Gilles Gomes de Araújo Ferreira

domingo, 4 de junho de 2006

A vantagem eleitoral de Luís Inácio

Minas Gerais, 4 de junho de 2006



O tucanato, pelo menos a sua alta cúpula, está certa da reeleição do Presidente. Segundo conversas furtivas que permeiam entre os líderes do centrismo politicamente correto, a indicação do sr. Geraldo Alckmin para concorrer contra o sr. Luís Inácio foi um blefe para preservar tanto o Prefeito José Serra quanto o Governador Aécio Neves, que não querem nem ouvir falar de vitória tucana. Seria o fim de seus projetos de poder.

Lula tem o mito, já mencionei em post anterior. Mas não é só a fantasia. "É a economia, estúpido". O ex-Presidente Fernando Collor de Mello não foi "impichado" por que foi corrupto. Todos os nossos Chefes de Estado desde Deodoro da Fonseca foram. Esse foi apenas o estopim. O sr. Collor caiu por causa de uma inflação galopante e sufocante. E também porque tinha como algozes a esquerda raivosa petista. Os radicais são os piores. Robespierre que os diga.

Lula plagiou a política econômica do Governo FHC? Claro que não. FHC era "neoliberal". Lula é o pai dos pobres. Só isso os diferencia. Os liberais econômicos defendem que os governos gastem menos para que cobrem menos impostos e deixe a população com mais dinheiro. Os economistas petistas assaltam os pobres com impostos acintosos para depois devolvê-los, deixando os pobres com mais dinheiro. Por que não abaixam impostos de uma vez por todas então? Porque aí não haveria lugar para o coração grande de S. Exa. Da maneira como estão as coisas, acabam acreditando que o sr. Luís Inácio vela por eles. Pobres pobres.

Mas não é só isso. Há inflação baixa, crédito consignado, novos empregos. Claro que é um modelo econômico que não se sustenta no longo prazo. Mas quem se preocupa com o longo prazo? As eleições serão realizadas em quatro meses.

"Ah, mas os brasileiros se revoltaram com a corrupção"! De que brasileiros está falando, Alice? De acordo com a última pesquisa Ibope foram os escândalos políticos que fizeram com que o sr. Luís Inácio ficasse popular entre os pobres. O Presidente, enquanto candidato, era popular com a imprensa - claro, era esquerda -, os artistas - claro, era esquerda -, os intelectuais - idem -, mas nunca com "as massas", que são notadamente conservadoras. Os brasileiros não querem saber de combate à corrupção, afinal de contas têm a esperança de um dia poder se beneficiar dela.

Mas não se desespere. Se mais quatro anos vendo estrelas te aterrorizam, tente ver as coisas desse ângulo: podia ser pior. Veja o caso do Peru. Estão concorrendo os srs. Alan García e Ollanta Humala. Um foi presidente, tendo o mandato marcado por ineficiência e corrupção. O outro é um radical esquerdo-populista. Em outras palavras, terão que escolher entre Lula e Chávez.

Kyrie Eleison.

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