"Eu tenho um sonho no qual um dia esta nação se erguerá e viverá o verdadeiro significado de seu credo... que todos os homens são criados iguais.
Eu tenho um sonho de que algum dia, nas colinas vermelhas da Geórgia, os filhos dos escravos e os filhos dos senhores de escravos se sentarão juntos à mesa da fraternidade. Esta é a nossa esperança...
Eu tenho um sonho! Com esta fé eu volto para o Sul. Com esta fé, arrancaremos da montanha da angústia um pedaço da esperança. Com esta fé poderemos trabalhar juntos, orar juntos, ir juntos à prisão, certos de que um dia seremos livres...
Quando deixarmos o sino da liberdade tocar em qualquer vilarejo ou aldeia de qualquer estado, de qualquer cidade, neste dia estaremos prontos para nos erguer. Todos os filhos de Deus, brancos ou negros, judeus ou gentios, protestantes ou católicos, estarão prontos para dar as mãos e cantar aquele velho hino dos escravos."
Martin Luther King
Os franceses gostam de dizer que naquele país se governa à noite, enquanto o povo dorme. O pensamento adotado por nossa esquerda democrática, seja petista, seja social-democrata, adotou a França como modelo a ser seguido: todas as universidades nas mãos do governo, intervenção na economia e um gigantesco Estado de Bem-Estar Social. Se deu certo? Creio que um índice de desemprego a 11% responde à pergunta. Mas não é a negação liberal que preocupa mais esse blogueiro, ainda que me incomode - o que assusta é a mania de fazer política nos corredores escuros dos palácios...
Acabo de ler, por exemplo, que a Câmara dos Deputados aprovou um projeto, em caráter terminativo, que determina a reserva de 20% dos recursos do Programa do Seguro Desemprego para negros. Ou afrodescendentes, se assim quiserem. Foi assim também com o Estatuto da Igualdade Racial, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS) e com a lei das cotas em universidades federais. Todos em caráter terminativo, ou seja, aprova-se uma medida sem que ela seja levada ao plenário.
As três normas enumeradas acima tem mais em comum do que a demagogia: uma necessidade desesperada em evitar a discussão. Na última terça-feira, 25 de abril, isso ficou claro: manifestantes fantasiados impediram que opiniões contrárias às cotas fossem explicitadas. Os argumentadores foram vaiados, xingados e agredidos. Tudo isso aos gritos de "Não à intolerância"...
Pausa.
Não é difícil entender porque os cotistas evitam o debate: é porque eles perdem. Não há argumento que os dê razão. E eles sabem disso. Não são burros. São preguiçosos. Por isso não permitem que opiniões contrárias às suas sejam ouvidas. Por isso demonstram um ódio raivoso a quem consegue, racionalmente, provar que estão errados. O ex-ministro da Educação, sr. Tarso Genro, chamou-nos de facistas. Na internet, nos chamam de pequena burguesia, elite e riquinhos. Mas não combatem nossos argumentos. Não sei se é porque não podem, não conseguem ou não querem.
Nos Estados Unidos eu seria chamado um neocon, aqueles que na juventude flertaram com o esquerdismo, mas depois acordaram para a realidade. Na minha juventude - não que eu tenha saído dela, afinal de contas, ainda desfruto meus dezoito anos - gritei contra o neoliberalismo, protestei contra a privatização da Cemig e da Copasa, defendi o governador Itamar Franco em sua quixotesca briga com FHC. Até que endireitei, amadureci.
O que me fez acordar de um longo sonho canhotinho foi o desprezo incompreensível da esquerda pela História, essa com H maiúsculo. Quando passamos a estudá-la, ainda no Primário, nos disseram que aprendemos com o passado para não errar de novo no futuro. Mas porque mostrariam apreço pela História quando é justamente ela que nega tudo aquilo em que acreditam?
