Gilles Gomes de Araújo Ferreira

quarta-feira, 28 de junho de 2006

Sejamos educados

Minas Gerais, 28 de junho de 2006

O sr. Gilberto Dimenstein é editorialista da Folha de S. Paulo e do portal do jornalão na internet Folha Online. Na terça-feira escreveu um artigo para exaltar o Presidente. Intitulado "Lula acertou", o escrito glorifica o agora candidato por ter colocado a educação como prioridade em sua campanha pela reedição. "É um avanço um candidato à Presidência, com tamanha chances de vitória, afirmar que a educação não é uma das prioridades, mas a prioridade".

A presença da Síndrome de Pedro Álvares Cabral mostra que o sr. Dimenstein segue à risca a cartilha do lulismo. O artigo nos leva a crer que "nunca antes neste país" um candidato à Presidente da República discursou sobre as benesses da educação. Ora, no dia anterior o candidato pelo PDT sr. Cristovam Buarque foi sabatinado no programa Roda Viva da TV Cultura. O tema central da campanha é justamente a educação.

Claro que os projetos educacionais do sr. Buarque são questionáveis. Defende um modelo de educação centralizado, bem ao gosto dos stalinistas. Também advoga pela criação de um Ministério da Educação Básica - mais cabides, por favor -, uma vez que os recursos destinados a este setor acabam por ser desviados para as universidades públicas. Eu consideraria mais sensato acabar com todas elas. O pedetista também não tem muito o que mostrar de sua gestão como Ministro. Ao invés de administrar, preferiu organizar manifestos de estudantes por mais verbas. Substituiu o Provão por uma certa Paideia, cuja diferença reside em que o novo exame avalia a "responsabilidade social" das universidades.

O próprio sr. Luís Inácio, durante a campanha de 2002, colocou como prioridades de seu futuro governo o investimento no setor produtivo, educação, ciência e tecnologia. Em 2003 o então secretário-geral do PT sr. Silvio Pereira admitiu em entrevista à revista Época que "o PT não tinha um projeto de governo, tinha um projeto de poder". Claro que àquela época ninguém se escandalizou. Tanto é que continuam a dar crédito ao partido.

Será que o sr. Luís Inácio é a pessoa mais indicada para fazer apologia da educação? Quer dizer, ele sempre se orgulhou por tê-la desprezado! Por 12 anos o sr. Lula tentou ser o Supremo Mandatário da Nação, e em nenhum deles cogitou sentar-se num banco de escola. Ou abrir um livro. Pior do que isso, só mesmo Mr George W. Bush, que consolou alunos que tiram C nas provas afirmando que eles podem vir a ser Presidentes dos EUA.

Na segunda-feira, por exemplo, a Rainha Elizabeth II recebeu no Palácio de Buckingham 2.000 crianças de todas as partes do Reino Unido. Durante o dia, os infantes puderam conversar com a autora da série Harry Potter, Dame J.K. Rowling, e circular pelos pátios do palácio em companhia de personagens famosos da literatura infantil, como o Chapeleiro Maluco e Mary Poppins. Ao final do dia Sua Majestade afirmou que espera que "este evento faça com que vocês e muitas outras crianças descubram o prazer da leitura". Alguém imagina o Presidente, em sã consciência, encorajando futuros leitores?

O fato de a educação ter entrado no rol dos projetos de campanha não significa absolutamente nada. Há décadas os candidatos também prometem reduzir a carga tributária, os juros, combater a corrupção etc.

E mesmo que a preocupação com a educação por parte dos partidos seja verdadeira, há que se notar que não há uma unanimidade. Mr Ludwig von Mises, libertário por excelência, era absolutamente contrário aos investimentos do Estado na educação. De acordo com os economistas, essa era uma função que deveria ser relegada exclusivamente aos pais.

O sr. Roberto Campos duvidava das associações entre desenvolvimento e investimento em educação: "A educação não garante o progresso, pois a Rússia entrou em colapso anos após realizada a fórmula de Lenin: educação mais eletrificação".

Já o imortal sr. Paulo Francis acreditava na educação, mas criticava o descaminho que as novas pedagogias provocaram: "Educação era a transmissão de um acúmulo de conhecimentos. Hoje, é uma adulação da juventude, que supostamente deve fazer o que bem entende, estar na sua, como dizem, e o resultado é que os reitores de universidades sugerem que não haja mais nota mínima de admissão, que se deixe entrar quem tiver nota menos baixa. Deve haver exceções, caso contrário o mundo civilizado acabaria, mas a crise é real, denunciada por gente como o príncipe Charles, herdeiro do trono inglês, e por intelectuais como Alan Bloom, que consideram a universidade perdida nos EUA. No Brasil, houve a Reforma Passarinho nos anos 60. A ditadura militar tinha o mesmo vício da esquerda. Queria ser popular. Era populista. Quis facilitar o acesso universitário ao povo, como resa o catecismo populista. Ameaça generalizar o analfabetismo".

Ninguém precisa ler Olavo de Carvalho para saber que a universidade se tornou o asilo preferido da esquerda burra - sim, há uma esquerda inteligente, acredite! Se na economia o projeto esquerdista de intervenção do Estado para provocar a economia acaba por sufocá-la, as propostas do setor para a educação acabou por transformar a escola num centro de formação de mal-educados.

Por não entender o verdadeiro significado da igualdade, acabou por perseguir todo vestígio de hierarquia. Transformando professores e alunos em iguais, acabou por fazer perder o respeito destes para com aqueles. Indisciplina, insultos, agressão física e verbal, tornaram-se padrão. Mas como a predominância da esquerda não é privilégio nosso, problemas dessa estirpe também estão sendo sentidos em outras partes do mundo.

