Gilles Gomes de Araújo Ferreira

quinta-feira, 30 de março de 2006

Lula sabia?

Lula sabia.

Foi o que publicou Cláudio Humberto no dia 29/03:

"Lula estava em Florianópolis, dia 16, antes de serem publicados os extratos do caseiro, e a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) perguntou se era verdade que Francenildo seria desacreditado. Ele balançou a cabeça, confirmando".

quarta-feira, 29 de março de 2006

Não é bem assim...

A deputada (petista, claro!) Ângela Guadagnin reagiu hoje às críticas que recebeu pela Dança da Pizza no Plenário da Câmara. Madame Mim disse que está sendo perseguida porque é gorda, não pinta o cabelo (e aquele roxo é o quê, Violeta Genciana?) e é do PT. E, claro, porque é mulher. Esquerdista adora uma teoria da conspiração

"A mídia quis me vilipendiar, em me mostrar como a dançarina da pizza ou a sacerdotisa da imoralidade"

A mídia é, junto com o "capital estrangeiro" e sua variação, a "farsa neoliberal", os tradicionais vilões do imaginário petista-esquerdista. Ainda que a imprensa brasileira tenha apoiado maciçamente o presidente operário e só o abandonando quando viu que o barco iria afundar. Ainda assim há aqueles que não soltam a mão do governo, como o comentarista Franklin Martins, ex-guerrilheiro treinado em Cuba. Na segunda-feira, no Jornal da Globo, afirmou: "Palocci não pediu demissão, ele foi demitido por Lula". Cláudio Humberto já tinha avisado que notícias assim surgiriam. Quem lê sua coluna diariamente - recomendadíssimo - sabe que Palocci tenta se demitir desde quarta-feira, e foi o presidente quem não aceitou. Porque é fraco e covarde. Porque é um frouxo. Agora quer posar de líder.

Mais uma vez Lula foi traído. Mais uma vez não sabia de nada. Palocci prometeu que nunca esteve lá. Ele acreditou. Quando viu que era mentira, enfrentou seu ministro mais poderoso e protegido do capital estrangeiro e o demitiu, vestindo a roupa do chefe rigoroso que prega pela ética e exige a verdade dos seus colaboradores. Não é bem assim!!

Até as pedras de mármore da rampa do Planalto sabiam das escapadas de Palocci. Lula precisa parar de se fantasiar de bobo da corte. Só mesmo uma pessoa acéfala ainda acredita nessa estória de "eu não sei de nada". Entrou para os anais da cara-de-pau junto com "esse dinheiro não é meu" e "caçador de Marajás".

Dora Kramer, do Estadão foi, como sempre, fantástica: "Ou Lula se deixa enganar com extrema facilidade ou engana com excessiva habilidade". Lula engana. Não é trouxa, apesar de tentar ser. Trouxas somos nós.

P.S.: Já que nenhum membro da "imprensa burguesa e capitalista" não levantou a questão, eu lhes dou a pergunta: Lula sabia da quebra de sigilo do caseiro? Não precisam responder. Amanhã dou-lhes a resposta.

Kyrie Eleison.

domingo, 26 de março de 2006

Meu consolo | Saparmurat Niyazov

Em 280 dias Lula deixará o poder. Chegará ao fim a experiência de um certo stalinismo democrático (?), onde o culto à imagem do operário-messias alcançou níveis dignos de um Kim il-Sung e um partido se confundiu com o Estado. Chegará ao fim a era do populismo peronista, das bravatas à altura de Mussolini e de um deslumbramento novo-riquista próprio do Sheik de Agadir.

Ainda que a espera valha a pena, Luís Inácio "Sou Um Homem Sem Pecados" da Silva ainda tem 280 dias para fazer o que quizer. Se mantiver o ritmo que teve até agora - o que eu duvido, em se tratando de ano eleitoral - serão publicadas 560 Medidas Provisórias até o fim do ano. Sem contar as mentiras, o jogo sujo, a roubalheira, os cala-boca e os atentados à inteligência que teremos que ouvir nos próximos meses. Como bem lembrou Ricardo Noblat, se referindo à violação do sigilo do caseiro, "se estão fazendo isso a sete meses da eleição, imagine o que estarão fazendo na véspera dela".

Em momentos assim me vem à mente a vontade de fechar os olhos, hibernar por 9 meses, acordando em janeiro de 2007 de um pesadelo que durou anos. Me projeto no futuro encarnando Sergei Krikalev, o astronauta russo que deu pulos de alegria quando, voltando de uma missão espacial de dez meses, soube do fim da União Soviética.

Como coisas assim não são possíveis, meu consolo - um pouco sórdido, é verdade, é saber que existem Lulas piores que o nosso. E é sobre eles que vamos tratar nos próximos dias. Hoje O Púlpito Conservador dá início a uma série que vai trazer os piores governantes da atualidade, todo domingo, numa lista que vai de Teodoro Obiang Nguema e Robert Mugabe.

Minha intenção não é desviar o foco do Polit-burro petista nem tentar convencê-los de que Lula não é tão ruim assim, mesmo porque não acredito nisso. Lula é lamentável. E não vou deixá-los esquecer disso.



E o primeiro nome da nossa lista é Saparmurat Atayevich Niyazov, presidente do Turcomenistão;

Saparmurat - ou como prefere, Turkmenbashi, "Líder de Todos os Turcomenos" - era chefe do Partido Comunista do Turcomenistão, e com a queda do comunismo assumiu como presidente do país em 1991. Em 29 de dezembro de 1999 foi declarado "Presidente Vitalício" pelos parlamentares locais.

Se lembram que Lula queria tirar R$ 2,1 bilhões do orçamento do Ministério da Saúde para distribuir como esmolas na forma do Bolsa Família (se não, clique aqui)? Saparmurat fez pior: primeiro, demitiu 15.000 médicos e os substituiu por recrutas e, loucura das loucuras, fechou todos os hospitais do interior do país. "Quem estiver doente, que venha até Ashgabat (a capital)", pronunciou.

Lula 0 x Saparmurat 1

Se lembram quando Lula tentou enfiar-nos goela abaixo o tal Conselho Federal de Jornalismo, que pretendia "orientar, fiscalizar e disciplinar" os jornalistas(se não clique aqui)? Saparmurat também fez pior: claro que no país há censura - e das mais brutais -, mas o presidente também proibiu os âncoras de usarem maquiagem, porque, segundo consta, dessa forma ele não consegue diferenciar um homem de uma mulher.

Lula 0 x Saparmurat 2

E alguém ainda se lembra da Lei do Audiovisual, que de acordo com o ministro-cantor-bailarino Gilberto Gil serviria para "barrar o facismo da mídia" e "defender a cultura nacional", determinando até mesmo o que TVs e rádios pudessem levar ao ar (se não, já sabe)? Saparmurat de lavada: ninguém sabe tanto como proteger o "conteúdo nacional" como o governo turcomano. Veja porquê: primeiro, proibiu o balé e a ópera, uma vez que "não fazem parte da cultura turcomana"; depois, proibiu os homens de usarem cabelos longos e barba, por motivos óbvios; ainda proibiu os video-games, considerados muito violentos, mudou o alfabeto e renomeou os dias e os meses.

Lula 0 x Saparmurat 3

Saparmurat não só mudou os nomes dos meses e dos dias, mas colocou seu próprio nome no lugar de Janeiro. Também colocou seu nome em uma cidade, estradas, escolas, aeroportos, e até mesmo um meteoro. Sua fotografia aparece em todas as notas de dinheiro, prédios públicos, avenidas e em todos os relógios. Até nas bebidas! Há estátuas dele por todo o país, incluindo uma, colocada sobre o mais alto edifício da capital, banhada a ouro, que acompanha o sol, refletindo sua luz sobre a cidade. Você não gosta quando Lula se considera o melhor presidente do país? Saparmurat já se nomeou Herói Nacional cinco vezes! Seus discursos e seu livro, Ruhnama, ocupam a maior parte dos livros escolares. As crianças são obrigadas a cantar, todos os dias, a seguinte canção:

Turcomenistão, minha terra mãe, minha terra amada!
Tu estás sempre comigo em meus pensamentos e no meu coração
Pelo mínimo mal contra ti, que minha mão seja cortada
Pela mínima calúnia contra ti, seja minha língua cortada
E no momento da minha traição à pátria-mãe, à tua sagrada bandeira, ao grande Saparmurat, pai dos turcomanos, que meu fôlego cesse

Lula 0 x Saparmurat 4

Você se revoltou com a Cartilha do Politicamente Correto, que queria mudar o que os brasileiros diziam? Adivinha! Saparmurat mudou o nome do pão para Gurbansoltan edzhe, em homenagem à sua mãe.

Lula 0 x Saparmurat 5

E você acha um absurdo Lula se gabar por nunca ter lido um livro? É certo que Saparmurat escreveu um livro, mas ele também fechou todas as bibliotecas do interior e as da capital não têm muito mais do que aquilo que ele escreveu.

Lula 0 x Saparmurat 6

E se ainda restam dúvidas de que o Lula deles é pior do que o nosso, Saparmurat insituiu que aqueles que quiserem tirar carteira de habilitação têm que passar por um teste de moralidade.

Lula 0 x Saparmurat 7

Que Ricardo Berzoini que nada! O grande vilão dos aposentados do Turcomenistão é, claro!, Saparmurat Niyazov. A previdência social turcomana tem em torno de 300.000 segurados. Em janeiro de 2006, ops!, Turkmenbashi de 2006, o presidente diminui os rendimentos de 2/3 dos assegurados e extinguiu o pagamento para o terço restante. E ainda exigiu que eles devolvam ao Estado aquilo que receberam nos últimos dois anos!

Lula 0 x Saparmurat 8

Turkmenbashi foi escolhido para dar incício a essa série não por ser o mais cruel, ou mais sanguinário, o mais belicoso, mais por representar melhor do que ninguém o autoritarismo megalômano, que é o aspecto que eu queria comparar com Lula, também autoritário, megalômano e ególatra.

Esse é o objetivo dessa coletânea. Não dá pra comparar duas figuras tão distintas como Lula e Kim Jong-il, mas, ao explorar suas semelhanças podemos perceber o projeto de país que foi imaginada pelo Politburro petista e do qual devemos nos libertar o quanto antes.

Kyrie Eleison

sexta-feira, 24 de março de 2006

É hora de agir | João Luiz Mauad

Domingo à noite, o Fantástico apresentou um documentário sobre a vida das crianças e adolescentes que trabalham no tráfico de drogas, especialmente nas favelas. O trabalho é muito bem feito (apesar de um tanto apelativo) e chama atenção para uma realidade chocante da vida brasileira que nós, habitantes "do asfalto", como se diz na gíria, muitas vezes nos esquecemos ou nem sabemos que existe.

