expressão e dos direitos humanos - com o islamismo militante, em tudo oposto a tais conceitos", diz o texto, assinada pelo brilhante Hugo Estenssoro.
Como foi publicado num post anterior, já em 1990 os muçulmanos já reclamavam de uma perseguição. A nós sempre foi apresentada a versão da pobre família muçulmana que emigrou do Oriente Médio e do Norte da África em busca de liberdade e melhores condições para sua família tendo que lutar contra uma Europa xenofóbica e uma direita americana racista.
Porém, desde 11 de setembro esse quadro começou a ruir. Havia sim pessoas que imigravam com o único intuito de destruir as bases dos países que os acolheram. Esqueça a tal busca pela liberdade. Os muçulmanos querem hoje uma continuidade do totalitarismo árabe em países ocidentais. Em outras palavras, querem ser muçulmanos, mas querem ter o dinheiro que só o Ocidente pode oferecer.
Uma pesquisa recente feita na Inglaterra e divulgada pelo The Sunday Telegraph mostra que 40% dos muçulmanos daquele país querem ver a sharia introduzida nas leis inglesas. Pra quem não sabe, a sharia é aquele estrito código religioso que é usado pelo Direito nos países islâmicos.
A sharia manda não comer carne de porco, proíbe as mulheres de trabalhar, permite que os maridos espanquem suas esposas, pena de morte para relações sexuais fora do casamento.
A mais recente maifestação dessa vontade ocorreu durante a tal crise das charges do Profeta Maomé. A Liga Árabe chegou a apresentar uma resolução na ONU colocando a blasfêmia como crime internacional.
"Seria uma catástrofe para a esquerda se nos curvássemos perante a caça às bruxas e déssemos as costas para a comunidade muçulmana", diz Lindsey German, líder da Coalizão Parem a Guerra. "Quando socialistas e comunistas se uniram aos judeus em Londres nos anos 30 para resistir ao facismo, eles assim o fizeram porque perceberam que se não defendermos aqueles que estão sendo atacados hoje, seremos nós que estaremos sob ataque amanhã". Alguns comentaristas estrangeiros chegam a dizer que os muçulmanos possivelmente serão as vítimas de um "Novo Holocausto" na Europa.
As charges do jornal dinamarquês Jyllands-Posten foram consideradas exemplos cabais de "racismo cultural" que "legitima perseguições e em último caso, violência". Ou seja, criticar o Islã passou a ser expressão do racismo.
Há exatos 5 anos, em 09 de março de 2001 os talibãs explodiram a cabeça da maior das estátuas dos Budas de Bamiyan. Naquela época, nenhum líder muçulmano apareceu para falar de multiculturalimo ou liberdade religiosa.Em setembro do ano passado uma turba invadiu uma aldeia cristã de 300 pessoas na palestina, saquearam, roubaram e queimaram imagens da Virgem.
Os soldados americanos e britânicos são instruídos para demonstrar respeito pelos costumes e práticas muçulmanos. Se é verdade que há uma "cruzada contra o Islã" porque permitimos que eles pratiquem sua religião em nossos países, ainda que seus dogmas contradigam muitas das leis que regem as democracias? O politicamente correto é tão forte que até o Partido Republicano (EUA) e o Partido Conservador (Reino Unido) ficam receosos em publicar mensagens celebrando o Natal e a Páscoa, a fim de não ofender os muçulmanos. A polícia inglesa e a BBC (argh!) têm normas internas que proíbem o uso das palavras "muçulmano" e "terroristas" numa mesma frase. No caso da TV pública esquerdista, "terrorista" é uma palavra que sequer pode ser usada. Na França, eles podem inclusive ser poligâmicos, uma norma exclusiva para fiéis do Islã.
Esse não parece o retrato de uma minoria perseguida.
Gilles Gomes de Araújo Ferreira
quinta-feira, 9 de março de 2006
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