Os defensores das cotas têm um único argumento: as cotas, ao catapultarem pessoas para o ensino superior, acabará por criar uma classe média negra e eliminar o racismo de nossa sociedade. Na teoria seria assim. Mas na teoria o comunismo também funcionaria e eliminaria todos os males do mundo. A prática, no entanto, demole todo esse blablablá ideológico.
As ações afirmativas, aí inclusas além das cotas o Estatudo da Igualdade Racial, não são só inconstitucionais: são criminosas. O Brasil não é um país negro, nem um país mestiço. O Brasil não tem raça. Por décadas os movimentos negros repetiram a verdade indubitável, não existem raças. Antes lutavam para ser iguais, agora lutam para ser diferentes. E isso não é bom.
O Estatuto, que já foi aprovado no Senado Federal, determina que o registro da cor do indivíduo esteja presente em todos os documentos oficiais: carteiras de identidade, de motorista, de trabalho, certidão de nascimento. Todos os documentos de saúde pública devem informar a cor do paciente. Era assim na Alemanha Nazista e na África do Sul do apartheid.
Mas a coisa, acreditem!, pode piorar. As empresas deverão, ainda segundo a lei, manter em cadastro a cor dos funcionários porque, vejam só!, o governo oferecerá benefícios para quem empregar negros! Há algumas semanas, num programa de televisão que tratava sobre o assunto, uma mocinha disse que tudo o que os negros querem são direitos iguais... Pois é, minha cara, e não só eles.
Os maiores ídolos de movimentos negros são, com razão, Martin Luther King e Nelson Mandela. Ambos tinham uma mensagem em comum: brancos e negros são irmãos, brancos e negros são iguais. Ambos ganharam o Prêmio Nobel da Paz. Outros que pregavam a separação dos negros, como Malcom X e Stokely Carmichael, foram esquecidos pela História.
"Os Meninos do Brasil" é o nome de um livro de autoria do novelista americano Ira Levin. Na estória, o Anjo da Morte, Dr. Josef Mengele, tem no Brasil uma série de clones de Adolf Hitler, na esperança de que um deles venha a conduzir o mundo novamente para o Reich. Com tanta gente querendo dividir os brasileiros entre brasileiros brancos e brasileiros negros, querendo que o Estado venha a proteger uma raça em detrimento de outra, querendo que se mande às favas a igualdade jurídica em nome de uma igualdade "racial", talvez a ficção não esteja tão distante assim da realidade.
Com toda a certeza, Kyrie Eleison.
Eu tenho um sonho de que algum dia, nas colinas vermelhas da Geórgia, os filhos dos escravos e os filhos dos senhores de escravos se sentarão juntos à mesa da fraternidade. Esta é a nossa esperança...
Eu tenho um sonho! Com esta fé eu volto para o Sul. Com esta fé, arrancaremos da montanha da angústia um pedaço da esperança. Com esta fé poderemos trabalhar juntos, orar juntos, ir juntos à prisão, certos de que um dia seremos livres...
Quando deixarmos o sino da liberdade tocar em qualquer vilarejo ou aldeia de qualquer estado, de qualquer cidade, neste dia estaremos prontos para nos erguer. Todos os filhos de Deus, brancos ou negros, judeus ou gentios, protestantes ou católicos, estarão prontos para dar as mãos e cantar aquele velho hino dos escravos."
Martin Luther King
Os franceses gostam de dizer que naquele país se governa à noite, enquanto o povo dorme. O pensamento adotado por nossa esquerda democrática, seja petista, seja social-democrata, adotou a França como modelo a ser seguido: todas as universidades nas mãos do governo, intervenção na economia e um gigantesco Estado de Bem-Estar Social. Se deu certo? Creio que um índice de desemprego a 11% responde à pergunta. Mas não é a negação liberal que preocupa mais esse blogueiro, ainda que me incomode - o que assusta é a mania de fazer política nos corredores escuros dos palácios...