Para quem não assistiu, o documentário é montado basicamente em cima de entrevistas com meninos e adolescentes envolvidos com o crime, bem como com familiares desses menores. Eles contam, numa linguagem quase ininteligível - a ponto de se fazer necessário o uso de legendas - como se dá o aliciamento da juventude favelada pelo tráfico, como é o seu dia-a-dia, seus medos, suas aspirações, seus passatempos, suas alegrias, sua dependência e sua precoce intimidade com todo tipo de armas.

Os autores do filme nos mostram, com chocante riqueza de detalhes, como o vício da droga e o apelo da vida fácil, aliados à ausência total do Estado e à percepção generalizada de impunidade, tornam aquele ambiente perfeito não só para a proliferação da bandalheira, como para a institucionalização da “lei do mais forte” – o traficante. Junte-se a isso uma legislação anacrônica – mas politicamente correta - que atenua “ad infinitum” as penas pelas infrações dos menores e chegaremos ao cenário de barbárie mostrado domingo à noite.

A repercussão foi grande e as discussões que o programa suscitou mais ainda. Como de hábito, os “experts” eleitos pela grande mídia – representados pelos "intelectuais esquerdopatas" da USP e congêneres, mais o “bealtiful people” televisivo – repetiram, tal qual bonecos de ventríloquo, a velha cantilena de que tudo isso é resultado de causas “sociais”, da “pobreza” e das “desigualdades”. Transferem, indiretamente, a responsabilidade pelas ações pessoais para essas entidades coletivas, sem face e impuníveis. (É engraçado como, ao fim e ao cabo, essa gente sempre dará um jeitinho de concluir, do alto da sua inabalável sapiência, que a única forma de reduzir a criminalidade é acabar com as desigualdades sociais, ou, deixando de lado os eufemismos, pela via socialista).

Esse tipo de raciocínio normalmente floresce a partir de uma falsa relação de causa e efeito entre eventos simultâneos. Trata-se, na realidade, de uma forma de sofisma muito difundida entre a intelectualidade esquerdista. Eu costumo brincar citando o seguinte exemplo, que me parece bastante didático:

“A maior parte das pessoas que bebe refrigerante "diet" é gorda. Isto é um fato incontestável. Logo, podemos inferir que refrigerante "diet" engorda”.

É óbvio que, apesar da premissa ser verdadeira, a conclusão é absolutamente falsa, já que provavelmente essas pessoas bebem refrigerante "diet" porque já são gordas e não desejam engordar mais. Por incrível que pareça, esta é a mesma analogia que fazem aqueles que insistem em relacionar a criminalidade com a pobreza. Seu raciocínio é mais ou menos esse:

“A maior parte dos que trabalham para o tráfico nas favelas é pobre. Logo, a pobreza e as desigualdades sociais são a razão dos altos índices de criminalidade verificados naqueles locais”.

Os que assim raciocinam esquecem, é óbvio, de alguns dados importantes, que jogam por terra toda a sua lógica. Primeiro: a imensa maioria das pessoas pobres não é criminosa, o que nos leva a concluir que o fato de alguém ser pobre não o conduz, necessariamente, para o crime. Assim fosse e países com níveis de pobreza bem superiores ao nosso, como a Índia, teriam índices de criminalidade muito maiores, o que não se verifica. Segundo: boa parte dos crimes é cometida por gente que está muito distante de qualquer carência material. Por exemplo: pode-se dizer tudo dos nossos parlamentares, menos que eles sejam pessoas carentes. No entanto, o índice de criminalidade dentro do Congresso Nacional é muito maior que nas favelas, como demonstram os inúmeros escândalos que temos presenciado. (É bom lembrar que índices são apurados em função do universo pesquisado. São sempre valores relativos, não absolutos). Poderíamos citar ainda o caso clássico dos Estados Unidos durante a década de setenta. Um país muito mais próspero e rico que o Brasil, porém, na época, detentor de índices de criminalidade muito maiores que os nossos.

(Esse tipo de sofisma, além de ser imensamente injusto com a grande maioria dos pobres que se mantém honesta e trabalhadora, apesar das inegáveis mazelas a que estão submetidos, acaba servindo de “álibi” para aqueles poucos que enveredam pelo caminho do crime. Quantas vezes o amigo leitor já não assistiu, pela TV, àquela cena do repórter entrevistando o meliante que acabara de ser preso em flagrante e cuja primeira reação foi dizer que fez o que fez porque estava “passando necessidade” - ainda que a sua aparência não tivesse nada de miserável.)

Portanto, afirmar que a única maneira de combater o crime é através da extirpação da pobreza e das desigualdades é não somente atribuir à criminalidade uma causa que o exame dos fatos não corrobora, mas sobretudo furtar-se a qualquer reação prática e objetiva. Essa argumentação, que subordina toda a política de segurança ao advento de um universo utópico, socialmente perfeito e igualitário, nos induz a esperar, tranqüilamente, até o fim do mundo, deixando de lado ações urgentes e, essas sim, realmente efetivas. A saber:

- reestruturação de todo o aparato policial, com a conseqüente redução da corrupção e do banditismo endêmicos que há dentro dele;

- revisão de determinadas leis, como o Estatuto da Criança e do Adolescente, que no lugar de dar proteção ao menor acaba levando-o para os braços da delinqüência;

- repressão sistemática do contrabando de armas e drogas nas fronteiras;

- policiamento ostensivo dos pontos de venda de drogas;

- reforma estrutural do poder judiciário (polícia e justiça), a fim de torná-lo mais ágil e eficiente, eliminando, dessa maneira, a sensação de impunidade que hoje impera.


Fonte: Mídia Sem Máscara

terça-feira, 21 de março de 2006

A hipocrisia, mais uma vez

No post anterior tratei da charlatanisse da ONU. Seus conceitos envenenados por uma ideologia demagógica e frívola, sua conduta baseada em valores questionáveis. Foquei minha atenção no relatório que acabou culpando os dinamarqueses pela crise das charges do profeta Maomé.

Quantas pessoas morreram nos tumultos que sempre ocorriam nas maniffestações anti-Ocidente? Quantas morreram quando foram às ruas protestar contra uma notícia da revista americana Newsweek que afirmou que em Guantánamo o Corão era jogado no vaso sanitário?No primeiro e no segundo caso, os culpados foram, respectivamente, Dinamarca e EUA.

E quantas pessoas morrem todos os anos pisoteadas em Meca, quando fazem a peregrinação à cidade sagrada e visitam a Caaba? Só esse ano foram 345. De quem é a culpa? Da Arábia Saudita? Os janjaweed já mataram 100 000 pessoas no Sudão e forçaram a migração de 1 500 000. De quem é a culpa? Do Sudão? Da religião muçulmana?

Quando George W. Bush se pronuncia contra o aborto, é duramente criticado por ser excessivamente religioso. Quantos artigos já foram escritos no Brasil colocando a "direita religiosa americana" como a responsável pelos males do mundo? Mas quando a religião é a pólvora do Oriente, a questão muda de sentido: não é culpa da religião Islâmica, acontece que algumas pessoas fazem uso dela politicamente. Afinal, o Islã é uma religião de paz...

Será que para a imprensa não é tão divertido colocar os fracos e oprimidos como personagens dos seus joguinhos desprezíveis de tribunal?

Agora mesmo acabo de ler que pode ser condenado à morte por se converter ao Cristianismo no Afeganistão. Cadê a ONU com o seu "respeito às religiões"? Cadê os pedidos por responsabilidade e compreensão com credos diferentes? Será isso só um engodo nos muitos usados para atacar os alvos fáceis do esquerdismo?

Outro exemplo: o vírus da gripe aviária chegou a Israel como um "castigo de Allah", porque são os"piores do mundo". Há alguns anos um jornal europeu criticou Israel por "abandonar um modelo de Estado democrata para se tornar uma teocracia". Seria melhor que essas pessoas considerassem um pouco mais antes de encher nossos olhos e ouvidos com mais uma de suas diarréias verbais.

Continuemos em Israel. A ONU e as ONGs de plantão à cata de vítimas apontaram seus dedos inquisidores contra a "Euroa xenófoba, conservadora, facista". Mas não se ouviu - e nem se vai ouvir - uma só palavra sobre os desenhos que grassam por entre a mídia árabe. Claro que não. Quando é com eles passa a ser "resistência". Delúbio Soares faz escola...














segunda-feira, 20 de março de 2006

E agora quem poderá nos defender?

Se lembram quando o inquérito policial que investigava a morte do jornalista Tim Lopes acabou por considerá-lo culpado de seu próprio homicídio?

O jornal turco Zaiman informa que o Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos acusa o Governo da Dinamarca de agir de maneira irresponsável durante a crise das charges do profeta Maomé. O relatório também critica intelectuais e o diário dinamarquês Jyllands-Postem, o primeiro a publicar os desenhos do profeta, acusado de "islamofobia" e xenofobia".

As Nações Unidas dizem que o premiê Anders Fogh Rasmussen "não cumpriu sua obrigação" ao não demonstrar "sensibilidade com os muçulmanos insultados" e que a ONU deve a partir de agora lutar contra a "islamofobia".

Então vamos lá:

Sobre o devaneio da islamofobia, peço que leiam um post anterior, intitulado Existe perseguição contra muçulmanos?. Sobre o relatório, ou melhor sobre o Comissariado e as Nações Unidas, alguns comentários:

Primeiro: um Comissariado sobre direitos humanos que conta com a participação de China, Cuba, Zimbábue, Arábia Saudita e Paquistão e que já foi presidido por Argélia, Síria, Líbia e Vietnã não tem legitimidade pra tratar de briga da casal adolescente.

Segundo: Não é segredo pra ninguém que a ONU é o fórum mundial do politicamente correto e da esquerda determinada a mudar o mundo. Nada mais é do que uma tribuna para discursos anticapitalistas, antiamericanos e antisemitas, ao mesmo tempo tolerante com as mais perversas ditaduras. Isso quando não as aplaude, como na trágica cena em que o terrorista Arafat é aplaudido de pé, mesmo depois de um ultimato à comunidade internacional.

A ONU é um paraíso de burocratas que olham o mundo do alto de seus escritórios em Manhattan, tendo as expensas pagas pelo contribuinte. A ONU sofre do mal da esquerda mundial, o Complexo de Super-Homem, defendendo os fracos e oprimidos, vítimas da globalização e do capitalismo. Karl Marx faz escola. Mesmo que esses fracos e oprimidos sejam terroristas, ditadores ou genocidas.

Aliás, graças à ONU, sabemos que terrorismo, ditadura e genocídio são termos, uhn, negociáveis. O Hamas está na folha de pagamento da agência. A crise de Darfur, no Sudão, onde o governo, com o apoio de grupos árabes, está perseguindo a população não-árabe, com a utilização de estupros e assassinatos em massa e tortura, de acordo com a ONU, não é genocídio. Ainda que mais de 100 000 pessoas tenham sido mortas e 1 5000 000 tenham que migrar para outras regiões. Uns vão dizer que o descaso se deve porque os perseguidos são negros. Eu vou dizer que é também porque os perseguidores são árabes, e, portanto, vítimas da islamofobia.

E, como a ONU é esquerdista, também padece do mal da corrupção. Sim, acham que é privilégio da nossa esquerda? Tony Blair que os diga. Lá na Grã-Bretanha eles chamam de "depósitos não declarados". Mas voltando à ONU, não é só o escândalo do Petróleo por Comida, usado para comprar comida e remédios para iraquianos mas que foi usado por Saddam para comprar armas. A grande sacada é que um dos líderes da roubalheira é o filho de Kofi Annan.

Ele, claro, não sabia de nada.

Por ora, é só. Aqui tratei da ONU. Mais tarde vou tratar também do Islã.

Kyrie Elison.

domingo, 19 de março de 2006

Zorra Total | Ricardo Noblat

Tem vários escândalos na praça. Escolha o que lhe interessa mais.

O mais apimentado é o que trata das idas de Palocci à alegre mansão da chamada República de Ribeirão Preto frequentada por ex-assessores dele e graciosas meninas de Jeanny Mary Corner

O mais repulsivo é a quebra do sigilo bancário do caseiro à revelia da Justiça. Se fazem isso há sete meses das eleições o que não farão às vésperas delas se a reeleição de Lula estiver ameaçada?

O escândalo mais grave, e o que menos chamou a atenção até agora, foi o comportamento do ministro Edson Vidigal, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Vidigal foi assessor de imprensa de José Sarney quando esse era governador do Maranhão no final dos anos 60. Deve a Sarney a indicação para ministro.

Na última quinta-feira, concedeu liminar ao PMDB de Sarney e de Lula contra a realização, hoje, das prévias que escolheriam o candidato do partido a presidente da República.

Serviu a Sarney e a Lula, que não queriam as prévias porque querem o PMDB aliado do PT nas próximas eleições. Mas o escândalo não reside nisso.

Na sexta-feira, Vidigal voou para Imperatriz, no Maranhão, e ali se lançou candidato ao governo do Estado em entrevista à TV Difusora. Até escalou sua vice - uma deputada do PT.

Ao saber que sua liminar havia sido revogada por outra, voltou às pressas para Brasília. Ontem, deixou o dia passar. E somente à noite restabeleceu sua liminar e proibiu as prévias.

A direção do PMDB ficou sem tempo de tentar obter uma nova liminar para garantir as prévias.

Vidigal conversou com Lula para entrar no PT. Deve entrar no PSB para com o apoio do governador José Reinaldo, desafeto da família Sarney, disputar a sucessão dele.

Como pode julgar com isenção política quem alimenta sonhos políticos de curto prazo e que dependem do apoio ou da boa vontade do presidente da República?

Como o chefe do segundo mais importante tribunal do país pode se sentir à vontade para influir no destino do partido que no futuro imediato deverá ser adversário de sua candidatura?

sábado, 18 de março de 2006

Vocês acreditam?

O jornal O Estado de S. Paulo, na edição de hoje, traz uma matéria com o título "Polícia Federal não entrará no caso, informa Bastos". O ministro da Justiça alega que tudo não passa de especulação, que é o nome petista para "intriga da oposição". Mais uma vez, olha a teoria da conspiração aí.

Mais atenção deve ser prestada no jornal O Globo, que no meio da reportagem sobre os depósitos do caseiro, traz, meio que escondido, a seguinte passagem: "Desde quinta-feira, quando o caseiro voltou a acusar Palocci na CPI dos Bingos, os extratos de sua conta bancária já circulavam no governo." Desde quinta-feira.

Há alguns meses, Diogo Mainardi escreveu que o governo do PT se espelhava na ditadura militar para dirigir o país. Citou a expulsão do jornalista, antes feita por Médici, a tentativa de ressucitar a lei que exige que cinemas exibam curtas-metragens nacionais antes dos longas e o retorno dos projetos de energia nuclear. Não previu porém que a Polícia Federal se tornaria um clone do DOPS.

Imagens como esta não chocam o Islã!

Mulher adúltera é preparada para ser apedrejada até a morte. Ela será enterrada até o pescoço. Como o Irã obriga os parentes mais próximos a acompanhar a execução pública, seus filhos acompanharão tudo. Um caminhão trará as pedras, e um oficial, depois de lida a sentença, atirará a primeira pedra.

Irei poupá-los da descrição da execução, disponível em inglês aqui. A mulher, antes de morrer, gritou "Allah Akbar" - Allah é grande.

Mais uma vez as charges

Mais uma vez organizações muçulmanas tentaram processar o jornal dinamarquês Jyllands-Postem. Mais uma vez a ação foi rejeitada pelo Judiciário dinamarquês.

Agora querem levar o caso para o Alto Comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidas, alegando que a Dinamarca, "ao não perseguir juridicamente o jornal, quebrou as obrigações estabelecidas pela convenção da ONU sobre direitos humanos e políticos e a convenção internacional para eliminar qualquer forma de discriminação racial."

Discriminação racial? Muçulmanos são aqueles seguidores do Islamismo, não tem nada a ver com raça. Afinal, existem muçulmanos árabes, muçulmanos negros, muçulmanos orientais, muçulmanos brancos. Quais estão sendo perseguidos?

Se esses muçulmanos ficaram irritados por causa de uns desenhos mal-feitos, imagine como seria a reação deles vendo as imagens abaixo:

quarta-feira, 15 de março de 2006

Os rufiões do Planalto

Dois fatos recentes puderam validar uma tese que, ainda que verdadeira, era considerara alarmista: a falência do Estado. Não a falência pregada pelos deslumbrados com a internet que dizem que agora não há mais fronteiras. Me refiro à falência do Estado como instituição, incapaz de corresponder às resposabilidades a ele competentes. Não foi surpresa: há muito a estrutura estatal agoniza, vítima de uma cruel combinação de envenenamento ideológico, apadrinhamento de militantes e incompetência crônica.

O Brasil inteiro pôde acompanhar as agressões que o MST conduziu no interior do Brasil. Desde a sua fundação a choldra emessetista pregou que tinha como fim a "reforma agrária", aquela que Ernesto Guevara definiu como "a base de toda revolução", beneficiando-se da cantilena esquerdista de que os fins justificam os meios.

Esse seria, por si só, um argumento capaz de deslegitimá-lo como movimento. A reforma agrária é uma fraude sustentada às custas dos contribuintes em nome de uma revolução que nos levaria à ruína. China e União Soviética, depois de suas reformas agrárias, passaram a ser as maiores compradoras de grãos dos EUA, o grande satã capitalista. O Zimbábue, antes grande produtor e exportador de produtos agrícolas teve, depois de uma mistura triste de reforma agrária e cotas raciais, a nova moda que pulula nas línguas da esquerdopatia nacional. É um sistema inviável e contraprodutivo, não se pode comparar uma fazenda altamente industrializada com uma roça que não saiu do século XIX. Também fere o direito constitucional à propriedade, cuja defesa é um dos valores pregados por este blog.

Mas não vamos nos prender a isso. O que na verdade afronta o pagador de impostos é a ligação adulterina e espúria entre o MST e a choldra mafiosa que chefia o governo. Nunca foi segredo pra ninguém que PT e MST eram aliados consanguíneos, ambos destinados a promover uma sublevação socialista fantasiosa. No entanto, esse companheirismo deveria cessar a partir do instante em que o PT aderiu à realidade democrática, ao contrário dos baderneiros, que preferiram manter a linha demagógica e anti-democrática. Ao continuar a apoiar - e ainda pior, patrocinar - um movimento claramente totalitário, o PT levanta dúvidas sobre sua confiança nas regras do jogo democrático.

O MST é, antes de tudo, um grupelho terrorista, postura assumida pelo líder João Pedro Stédile. "A reforma agrária está vinculada a um projeto de sociedade. A proposta de reforma agrária do MST pressupõe um novo projeto político para o país". Terrorismo. Qualquer atitude violenta usada como forma de pressão visando um determinado objetivo é terrorismo. Mas para o governo, o MST é um "movimento revolucionário". Como as Farc.

O MST é imoral, não faz idéia do que seja reforma agrária. Ela já aconteceu no Brasil. Fernado Henrique (argh!) sozinho desperdiçou R$ 25 bilhões num projeto abjecto e aviltante. Premiou os fracassados do capitalismo e inquisidores dos bem-sucedidos com 18 milhões de hectares, metade da área da Alemanha. Isso para 2 milhões de brasileiros. Por um acaso esse devaneio maoísta produz metade do que a Alemanha produz? Ou pelo menos o que 2 milhões de alemães produzem? Evidente que não. Diante do fracasso, agora dizem que só reforma agrária não basta. Francamente.

E como se já não fosse suficiente, agora querem mudar os assentamentos. Não, o governo não vai mais doar as terras às famílias; não, não. O que deve acontecer, em nome da justiça social, é que todos os assentamentos sejam entregues ao MST, que distribuirá as terras de acordo com seus conceitos. Ou seja, o governo vai usar dinheiro de impostos para doar bens a um grupo que, não bastasse o terrorismo, também não existe juridicamente! Seria como dar dinheiro ao PCC ou ao Comando Vermelho! Um grande Big Brother stalinista. Uma empresa que já nasce quebrada, óbvio. De acordo com um levantamento, 80% dos assentamentos depende do "apoio do governo".

Como se não bastasse o estupro à Constitição Federal por um bando de arruaceiros vermelhinhos esclerosados, ainda temos que suportar gargalhadas infames por parte da máfia petista-governista. Lula prostituiu o Brasil em nome de suas ideologias inescrupulosas, em nome de um delírio de poder castrista e ditatorial. Acovardaram-se diante de uma turba saída da Idade da Pedra, carregando tacapes e se comportando como homens-macacos.

O MST vai interromper sua escalada. Não é conveniente. Não a eles, mas para seus asseclas eleitorais, o PT. O PT é para o MST o que o Sinn Fein é para o IRA. Foi assim em 2002. Será assim em 2006. Vai começar a seguir a cartilha da civilidade. Vai começar a respeitar a legalidade. Não adianta, não cairemos nessa outra vez.