Acabo de ler, por exemplo, que a Câmara dos Deputados aprovou um projeto, em caráter terminativo, que determina a reserva de 20% dos recursos do Programa do Seguro Desemprego para negros. Ou afrodescendentes, se assim quiserem. Foi assim também com o Estatuto da Igualdade Racial, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS) e com a lei das cotas em universidades federais. Todos em caráter terminativo, ou seja, aprova-se uma medida sem que ela seja levada ao plenário.
As três normas enumeradas acima tem mais em comum do que a demagogia: uma necessidade desesperada em evitar a discussão. Na última terça-feira, 25 de abril, isso ficou claro: manifestantes fantasiados impediram que opiniões contrárias às cotas fossem explicitadas. Os argumentadores foram vaiados, xingados e agredidos. Tudo isso aos gritos de "Não à intolerância"...
Pausa.
Não é difícil entender porque os cotistas evitam o debate: é porque eles perdem. Não há argumento que os dê razão. E eles sabem disso. Não são burros. São preguiçosos. Por isso não permitem que opiniões contrárias às suas sejam ouvidas. Por isso demonstram um ódio raivoso a quem consegue, racionalmente, provar que estão errados. O ex-ministro da Educação, sr. Tarso Genro, chamou-nos de facistas. Na internet, nos chamam de pequena burguesia, elite e riquinhos. Mas não combatem nossos argumentos. Não sei se é porque não podem, não conseguem ou não querem.
Nos Estados Unidos eu seria chamado um neocon, aqueles que na juventude flertaram com o esquerdismo, mas depois acordaram para a realidade. Na minha juventude - não que eu tenha saído dela, afinal de contas, ainda desfruto meus dezoito anos - gritei contra o neoliberalismo, protestei contra a privatização da Cemig e da Copasa, defendi o governador Itamar Franco em sua quixotesca briga com FHC. Até que endireitei, amadureci.
O que me fez acordar de um longo sonho canhotinho foi o desprezo incompreensível da esquerda pela História, essa com H maiúsculo. Quando passamos a estudá-la, ainda no Primário, nos disseram que aprendemos com o passado para não errar de novo no futuro. Mas porque mostrariam apreço pela História quando é justamente ela que nega tudo aquilo em que acreditam?
Os defensores das cotas têm um único argumento: as cotas, ao catapultarem pessoas para o ensino superior, acabará por criar uma classe média negra e eliminar o racismo de nossa sociedade. Na teoria seria assim. Mas na teoria o comunismo também funcionaria e eliminaria todos os males do mundo. A prática, no entanto, demole todo esse blablablá ideológico.
As ações afirmativas, aí inclusas além das cotas o Estatudo da Igualdade Racial, não são só inconstitucionais: são criminosas. O Brasil não é um país negro, nem um país mestiço. O Brasil não tem raça. Por décadas os movimentos negros repetiram a verdade indubitável, não existem raças. Antes lutavam para ser iguais, agora lutam para ser diferentes. E isso não é bom.
O Estatuto, que já foi aprovado no Senado Federal, determina que o registro da cor do indivíduo esteja presente em todos os documentos oficiais: carteiras de identidade, de motorista, de trabalho, certidão de nascimento. Todos os documentos de saúde pública devem informar a cor do paciente. Era assim na Alemanha Nazista e na África do Sul do apartheid.
Mas a coisa, acreditem!, pode piorar. As empresas deverão, ainda segundo a lei, manter em cadastro a cor dos funcionários porque, vejam só!, o governo oferecerá benefícios para quem empregar negros! Há algumas semanas, num programa de televisão que tratava sobre o assunto, uma mocinha disse que tudo o que os negros querem são direitos iguais... Pois é, minha cara, e não só eles.
Os maiores ídolos de movimentos negros são, com razão, Martin Luther King e Nelson Mandela. Ambos tinham uma mensagem em comum: brancos e negros são irmãos, brancos e negros são iguais. Ambos ganharam o Prêmio Nobel da Paz. Outros que pregavam a separação dos negros, como Malcom X e Stokely Carmichael, foram esquecidos pela História.