E pra terminar, com um pouco de veneno, uma mensagem de alento aos agricultores dessa terra, em especial aqueles vítimas da insanidade raivosa de um fora-da-lei.

Parafraseando o líder da delinqüência juvenil, "podem matar uma, duas ou três flores, mas nunca poderão parar a primavera".

"A reforma agrária é igual a futebol, e o time dos latifundiários vai ser derrotado. O governo joga no nosso time."
João Pedro Stédile, julho de 2003

"Essas pessoas que invadem prédios públicos têm de ser presas. O MST tem posições pré-revolucionárias e suas ações não estão sendo repelidas com a força necessária. Ele tem direito de se manifestar, não de praticar crimes."
Celso Bastos, professor de Direito da USP, maio de 2000

terça-feira, 14 de março de 2006

As duas faces do Islã

O jornal The Times of India informa que clérigos muçulmanos indianos emitiram fatwas (decretos religiosos) contra o uso do nome do Profeta Maomé e do Islã por terroristas. "O Islã é uma religião de paz, e o uso de nomes sagrados contra a paz mostra uma falta de respeito com relação ao Islã", disse um dos clérigos. "O Islã é uma religião de paz. O Corão diz que matar um único homem é o mesmo que matar toda a humanidade. Não há justificativa para o assassinato de um inocente, e essas atitudes se tornam altamente condenáveis quando se usam nomes sagrados". "Não há pecado maior que usar o nome de Allah ou do Profeta no assassinato de inocentes".

Os clérigos afirmam que os terroristas difamam a religião islâmica e seus seguidores. As fatwas não são leis, porém demonstram a desaprovação dos imãs com os terroristas e sua evocação equivocada do Islã. Foi uma fatwa, por exemplo, do Aiatolá Khomeini que condenou o escritor britânico Salman Rushdie à morte.

Por outro lado, só pra não perder o hábito, a rede de TV filipina ABS-CBN noticia que a Arábia Saudita proibiu a entrada de não-muçulmanos (dhimmi) nas cidades sagradas de Meca e Medina, e que os transgressores serão "severamente punidos".

O que será que aconteceria se o Vaticano restringisse a entrada de não-católicos no Vaticano? E pior, se Israel proibisse os muçulmanos de visitarem Jerusalém? Coisas do mundo...

segunda-feira, 13 de março de 2006

Israel e os terroristas

A edição dominical (05/03) do jornal O Estado de S. Paulo trouxe um artigo assinado por Saeb
Erakat, negociador-chefe da OLP. No texto, as habituais críticas a Israel, esporte que só é menos popular que falar mal do Bush.

Erakat acusa Israel de esvaziar as negociações de paz, de promover incursões militares em terrenos palestinos, de minar a liderança da OLP, resultando em desemprego e violência, sufocar a economia palestina e avançar na colonização da Cisjordânia e de Gaza. E o que é pior, segundo ele, "a comunidade internacional, por sua vez, condescendeu o tempo todo".

Será mesmo? Analisemos sob a luz dos fatos:

Desde a sua fundação, em 1987, o grupo tem um só objetivo: eliminar o Estado judeu e "libertar a terra palestina". No mesmo ano em que foi criado, estourou a Primeira Intifada. Em 1993, quando o mundo assistia esperançoso Yitzhak Rabin e Yasser Arafat apertarem as mãos diante de Bill Clinton, o Hamas explode seu primeiro terrorista suicida. Obviamente, não se trata de um grupo que almeja a paz. Pelo menos não nesse mundo.

Entretanto, em 2006, o Hamas conquistou a maioria das cadeiras do Conselho Legislativo Palestino. Como era de se esperar, Israel reclamou. Como poderia negociar a paz com um grupo que sequer reconhece a existência do Estado judeu? Além disso, o Hamas não renunciou à luta armada, e a qualquer momento pode explodir ônibus em Tel-Aviv. Como negociar a paz assim?

A reação foi instantânea: primeiro líderes mundiais (EUA, Rússia, União Européia - os que valem a pena) estabeleceram três condições para que a ANP continuasse a receber ajuda financeira:

1. O Hamas deveria renunciar à violência;
2. O Hamas deveria reconhecer o direito de Israel existir;
3. O Hamas deveria expressar apoio ao processo de paz do Oriente Médio;

O grupo não aceitou. Chamou-as de injustas. Estava aí a prova cabal de que os interesses que guiavam os terroristas não poderiam ser aceitos pelo Ocidente.

Então veio a reação.

A Liga Árabe pediu que o mundo fosse justo com o Hamas e não impusesse as condições acima mencionadas. Poucos dias depois os EUA anunciaram que não acabariam com a ajuda financeira mensal à Autoridade Nacional Palestina. Depois foi a UE, que anunciou uma ajuda de 120 milhões de euros para os palestinos. Putin recebeu a organização em Moscou. Francamente, os Protocolos dos Sábios do Sião tinha judeus mais poderosos.

Só Israel cortou a ajuda mensal aos palestinos. E a grita foi geral. Coisas do mundo.

O Hamas não abandonou e nem vai abandonar o terrorismo pelo mesmo motivo que Lula não vai abandonar o MST: aí é que está seu cabo eleitoral. Os terroristas se elegeram com um discurso radical bem aos moldes populistas, pregando uma união do povo para enfrentar inimigos externos.

Há poucos dias os jornais noticiaram que um site do Hamas convocava crianças para se suicidarem em nome da causa palestina. O site continha desenhos animados e histórias em quadrinhos, elementos presentes e atrativos para o universo infantil, exaltando os terroristas suicidas. Em mais de uma parte havia um poema, que dizia: "Não chore mamãe, sou um suicida, escreverei com meu sangue o meu nome na história, seguirei o meu caminho até o fim. Se eu não voltar, não chore por mim".

Reações tímidas. Não se viu um artigo de jornal bastificando o Hamas. Nenhum líder mundial (à excessão óbvia de Israel) protestou.

Por alguma razão, o mundo é conivente com o terrorismo. Essa idéia é apoiada na versão esquerdista de que os fins justificam os meios. O babacão Eric Hobsbawn disse com todas as letras que "20 milhões de mortos seriam justificáveis se isso significasse a implementação do comunismo". Yasser Arafat foi além, aplaudido de pé pela ONU depois de dar um ultimato à Organização ("vim com um galho de oliveira em uma mão, e a arma de um guerreiro na outra. Não me façam derrubar o galho de minha mão") ainda ganhou, mais tarde, um prêmio Nobel. Depois de morto, virou herói, estadista, líder. Canonizado pela esquerda, opinião bem explicitada pela Prof. de História Contemporânea da USP Maria Aparecida de Aquino : "Arafat nunca foi impedimento para a paz. Ariel Sharon e o Likud é que são um problema para a construção da paz".

A ONU até hoje não tem uma definição sobre o que é terrorismo. E nem vai ter, uma vez que é o centro mundial do politicamente correto. O Brasil até hoje não reconheceu as FARC como terroristas, são "grupos revolucionários", assim como o MST. Ou as Brigadas Vermelhas. Isso porque ainda nem falei dos ecoterroristas, de quem vou tratar propriamente mais tarde.

Um grupo que tem como base o uso da força não está preparado para a democracia. Seria importante que todos percebessem isso. A Palestina pode se tornar uma democracia radical, tendo como base seus aliados Irã, Cuba, Síria e Venezuela, fechada para o mundo (que não vai parar de financiá-la) e longe de qualquer conversa de paz com os israelenses.

Teoria da Conspiração

Os jornais brasileiros informam hoje que o eletricista Jean Charles de Menezes é suspeito de ter estuprado uma mulher no oeste de Londres há 3 anos. A reportagem, publicada pelo jornal esquerdista The Independent irritou a família do brasileiro, que alega que a polícia deixou vazar propositalmente o inquérito para desviar as atenções da apuração de sua morte.

Há poucos dias a revista eletrônica inglesa Spiked trouxe um artigo criticando as teorias conspiratórias presentes nos jornais daquele país. Apresenta como exemplo textos publicados pelos jornais The Independent (esquerda) e The "Gaurdian" (extrema-esquerda) que sustentam que os seqüestros contra ocidentais no Iraque é obra dos países da coalizão, a fim de desmoralizar a oposição iraquiana perante o mundo. Primeiro comentário: aqui no Brasil não é diferente. A revista esquerdo-petista-chavista CartaCapital é mestra em teorias conspiratórias do tipo "A CIA e o FBI estão grampeando os telefones do Alvorada" e a minha preferida "o mensalão não existe, é tudo invenção da veja e do Daniel Dantas".

Vejam a seguir alguns exemplos capturados da web das teorias conspiratórias mais estapafúrdias do mundo:

- A Igreja Católica contém os nomes de todos os membros de igrejas protestantes ao redor do mundo para uma futura Inquisição;

- Os nazistas tinham uma base na Lua;

- A AIDS é na verdade um vírus criado para eliminar (a) os negros; (b) os gays; (c) os judeus; (d) os palestinos;

- O ônibus espacial Columbia foi derrubado pela Força Aérea Americana;

- O tsunami de 2004 foi na verdade o resultado de um experimento nuclear feito pela Índia, com participação (claro!) dos EUA e de Israel;

Pra terminar, as mais comuns, as que tratam do 11 de setembro:

- Os EUA sabiam dos atentados (talvez tenham até participado deles) mas não os impediram porque queriam um motivo para derrubar o Talibã e construir um gasoduto que passaria pelo Afeganistão - essa todo mundo conhece;

- Os sequestradores estavam sendo manipulados por psiquatras(??);

- Saddam Hussein foi o mentor do atentado (hipótese sustentada pela revista Istoé, da qual já tratei anteriormente);

sexta-feira, 10 de março de 2006

A melhor colheita de Lula | Editorial O Estado de S. Paulo

É verdade que, entre nós, a expressão "para inglês ver" é antiga e reflete uma certa subserviência própria do colonialismo, que levava aos exageros da exibição cabocla, mostrando aos "de fora", graças a várias maquiagens, econômicas, políticas, culturais, aquilo que ainda não éramos. Mas é uma curiosa coincidência o fato de o presidente da República estar exibindo, em engalanadas cerimônias da velha Albion, uma realidade, em muitos aspectos, exatamente contrária ao que se vai passando sob estes tristes trópicos - e sob seu governo.
Deixemos de lado a realidade econômica, tão alvissareira para o presidente - apesar de nossas taxas de crescimento, no Continente, só estarem na frente das do Haiti. Desconsideremos que, apesar da "decisão sábia" confessada pelo presidente - aquela de imitar as donas de casa e não gastar mais do que tem -, nossas contas públicas fecharam o ano em déficit e todo o nosso esforço fiscal não bastou para aliviar o montante de R$ 157,1 bilhões em juros da dívida pública.
Fixemo-nos naquela entusiasmante frase que usou o presidente Lula, ao conclamar os empresários britânicos a investirem no Brasil: "O Brasil goza de solidez institucional que nos permite encarar, com tranqüilidade, um ano como este, marcado por eleições gerais." Ora, muito bem. Seria perceptível essa tranqüilidade nas cenas dantescas - ocorridas no mesmo dia do apoteótico discurso presidencial no Reino Unido - do Rio Grande do Sul, quando cerca de 2 mil mulheres da Via Campesina invadiram de madrugada (em Barra do Ribeiro, a 60 quilômetros ao sul de Porto Alegre) um horto florestal da Aracruz Celulose, destruíram estufas, inutilizaram pelo menos 5 milhões de mudas de plantas e, com enorme vandalismo, depredaram laboratórios e tudo o que ali se havia instalado para pesquisa científica no campo agrário - jogando ao lixo trabalhos de 20 anos de melhoramentos genéticos?
Outra demonstração dessa "tranqüilidade" seria a "invasão feminina", no mesmo dia, também em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, promovida pelo Movimento dos Sem-Terra (MST) e organizações rurais assemelhadas, em 5 fazendas no Pontal do Paranapanema, somando-se a outras 11 em Pernambuco (lá completando 30 invasões, em apenas 4 dias), sempre marcadas por atos de depredação e toda a sorte de violências?
Certamente tais demonstrações de intolerância e truculência de militantes "ecofeministas" ficaram marcadas também junto aos representantes de cerca de cem países estrangeiros que assistiam à Conferência Internacional sobre Desenvolvimento e Reforma Agrária, em Porto Alegre. O próprio (e, no caso, insuspeito) ministro do Desenvolvimento e Reforma Agrária, Miguel Rosseto, condenou o vandalismo praticado na Aracruz, dizendo: "Isso não tem nada a ver com reforma agrária." Mas o governador em exercício do Estado, Antonio Hohlfeld (PMDB), foi mais preciso ao qualificar aquele ato de "provocação e bandidagem".
Provocação e bandidagem, sim, que tem tudo a ver com a reforma agrária, ou seja, os métodos empregados para "estimular" o governo a promovê-la pelos comandados do "duce" Stédile que, saudando a ação criminosa contra a Aracruz, dizia, na quarta-feira, na televisão, que aquilo era um ataque ao capital internacional - que o presidente Lula tentava cativar em Londres.
As 2 mil mulheres que desembarcaram de 37 ônibus numa operação perfeitamente organizada se dizem "parceiras do MST".
Assim, o presidente candidato, que em sua campanha eleitoral tem falado todos os dias nas "colheitas do que semeou", colhe dessa forma a sua maior semeadura, que foi a dos ventos que produzem tempestades, na maneira irresponsável como tratou os comandados de Stédile com boné vermelho na cabeça - mostrando qual é a sua concepção de "solidez institucional".
É por isso que 56% dos brasileiros rejeitam os métodos do MST, segundo pesquisa do Ibope.

Outra vez o MST... | João Mellão Neto

Em 1798, no apagar das luzes do século 18, o pastor anglicano Thomas Malthus publicou um alarmante texto sobre o "princípio da população". A repercussão foi imediata e influenciou fortemente todo o pensamento econômico, político e social por várias décadas. A humanidade, então, atingia o impressionante número de 1 bilhão de pessoas e, segundo o economista inglês, não havia salvação possível. É bastante conhecido o seu enunciado de que, enquanto a produção de alimentos cresce em progressão aritmética (1, 2, 3, 4...), a população aumenta em progressão geométrica (2, 4, 8, 16...). Em breve, não haveria mais meios de subsistência para todos. Quando isso ocorresse, os quatro cavaleiros do Apocalipse - Peste, Fome, Guerra e Morte - inevitavelmente varreriam a Terra. A tese, para a época, fazia sentido. As taxas de fertilidade humana eram altas, enquanto a agricultura ainda não conhecia o conceito de produtividade. A única forma de aumentar a produção era aumentar a área plantada. Os argumentos de Malthus serviram como base para muitos economistas de então defenderem a tese de que os salários deveriam ser rebaixados até o nível mínimo de subsistência. Qualquer incremento nos ganhos dos trabalhadores os levaria fatalmente a ter mais filhos, agravando, assim, o problema.

Felizmente, as profecias de Malthus não se concretizaram. Embora a população realmente tenha crescido em escala geométrica - somos mais de 6 bilhões hoje em dia -, a produção agrícola, com o crescente aporte da tecnologia, também cresceu e pôde alimentar a população do mundo.

João Pedro Stédile, o messiânico líder do MST, embora se afirme economista, teima em refutar essa realidade. Sua visão sobre a agricultura remonta à era pré-industrial. Ele idealiza um universo bucólico de micropropriedades rurais, cujos proprietários cultivariam uma lavoura de subsistência e seriam refratários a qualquer inovação tecnológica.

Na quarta-feira, milhares de mulheres do movimento Via Campesina invadiram o laboratório de uma empresa de celulose e destruíram, em minutos, todo um trabalho de pesquisas que demandou 20 anos. Enquanto isso, numa palestra televisionada, o sr. Stédile pontificava: "O nosso maior inimigo não é mais o latifundiário improdutivo. É o agronegócio e também as empresas multinacionais voltadas para a produção agrícola!"

Não é a primeira vez que a raivosa e estúpida gente do sr. Stédile depreda centros de pesquisas agropecuárias. Como definiu com propriedade o deputado marxista Roberto Freire, o MST pode ser tudo, menos comunista. E explica: "O comunismo é filho do iluminismo, uma corrente de pensamento que acredita no progresso da ciência como forma de minorar os males da humanidade. Destruir lavouras experimentais e laboratórios científicos nada mais é do que obscurantismo."

O deputado está coberto de razão. Não fossem a ciência e o progresso tecnológico, as tenebrosas profecias de Malthus de há muito já teriam sido cumpridas.
Em sua tresloucada cruzada contra a tecnologia e o capital estrangeiro no campo, mal sabe o sr. Stédile que, ironicamente, os bilhões de habitantes do planeta devem à "detestável" Fundação Rockefeller (FR) o simples fato de estarem vivos.

A história merece ser recontada.

Nos anos finais da 2ª Guerra Mundial, preocupada com a possibilidade de uma grande fome devida ao rápido crescimento da população mundial que se seguiria ao conflito, a FR decidiu aplicar maciços recursos no incremento da produtividade de produtos agrícolas básicos. No início, as pesquisas se concentraram no trigo e no milho. Em 1944, a fundação criou um instituto, sob o comando do renomado dr. Norman Borlaug, com o objetivo de desenvolver variedades da alta produtividade do trigo. O México, então, por ser um país com graves carências alimentares e vizinho dos Estados Unidos, foi o local escolhido para as experiências. Como não havia nenhum Stédile por lá, as pesquisas puderam ser realizadas de forma pacífica.

Apenas duas décadas depois, a fome no México não só foi extinta, como o país se tornou um grande exportador de alimentos. A Rockefeller, então, decidiu estender o seu trabalho para o sul da Ásia, em especial a Índia, conhecida, à época, como o "continente da fome".

Como não havia um MST na Índia, o projeto da FR foi acolhido de bom grado pelo governo e pela população local. O trabalho foi iniciado em 1966, com a introdução de sementes altamente modificadas e desenvolvidas de trigo e de milho. Eram o equivalente aos "transgênicos" da época. Como nenhum Stédile atrapalhou, em menos de dez anos os resultados apareceram. A produção de alimentos da Índia mais do que dobrou e nunca mais o país passou necessidades. Centenas de milhões de indianos escaparam de morrer de fome, o fenômeno ficou historicamente conhecido como a "Revolução Verde", o resto do mundo o adotou e Borlaug ganhou o Nobel da Paz.

Gente como Stédile, é claro, não compareceu à cerimônia.

O que eu não consigo entender, no Brasil, é como ele e seus asseclas ainda não estão na cadeia. Embora aleguem defender a "democratização da propriedade", democratas é que eles não são. O MST, em suas ações, violenta, de forma contumaz, todas as instituições do Estado de Direito e da ordem democrática.

Reclamar para o bispo não dá. Ainda mais se ele for um desses que querem dividir na Terra os lotes que não terão no céu. Quanto ao governo, que ninguém espere nada. Lula ainda é do PT, que é irmão do MST. Ô familiazinha tinhosa! Tudo nela é vermelho: a idéia, a estrela, a bandeira e o estandarte. Vermelho, por sinal, é a cor do capeta. E também do seu reino, para o qual, com certeza, todos eles irão.

Publicado no jornal O Estado de S. Paulo (para assinantes)

O MST e a lei | Editorial Jornal O Globo

O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra há muito deixou de lado a luta pela reforma agrária para se dedicar a uma causa que, pelos altos riscos envolvidos, acena com uma farta colheita de dividendos políticos: a de testar a elasticidade das leis brasileiras, o pulso ou a falta de pulso das autoridades, e a paciência da sociedade com a litania de suas reivindicações que, justas em tese e na retórica dos palanques, na prática só têm servido para acobertar ações do mais insensato e estéril aventureirismo.

No Brasil e em qualquer parte, a democracia está em perigo quando a audácia dos desordeiros conta com a leniência e a hesitação dos responsáveis pela manutenção da ordem e pelo cumprimento da lei. Aqui, os desmandos dos militantes atingiram tal ordem de irresponsabilidade que hoje a democracia brasileira não tem inimigos mais obstinados e desleais do que o MST e similares como a Via Campesina — o grupo que anteontem comemorou o Dia Internacional da Mulher enviando suas brigadas femininas à Aracruz Celulose em Barra do Ribeiro, perto de Porto Alegre, para destruir bens da empresa.

É o coordenador dos sem-terra João Pedro Stédile quem se define — a si e aos militantes que orienta, instrui e comanda — como inimigo da ordem social e econômica vigente no Brasil. Num discurso anteontem ele expôs o plano de ataque do MST para o “2006 Vermelho”, que justificou a invasão da Aracruz Celulose: “Não é mais o capital industrial que controla a agricultura, é o capital financeiro. As transnacionais. O inimigo não é mais o latifundiário tradicional, é o grande capital internacional.”