"Os Meninos do Brasil" é o nome de um livro de autoria do novelista americano Ira Levin. Na estória, o Anjo da Morte, Dr. Josef Mengele, tem no Brasil uma série de clones de Adolf Hitler, na esperança de que um deles venha a conduzir o mundo novamente para o Reich. Com tanta gente querendo dividir os brasileiros entre brasileiros brancos e brasileiros negros, querendo que o Estado venha a proteger uma raça em detrimento de outra, querendo que se mande às favas a igualdade jurídica em nome de uma igualdade "racial", talvez a ficção não esteja tão distante assim da realidade.
Com toda a certeza, Kyrie Eleison.
3 comentários:
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Primeiro: Vc elicita uma "esquerda" que não condiz com a realidade. Não faça do seu site um reduto de contos anti-esquerda, isso é deprimente. Vc tem potencial para criticar os fatos sem deturpá-los. A frase: "Até que endireitei, amadureci" é uma tentativa fulgaz de derrubar um argumento pela crítica vazia.
Segundo: "não são só inconstitucionais: são criminosas" Vc já leu o código penal? Sabe o que é crime? Novamente vc deprecia o seu "oponente" do diálogo tentando depreciá-lo. "criar uma classe média negra" Pela frase entende-se que não existe classe média negra, vc já se perguntou porque?
Terceiro: Eu pessoalmente gostei do texto apesar do pontos supracitados. Esse tendência que qualquer visão anti-cotas seja racista é radical e tem se tornado frequente nos debates. Todavia, sou branco e estudei em escolas boas de Brasília, completei 2 cursos de graduação mas não vejo entre meus amigos negros (que são poucos) essa expressão social, os caseiros e seguranças das casas da minha rua são negros ou nordestinos. No Pier, vejo geralmente pessoas iguais a mim, poucos são os negros nesses locais. As meninas negras que namorei eram motivo de chacota de conhecidos meus. Fora o fato de que a verdadeira cota está no Ensino Médio. Eu acredito que a expressão que a universidade dará aos negros egressos será ínfima se comparada com um ensino médio abrangente.
Primeiro: Está mais do que claro que tal medida de benefício especial em função da raça (ou aparência) da pessoa é um atentando contra a merítocracia e é crime de discriminação racial o qual está previsto na forma de lei. (agora se a lei vale somente para um lado, essa lei precisa ser extinta ou revisada).
Segundo: Se o governo não é capaz de tratar as pessoas de forma justa e igualitária, e para isso precisa discriminar racialmente as pessoas e sair classificando por raça as pessoas e negar a existência da mesma, um governo e tais leis não servem para atender a sociedade por que é um governo hipócrita.
Terceiro: Se a pessoa é branca, oriental, negra, ou seja qual for a ascendência, as opiniões das mesmas são invioláveis e é inaceitável que se incrimine opiniões. Ficou provado que essas leis anti-racismo não foram feitas para punirem racistas, mas para punirem somente brancos, e se tais leis só servem para um lado, devem ser derrubadas.
Quarto: Utilização do aparelho estatal para classificar racialmente e excluir pessoas em função da aparência e criação de delegacias "anti-racismo” são nada mais do que propaganda moralista e é polícia do pensamento, e nós como Brasileiros e amantes da liberdade e inimigos da opressão temos que repudiar e não aceitar essas imposições oriundas de pessoas e movimentos com aspirações opressoras e totalitárias.
Quinto: Não é governo ou uma classe de homens que são os “donos da verdade”. Todas as opiniões deveriam ser invioláveis, mas a opinião que os politicamente corretos consideram “racista” essa tem que ser incriminada principalmente quando é um branco que emite. Isso é falso moralismo e um país e políticos que compactuam com isso são mais corruptos ainda.
Eu ainda acredito que vivemos em uma democracia ...portanto condeno veementemente toda e qualquer política de benefício racial .
Todas as pessoas são iguais, partindo desse pressuposto, cotas para negros são um atentado à constituição e principalmente à razão humana.
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