Desde quando o que as esquerdas mais obtusas chamam pejorativamente de grande capital internacional é inimigo de economias emergentes como o Brasil, cada vez mais dependentes de recursos externos para garantirem a prosperidade dentro de suas fronteiras? Só inimigos do país veriam no investidor estrangeiro um inimigo a ser derrotado.

As bandeiras de luta do MST e congêneres para 2006 estão desfraldadas. Cabe ao poder público aplicar a lei para assegurar que neste ano eleitoral as naturais diferenças entre os brasileiros não sejam exacerbadas até o limite da intolerância pela histeria dos extremistas.

quinta-feira, 9 de março de 2006

O MST e a sociedade

Seria essa a luz no fim do túnel?

Uma pesquisa divulgada ontem mostra que os brasileiros estão recuperando a lucidez. Um levantamento feito pelo Ibope entre os dias 16 e 20 de fevereiro - ou seja, antes do vandalismo irresponsável no Rio Grande do Sul dia 09/03 e antes do tal "2006 vermelho" mostrou que 32% dos brasileiros concordam com os métodos do MST. Essa ainda é uma fatia considerável da população brasileira, significam quase 60 milhões de pessoas, mas ainda assim não deixa de ser uma minoria.

Ainda de acordo com a pesquisa, 76% das pessoas consideram o MST nocivo à democracia e que apenas 27% dos assentamentos permanecem com as pessoas que foram beneficiadas. A maioria acredita que elas são vendidas ou abandonadas. Para 53% o governo deve recorrer à força para efetivar a desocupação de propriedades.

A desinformação ainda é muita, mas não deixa de ser um alento: finalmente a opinião pública está percebendo que a tal "reforma agrária" é só mais um engodo a ser colocado ao lado do Fome Zero e da Campanha do Desarmamento.

Só espero que essa impressão continue pelo menos até outubro, porque há outros, bem próximos do MST, que também são um risco para a democracia. E não só a brasileira.

Existe perseguição contra muçulmanos?

A edição n.º 48 da revista Primeira Leitura trouxe a resenha de um livro que analisa as relações entre a esquerda mundial e o "islamofacismo", (Unholy Alliance, Livraria Cultura).

"Se nos anos 1930 o pacto entre nazistas e comunistas causou espanto, o grande fenômeno da atualidade é a coalizão da esquerda mundial - atéia, feminista, teoricamente a favor da livre expressão e dos direitos humanos - com o islamismo militante, em tudo oposto a tais conceitos", diz o texto, assinada pelo brilhante Hugo Estenssoro.

Como foi publicado num post anterior, já em 1990 os muçulmanos já reclamavam de uma perseguição. A nós sempre foi apresentada a versão da pobre família muçulmana que emigrou do Oriente Médio e do Norte da África em busca de liberdade e melhores condições para sua família tendo que lutar contra uma Europa xenofóbica e uma direita americana racista.

Porém, desde 11 de setembro esse quadro começou a ruir. Havia sim pessoas que imigravam com o único intuito de destruir as bases dos países que os acolheram. Esqueça a tal busca pela liberdade. Os muçulmanos querem hoje uma continuidade do totalitarismo árabe em países ocidentais. Em outras palavras, querem ser muçulmanos, mas querem ter o dinheiro que só o Ocidente pode oferecer.

Uma pesquisa recente feita na Inglaterra e divulgada pelo The Sunday Telegraph mostra que 40% dos muçulmanos daquele país querem ver a sharia introduzida nas leis inglesas. Pra quem não sabe, a sharia é aquele estrito código religioso que é usado pelo Direito nos países islâmicos.

A sharia manda não comer carne de porco, proíbe as mulheres de trabalhar, permite que os maridos espanquem suas esposas, pena de morte para relações sexuais fora do casamento.

A mais recente maifestação dessa vontade ocorreu durante a tal crise das charges do Profeta Maomé. A Liga Árabe chegou a apresentar uma resolução na ONU colocando a blasfêmia como crime internacional.

"Seria uma catástrofe para a esquerda se nos curvássemos perante a caça às bruxas e déssemos as costas para a comunidade muçulmana", diz Lindsey German, líder da Coalizão Parem a Guerra. "Quando socialistas e comunistas se uniram aos judeus em Londres nos anos 30 para resistir ao facismo, eles assim o fizeram porque perceberam que se não defendermos aqueles que estão sendo atacados hoje, seremos nós que estaremos sob ataque amanhã". Alguns comentaristas estrangeiros chegam a dizer que os muçulmanos possivelmente serão as vítimas de um "Novo Holocausto" na Europa.

As charges do jornal dinamarquês Jyllands-Posten foram consideradas exemplos cabais de "racismo cultural" que "legitima perseguições e em último caso, violência". Ou seja, criticar o Islã passou a ser expressão do racismo.

Há exatos 5 anos, em 09 de março de 2001 os talibãs explodiram a cabeça da maior das estátuas dos Budas de Bamiyan. Naquela época, nenhum líder muçulmano apareceu para falar de multiculturalimo ou liberdade religiosa.Em setembro do ano passado uma turba invadiu uma aldeia cristã de 300 pessoas na palestina, saquearam, roubaram e queimaram imagens da Virgem.

Os soldados americanos e britânicos são instruídos para demonstrar respeito pelos costumes e práticas muçulmanos. Se é verdade que há uma "cruzada contra o Islã" porque permitimos que eles pratiquem sua religião em nossos países, ainda que seus dogmas contradigam muitas das leis que regem as democracias? O politicamente correto é tão forte que até o Partido Republicano (EUA) e o Partido Conservador (Reino Unido) ficam receosos em publicar mensagens celebrando o Natal e a Páscoa, a fim de não ofender os muçulmanos. A polícia inglesa e a BBC (argh!) têm normas internas que proíbem o uso das palavras "muçulmano" e "terroristas" numa mesma frase. No caso da TV pública esquerdista, "terrorista" é uma palavra que sequer pode ser usada. Na França, eles podem inclusive ser poligâmicos, uma norma exclusiva para fiéis do Islã.

Esse não parece o retrato de uma minoria perseguida.

Velhos Budweisers | Thomas Sowell

No tempo do Império Habsburgo havia uma cidade na Boêmia chamada Budweis. As pessoas dessa cidade eram chamadas de budweisers e ela tinha uma cervejaria que produzia uma cerveja com o mesmo nome – mas diferente da americana Budweiser. Como muitas comunidades na Boêmia durante aqueles tempos, Budweis tinha uma população de ancestrais tchecos e alemães, que falava línguas diferentes, apesar de muitos serem bilíngües. Eles se davam muito bem e quase todos se consideravam budweisers, ao invés de tchecos ou alemães. Mas, isso mudou mais tarde – para pior – não só em Budweis, mas em toda a Boêmia. O prefeito de Budweis falava tanto tcheco quanto alemão, mas se negava a ser classificado como membro de um dos grupos. Ele afirmava que ‘somos todos budweisers’. Tal como com virtualmente todos os grupos, em virtualmente todos os países e em virtualmente todos os tempos, havia diferenças entre os alemães e tchecos. Os alemães tinham um maior grau de instrução, eram mais prósperos e mais proeminentes nos negócios e nas profissões. A língua alemã tinha, então, uma literatura mais rica e diversa, pois, as línguas eslavas adquiriram versões escritas séculos depois das línguas da Europa Ocidental. Toda a educação do povo, de qualquer etnia, se dava em alemão. Aqueles tchecos que desejassem subir aos altos escalões nos negócios, nas forças armadas ou nas profissões tinham de dominar a língua e a cultura alemã, para se relacionarem com aqueles já nos altos postos. Os povos de ambos os lados aprenderam a conviver com essa situação e os tchecos eram bem-vindos nos enclaves de cultura alemã quando eles dominavam essa cultura. Em Budweis eles podiam ser todos budweisers. Como em muitos outros países e épocas, o advento de uma nova classe intelectual no século XIX polarizou a sociedade por meio de uma política de identidade étnica. Em toda a Boêmia, a nova intelligentzia tcheca pressionava os tchecos a se considerarem tchecos, não boêmios ou budweisers, não qualquer outra coisa que pudesse transcender a sua identidade étnica. Começaram a exigir que as placas e sinais em Praga, que eram antes escritos em tcheco e alemão, fossem, agora, escritos apenas em tcheco. Começaram a exigir que certo percentual de música tcheca fosse executado pela orquestra de Budweiser. Apesar dessas demandas parecerem insignificantes, suas conseqüências não foram pequenas. O povo de ancestralidade alemã resistiu à classificação étnica, mas a intelligentzia tcheca insistia que os políticos tchecos os apoiassem nesse e em vários outros pontos, de pouca ou muita importância. Com o passar do tempo, os alemães também começaram, como autodefesa, a se considerarem alemães, ao invés de boêmios ou budweisers e a defenderem os interesses alemães. Essa polarização étnica no século XIX foi um passo fatal cujas conseqüências ainda não terminaram completamente, mesmo no século XXI. Um momento crucial foi o da criação da nova nação da Tchecoslováquia, quando o Império Habsburgo foi desmantelado depois da I Guerra Mundial. Os líderes tchecos declararam que a missão da nova nação incluía a correção da ‘injustiça social’ no sentido de ‘reparar os erros históricos do século XVII’. Quais foram esses erros? Os nobres tchecos que se revoltaram contra o Império Habsburgo no século XVII foram vencidos e tiveram suas terras confiscadas e dadas aos alemães. Presumivelmente, ninguém do século XVII ainda estava vivo quando a Tchecoslováquia foi criada no século XX, mas os nacionalistas tchecos mantiveram viva a antiga mágoa – tal como os ideólogos da identidade étnica têm feito em países em todo o mundo. Políticas governamentais criadas para desfazer a história, com tratamento preferencial para os tchecos, polarizaram aquela geração de tchecos e alemães. Reações alemãs amargas levaram a exigências de que a parte do país em que eles viviam fosse anexada à vizinha Alemanha. Disso veio a crise de 1938 que desmembrou a Tchecoslováquia na véspera da II Grande Guerra. Quando os nazistas conquistaram todo o país, os alemães dominaram os tchecos. Depois da guerra, a reação tcheca levou a expulsões em massa de alemães sob condições brutais, que custaram muitas vidas. Atualmente, refugiados na Alemanha ainda demandam restituição. Quem dera se as mágoas do passado fossem lá deixadas! Quem dera se eles tivessem todos permanecidos budweisers ou boêmios!

Fonte: Mídia Sem Máscara

quarta-feira, 8 de março de 2006

Qualquer semelhança não é mera coincidência


Muçulmanos não querem peça de Voltaire de 1741

"Posso não concordar com o que você diz, mas vou lutar até o fim para que você tenha o direito de fazê-lo"
Voltaire


Muçulmanos de uma cidadezinha no leste da França, na fronteira com a Suíça, Saint-Genis-Pouilly, querem a proibição de uma exibição da peça Fanatismo, ou Maomé o Profeta, escrita por um dos maiores nomes do Iluminismo em 1741.

"Essa peça... constitui um insulto à toda a comunidade muçulmana", diz uma carta enviada ao prefeito assinada por Said Akhrouf, francês de origem marroquina.

Não é a primeira vez que isso acontece. No começo dos anos 90 Herve Loichemol, diretor de teatro francês, quis encenar a peça para comemorar o trecentésimo aniversário do nascimento de Voltaire. A peça não foi apresentada, segundo autoridades genebrinas, por falta de recursos.

Na época, um ativista muçulmano acusou o diretor de "colocar mais um tijolo no edifício de ódio e rejeição em que os muçulmanos sentem que serão encarcerados".

Sobre essa "rejeição", publicarei um post adiante. Sobre as manifestações, um lamento. Como se já não fosse suficiente que os muçulmanos quisessem nos censurar no presente, agora também querem nos censurar no passado.

PT = Crime Eleitoral

O sempre bem informado Cláudio Humberto conta que no Acre do petista Jorge Viana as vítimas de enchente só recebem donativos se mostrarem o título de eleitor.

terça-feira, 7 de março de 2006

Meu Observatório

A revista IstoÉ traz, na capa desta semana, um chamado para uma reportagem sobre a gripe do frango. Natural. O que é natural é a maneira como a revista quercista trata o assunto.

50 milhões de mortos de acordo com a capa... Nem é preciso dizer que o tom do pânico e do exagero tomam conta da reportagem. Ela oferece mapas, infográficos, entrevistas, bem ao estilo dos teóricos da conspiração. Diz como temos que reagir, que remédios buscar, quais sintomas devem ser observados...

No entanto, até agora, só morreram 95 pessoas no mundo todo por causa dessa doença. Não basta pra se falar em pandemia. Morreram muito mais pessoas de cólera, febre amarela, dengue, malária, até mesmo de gripe normal, esses resfriados de fim-de-semana.

Esse é o armageddon da vez. Já houve tsunami, terremoto, vaca louca, pneumonia asiática. E em todas elas, o informativo da editora Três manteve o tom apocalíptico:

Sobre Guantánamo

O Estado de S. Paulo reproduziu nesse domingo (5/3) um artigo assinado por Thomas Wilner, advogado que representa prisioneiros kwaitianos detidos na prisão americana.

O texto leva o sugestivo nome de "Guantánamo: Gulag Americano", e o que se segue é um apanhado de citações onguistas que tentam colocar a detenção no mesmo patamar dos campos de serviços forçados da ex-URSS.

ONGs de Direitos Bandidos se preparam para (perdoem o termo) vomitar sobre nós depoimentos, números e estatísticas preparados (por eles mesmos) a fim de demonstrar que a região é o inferno na terra. Ou pelo menos piores que suas prisões vizinhas, as controladas pelo ditador Castro.

Por isso é curiosa a declaração (parcamente divulgada, claro) de que alguns prisioneiros não querem deixar a ilha. A Cruz Vermelha, a ONU, a Anistia Internacional, Tony Blair até agora não se pronunciaram quando foi divulgado que internos do Uzbequistão, Yemen, Argélia e Síria não querem voltar pra casa. As razões são óbvias:

Uma pessoa disse ao tribunal que tinha tanto medo de voltar à China que estava determinado a convencer os juízes sobre sua culpa. "Se eu voltar à China, vão me torturar cruelmente. Vão usar cães e vão arrancar as minhas unhas".

"Na China você desaparece em um porão e ninguém nunca mais vai ouvir falar de você", disse o advogado deles, Sabin Willett.

segunda-feira, 6 de março de 2006

A nova onda politicamente correta

Acabo se saber que as mulheres argentinas querem uma mudança na lei que regula os casamentos. De acordo com a lei vigente, quando uma mulher decide usar o nome do marido, deve usar o "de" antes dele. Por exemplo, se Alicia Hernández se casa com Alberto Dolina, passará a assinar Alicia Hernández de Dolina.

As argentinas - não todas, só as feministas - argumentam que a lei é machista, mais um exemplo da dominação masculina em nossa sociedade, e querem que a mulher possa escolher usar antes do sobrenome do marido não só "de", mas "e" e até "com".

Isso porque adotar o nome do marido não é obrigatório!

A onda de politicamente correto parece que não tem mais fim. Nos EUA, por exemplo, não se fala mais policeman ou congressman, mas police officer e member of the congress. E aquilo que você aprendeu na escola de inglês sobre Miss (solteiras) e Mrs. (casadas) não funciona mais. Agora são todas Ms.

Parece ridículo, mas até as Bíblias americanas foram adulteradas. Em Mateus 4:4, por exemplo, não se lê mais "Nem só de pão vive o homem", mas "Nem só de pão vive a pessoa". Até Jesus Cristo, de acordo com essa horda, é politicamente incorreto. Ele não falou "meus irmãos", não, nunca, mas "minha gente".

O que os ideólogos da esquerda linguística argumentam é que isso evita desentendimentos e contribui para um melhor convívio social.

Claro que todos nós queremos melhorar o convívio social. É por isso que vos apresento a Cartilha Púlpita do Politicamente Correto. Só porque fiquei com inveja do Lula.

facista : conservador;

moderado : liberal;

liberal : esquerdista;

esquerdista : comunista;

racista : 1. todo aquele que se opõe às ações afirmativas (cotas); 2. qualquer um que a Educafro não gosta;

sexista : aquele que não acredita que homens e mulheres são iguais;

homofóbico : qualquer um que os gays não gostam;

direitos dos gays : qualquer coisa que eles quiserem;

orientação sexual : homossexualidade;

opção sexual : homossexualidade, termo usado pelos não-esclarecidos;

direitos da mulher : aborto;

direitos reprodutivos : aborto;

liberdade reprodutiva : aborto;

direito de escolha : aborto;

liberdade de escolha : aborto;

direitos sobre o corpo : aborto;

responsabilidade sexual : 1. contracepção; 2. se a contracepção falhar, aborto;

mérito : não existe, devendo ser por isso substituídos por critérios que impliquem a diversidade;
ação afirmativa : uma política que tem por objetivo acabar com a discriminação por raça, sexo ou religião estabelecendo uma discriminação com base na raça, sexo ou religião;

direitos civis : 1. ação afirmativa; 2. cotas raciais; 3. cotas sexuais; 4. aborto;

discriminação : ato de assegurar privilégios para uma minoria;

maioria : opressores;

minoria : qualquer grupelho politicamente correto que alegue opressão;

suficiente : nunca;

mente aberta : pessoa que compartilha das opiniões politicamente corretas;

1, 2, 3...


"Nunca na história deste país", só para usar uma frase repetida a esmo por Lula Men$alão & Companheiro$ Limitado$, se gastou tanto dinheiro em publicidade. Em três anos de governo foram R$903,7 milhões, mais do que os oito anos de FHC (argh!) juntos. Claro que os órgãos de imprensa aliados do petismo viram suas fontes publicitárias aumentarem milagrosamente, podendo usar como exemplo o caso da "revista" panfletária CartaCapital, pra quem o mensalão não existe e a CIA organiza uma conspiração - que eles chamam de "golpe branco" - contra os "governos de esquerda latino-americanos".

Mas o que chama a atenção não é o volume dos gastos - quer dizer, não só isso. Será que nem mesmo com tanto dinheiro eles puderam contratar Washington Olivetto ou Nizan Guanaes para fazer campanhas? Porque, francamente, todas parecem ter sido criadas por um bando de alunos acéfalos de uma sexta série de escola pública do Piauí. A última obra que temos que aturar é a propaganda do livro didático. Você sabe, aquela do "1, 2, 3, toma conta desse livro...". Se você ainda não viu, pode fazer o download em http://portal.mec.gov.br/arquivos/midia/livro2.wmv.

A única resposta que não atenta à razão é que esse dinheiro não foi para as campanhas publicitárias, mas para os publicitários. Não qualquer publicitário, mas aqueles que prestam serviços exemplares, como um tal de Marcos Valério.

domingo, 5 de março de 2006

A bomba dos aiatolás

O que se pode esperar de uma ditadura islâmica brigada com a maior parte do mundo, cujo presidente já pediu que um outro país seja "riscado do mapa" e que tem como apoiadores gente do calibre de Hugo Chávez e Fidel Castro?

Antes de tudo, façamos uma breve retrospectiva:

Em agosto de 2002 o Conselho Nacional de Resistência do Irã, um grupo de oposição que funciona em Paris, denunciou que os clérigos de Teerã estavam interessados em desenvolver tecnologia nuclear e, partindo disso, possuir armas atômicas. Em dezembro, os EUA acusam o Irã de tentar produzir armas nucleares.

No dia 16 de junho de 2003 o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (em inglês, IAEA) declara que o Irã "deixou de relatar certas atividades com material nuclear". No entanto, a agência não considera que o Irã descumpriu o Acordo de Não-Ploriferação de Armas Atômicas. Em 31 de outubro a IAEA afirma que o Irã concordou em cooperar com as inspeções e em 11 de novembro declara que não há evidência de que o Irã esteja construindo armas nucleares. No entanto, os EUA declaram que não se pode confiar no relatório, que foi aprovado pouco depois pelas Nações Unidas.

Em junho de 2004 Kamal Kharrazi, ministro do exterior iraniano diz que não vai aceitar novas obrigações no que se refere ao seu programa nuclear. No dia 14 desse mês, a IAEA acua o Irã de cooperação "menos que satisfatória". No dia 27 o país rompe os lacres das centrífugas e volta a operar a centrífuga de Natanz. No dia 31 de julho Teerã afirma que voltou a enriquecer urânio. Em 18 de setembro a IAEA determina o fim das atividades nucleares iranianas. Três dias depois o Irã desafia a ONU e afirma que vai continuar suas pesquisas. Em 18 de outubro o governo passa a negociar com Reino Unido, Alemanha e França (EU3), mas afirma que nunca vai renunciar ao seu direito de enriquecer material atômico. No dia 24 a União Européia propõe um acordo em que garantiria tecnologia nuclear civil para o Irã em troca do fim das atividades com urânio. O país rejeita. Entretanto, em 15 de novembro os 4 países voltam a se reunir e o Irã anuncia que vai temporariamente interomper o enriquecimento de urânio até chegarem a um acordo. Seis dias depois Teerã tem permissão dos europeus para operar 24 centrífugas.

15 de agosto de 2005: é eleito presidente Mahmoud Ahmadinejad, que na sua plataforma prometia o desenvolvimento da indústria nuclear. Em 19 de novembro a IAEA acusa o Irã de impedir inspeções em suas centrais nucleares. O país confirma que voltou a trabalhar com urânio enriquecido.

Primeira pergunta: por que um país que é o 3.º maior produtor de petróleo do mundo e sentando sobre 10% das reservas do globo além de ter a segunda maior reserva de gás natural (atrás apenas da Rússia) precisa de energia nuclear?

Segunda pergunta: há limite para a estupidez de negociadores como esses da União Européia? O Irã diz que sua pesquisa tem fins pacíficos. A Europa diz "ok, se nós te dermos toda a tecnologia que a atividade nuclear necessita você interrompe as pesuisas?" e o Irã diz "não". Ora, é mais do que óbvio que não é a tecnologia pacífica o que eles querem. Até quem acredita em Paulo Maluf sabe o que está acontecendo.

Por isso não foi com surpresa que li uma matéria do The Sunday Telegraph, um dos melhores jornais escritos na língua de Shakespeare, noticiando uma palestra do negociador iraniano onde este explica como dobrou o Ocidente.

Hassan Rowhani disse que enquanto as conversas se desenrolavam em Teerã o governo ganhava tempo para terminar suas instalações nucleares. "Os americanos continuavam a dizer aos europeus, 'os iranianos estão mentindo e não lhes contaram toda a verdade'. Os europeus diziam 'nós confiamos neles'."

Amanhã a IAEA vai se reunir para decidir se envia ou não o caso do Irã para o Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde há a possibilidade de se declarar sanções. O Brasil faz parte da bancada que vai julgar o caso. Fica então a terceira pergunta: por que Lula não admitem inspeções da IAEA?

P.S.: O diretor-geral da Agência ainda é o mesmo El-Baradei. Que é aquele que ganhou o prêmio Nobel da Paz ano passado.

Alerta Vermelho!

A República Popular da China anunciou que seu orçamento militar crescerá 14,7% este ano, chegando a US$35 bilhões. A China tem o maior exército do mundo, com 2,5 milhões de soldados e desde o fim da Guerra Fria seus gastos militares chegam a dois dígitos bilionários, o que tem causado calafrios em seus vizinhos, que ainda não esqueceram o Tibet.

Ainda assim, a maioria dos cientistas políticos acredita - com razão - que os gastos militares da ditadura maoísta estão bem acima do que é divulgado, uma vez que esse número não inclui, por exemplo, compra de armas, mas apenas despesas como salários e combustível.

Nos últimos anos, Pequim têm investido maciçamente na compra de caças, submarinos e outros brinquedinhos hi-tech, com os quais sempre ameaça a democrática Taiwan.

Muita gente não sabe, mas os EUA têm por obrigação legal, aprovada no Capitólio, defender a ilha de Formosa de qualquer agressão chinesa. Na semana passada o Pentágono informou que no futuro a China terá um poderio militar capaz de confrontar as Forças Armadas americanas.

Kyrie Eleison.

sábado, 4 de março de 2006

Sexo vermelho

De acordo com os geneticistas, em situações naturais a natureza da mulher é capaz de estabelecer uma estatística de 105 nascimentos de bebês do sexo masculino para cada 100 de bebês do sexo feminino.

Em 1990 o economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel, alertou para a disparidade entre homens e mulheres nos países asiáticos, no que ele chamou de "fenômeno das 100 milhões de mulheres perdidas".

Na maior parte do globo o número de mulheres é maior do que o de homens. Na Europa essa vantagem é de 7%. Nos EUA chega a 3,4%. Mas nos países do sul da Ásia a situação se inverte de maneira drástica. Na China, por exemplo, o proporção de nascimentos de bebês do sexo masculino em relação aos nascimentos de bebês de sexo feminino é de 120 a cada 100, podendo ser ainda maior, como na região de Hubei, onde essa relação é de 135 a cada 100. Estatísticas de semelhante alarme podem ser encontradas em Taiwan (119 meninos a cada 100 meninas), Cingapura (118 a cada 100), Coréia do Sul (112 a cada 100) e partes da Índia (120 a cada 100). Países como China e Índia proibiram o uso da ultrassonografia para prever o sexo do bebê, mas a medida tem se mostrado inútil, uma vez que é comum o pagamento de propinas e de operadores que desconhecem a tal lei.

O resultado disso tudo é chocante: mulheres estão sendo seqüestradas e forçadas a se prostituir ou aceitar o que se pode chamar de "casamento coletivo", ou seja, uma mulher com vários maridos. Em 1990 de Amartya Sen a polícia chinesa relatou 65.236 ocorrências de rapto. Em 2002 um fazendeiro de Guangxi foi condenado por abduzir e vender mais de 100 mulheres, em valores que variavam entre US$120 e US$360.

O professor Martin Walker, da New School University in New York faz agora outro alerta. Em 2002 o presidente chinês Hu Jintao encomendou aos 250 maiores demógrafos do país uma pesquisa para avaliar o impacto da "política de filho único". De acordo com dados oficiais, são esperados 40 milhões de homens solteiros em 2020. O governo teme que isso crie instabilidade social. Como prova, argumentam que a criminalidade tem aumentado anualmente.

Esse é, com certeza, mais um argumento daqueles que não querem governos controle de natalidade, como eu. Esse talvez seja o exemplo de como os governos, de tão obcecados em obter total controle sobre seus cidadãos acabam acreditando que têm o poder de controlar a natureza.

sexta-feira, 3 de março de 2006

Qaddafi, o universalista


O ditador mandante da Líbia Muammar al-Qaddafi, amigão de Lula, e que segundo alguns investigadores da CPI dos Correios doou dinheiro para campanhas políticas - do PT, claro - se pronunciou hoje em Syrte contra o ex-ministro Roberto Calderoli. Pra quem não sabe, Calderoli, esse da foto, apareceu na televisão usando uma camiseta que trazia a tal caricatura de Maomé usando um turbante-bomba.

Segundo a Agência de Notícias Jana, Qaddafi chamou o ex-ministro de fascista, racista, colonialista e retrógrado. E também segunda consta, a Líbia pode pedir indenização por dano moral causado pelo passado colonial.

Ou seja, Qaddafi acusou um ministro de fascista, racista e pediu indenização. É como se Lula passase agora a exigir ética na política. Além do mais, que raios de mundo é esse que ainda dá ouvidos a gente como Qaddafi, Assad, Ahadinejad ou Bono Vox?

João Mellão Neto comentado

Surpreendente o artigo que O Estado de S. Paulo reproduz hoje, assinado pelo jornalista João Mellão Neto.

Mellão tem uma carreira jornalística exemplar, e sempre foi considerado um dos homens mais lúcidos do jornalismo e um dos poucos fora do petismo - claro, é o Estadão! Mas hoje achou que seria suficiente usar seu espaço semanal canonizando Bono Vox. O texto começa assim:

O irlandês Bono Vox, para quem não conhece, é o líder da melhor banda de rock do
momento, o U2, que esteve nestes dias no Brasil. Bono é diferente dos demais
roqueiros. Ele tem idéias e convicções políticas e se devota a elas com igual
afinco ao que dedica à música.

"Melhor banda de rock do momento"? Nada contra, há quem goste até de Sex Pystols. Bem diferente dos roqueiros? John Lennon, outro paspalho, foi quem inventou esse estilo de artista engajado. Bono é apenas uma cópia boquirrota daquilo que já era boquirroto por si só. Continuemos...

Por maior que seja o preconceito que as elites esclarecidas têm em relação ao
discernimento dos superastros em geral, o fato é que Bono é um caso especial.
Ele é recebido com respeito e reverência pelos chefes de Estado de todos os
países que visita. Ele tem o que dizer, e não se trata de trivialidades ou
lugares-comuns. Ele faz sucesso em Davos, por exemplo. E não é cantando que ele
conquista a austera platéia do Fórum Econômico Mundial. Bono é um ativista
político. E, como tal, um dos mais respeitados da atualidade.

Primeiro, não há prazer maior do que ser chamado de "elite esclarecida", ainda mais se é por causa de críticas a Bono Vox. "Bono é recebido com respeito e reverência pelos chefes de Estado de todos os países que visita". Bono adora viajar, é verdade. Aparece mais no Jornal Nacional do que no Multishow. E também, sempre que pode, aparece ao lado de algum político. Foi recebido por Lula. O MST também é. Visitou George W. Bush. Duvido que Bush tenha ouvido uma só palavra do que disse Bono. Aliás, duvido que algum político tenha ouvido Bono Vox. Morro de rir só de imaginar Lula recebendo o "companheiro Bono Vokf". Mas vale a foto estampada no jornal. E valeu uns ingressos para os Lulinhas. "(...) não se trata de trivialidades ou lugares-comuns". Perdoar a dívida da África, dos países pobres, proteger o mundo do capitalismo globalizante, os países ricos devem deixar de ver o mundo como um balcão de negócios... Para Mellão isso não é lugar comum. Só para ele. E Hugo Chávez. Sobre ser "um dos [ativistas políticos] mais respeitados da atualidade", francamente...

Ele se vale de sua imensa popularidade para divulgar os seus ideais.

Meu pai sempre me ensinou a duvidar dos que fazem elogios demais. E dos petistas. "Imensa popularidade" para divulgar seus ideais?

É uma pena que a mídia brasileira, com poucas exceções, quase nenhuma atenção
dedicou às idéias políticas de Bono Vox. Preferiu dar destaque à sua música.

O cara é um cantor, for God's sake. Ele veio aqui fazer um show - um show aliás não para os pobres do titio Bono, mas para a elite capitalista que pode pagar $200. Quer dizer então que quando Pavarotti vier a BH (para cantar com Roberto Carlos, é verdade, mas isso fica pra depois) vamos perguntar se ele vai apoiar Silvio Berlusconi para as eleições italianas. Quem matou Bia Falcão uma ova. Quero saber se Sílvio de Abreu prefere Serra ou Alckmin.

Se algum órgão de imprensa houvesse se disposto a entrevistá-lo (a sério) sobre
temas políticos, seus leitores teriam ficado surpresos com a propriedade e o
conhecimento de causa que Bono possui.

Essa fica pra vocês. Eu paro por aqui.

http://www.estado.com.br/editorias/2006/03/03/opi51633.xml (assinantes)