Mr Peter Hitchens, colunista do jornal inglês Daily Mail, criticou duramente os conservadores por terem abandonado a proposta de restabelecer o ensino de gramática nas escolas públicas britânicas. Em terras brasileiras, circulou há pouco um memorando orientando os professores das escolas públicas a não prestarem muita atenção na ortografia e na gramática dos estudantes, com a justificativa de que isso "é coisa de burguesia".

Em Portugal, depois de décadas de domínio das esquerdas no debate político do país a direita voltou ao poder. No Diário de Notícias desta quarta-feira o sr. Vasco Graça Moura chama as escolas de "depósitos de delinquentes" e critica a falta de pulso para lidar com a desordem.

"É claro que essa saída existiria sem dificuldades no domínio do politicamente incorreto", escreve antes de defender a volta dos castigos físicos nas escolas, medidas que já considero extremadas. Isso no entanto não impede que concordemos com outro ponto da opinião do colunista, mais um elogio a um livro, A Pedagogia do Avestruz, que não encontrei disponível no Brasil: "A 'pieguice pedagógica' não tem pés nem cabeça, o bom selvagem de Rousseau não existe e a 'questão dos aberrantes e politicamente correctos castigos pedagógicos é toda ela pensada a partir de uma visão demasiado optimista da condição humana e da vida social, como toda a actual filosofia do ensino".

Albert Einstein dizia que a educação é tudo aquilo que resta depois que você esquece tudo o que aprendeu na escola. Não é para tanto. Tive a sorte de ter excelentes professores, e assim como os cidadãos de bem, são mais vítimas do que culpados pela situação. Sempre que alguém se propõe a melhorar a educação parte logo para "atualizar" ou "formar" os professores, colocando-os no centro do problema, e não da solução. Afinal de contas, é por causa deles que você pode ler isso.

O Brasil é um atentado à inteligência.
Kyrie Eleison.

terça-feira, 27 de junho de 2006

quinta-feira, 22 de junho de 2006

Longas pernas da mentira

Minas Gerais, 22 de junho de 2006

"Onde livros são queimados, cedo ou tarde, homens serão queimados".
Heirinch Heine


Alguns de vocês podem ponderar que não é mais do que coincidência. Eu discordo. Não acredito em coincidências. Nem eu nem os eternos defensores das teorias conspiratórias. Mas vamos ao que interessa.

Na segunda-feira em que foi anunciado o fim da Primeira Leitura - o melhor e mais bem escrito periódico deste lado do Equador - o sr. Reinaldo Azevedo, diretor de redação do site e da revista, assinou artigo no jornal O Estado de S. Paulo intitulado "A fábula petista e o demônio totalitário". No escrito, compara o novo PT ao Moderno Príncipe de Gramsci para evidenciar como a liderança petista vai instituindo uma, digamos, ditadura democrática. O partido se esforça para mostrar uma face democrática e plural enquanto na verdade mantém a mesma retórica social-totalitarista.

Implodem a democracia por dentro, através de pequenos ataques que vão minando suas estruturas. Primeiro, concentra-se todo o poder público nas mãos do Executivo. Segundo, aparelha-se os tribunais com aliados da causa (a propósito, o sr. Ministro da Justiça também publicou escandaloso artigo no mesmo jornal, mas isso fica pra depois). E terceiro, deslegitima-se o Parlamento, seja subornando, seja atrofiando suas estruturas com Medidas Provisórias. Para explicar-lhes como isso termina, peço ajuda a Robert Maynard Hutchins:

A morte da democracia não será provavelmente devida ao assassinato por
emboscada. Ela será antes, uma extinção lenta, devido à apatia, à indiferença e
à falta de sustentação.


A morte de Primeira Leitura ensina-nos uma moral: seja esquerda. Quer o poder? Simples. Defenda o pensamento unitário do humanismo marxista. Acuse a direita de truculência, violência. Coloque a si mesmo ao lado do povo, diga que trabalha em nome do povo. E que o povo só é feliz quando consciente. E que o povo só será consciente quando perceber que não há saída que não seja a revolução.

Quer ser admirado, ouvido, publicado? Fácil. Defenda um socialismo não-marxista, ou capitalismo social. Exalte a Revolução Francesa como fonte primeira da democracia mundial e dos princípios humanistas (eles, de novo!). E tome o cuidado de esconder Napoleão e os jacobinos, fica mais bonito na foto. Deboche da perversidade e o atraso de mentalidade dos americanos, chama-os de gananciosos. Defenda a democracia, mas permita escorrerem algumas lágrimas ao canto do olho quando ouvir o marchar de botas em Havana.

Mas antes de tudo, aprenda a arma fundamental da esquerda: a mentira. A banda canhotinha sabe que suas idéias não se sutentam. Por isso partem para a dissimulação mais atrevida e descompromissada. Em 1889 o Partido Republicano completou 30 anos. Nas eleições daquele ano não conseguiu eleger mais do que dois deputados. A saída? A pura e simples dissimulação. Acusaram o Imperador Dom Pedro II de senilidade e loucura. Acusaram a Princesa Isabel de excessiva religiosidade (pois é, naquela época já era pecado). No final, mentiram para os militares sobre a prisão de Deodoro da Fonseca. E mentiram para Deodoro sobre sua prisão por ordem de Sua Majestade. E Deodoro derrubou o Imperador a quem jurara lealdade no dia anterior.

M. Jean-Paul Sartre pedia que as pessoas mentissem sobre os crimes de Stálin a fim de não desanimar os revoltosos. Michael Moore mentiu que a rede de TV FoxNews declarou a vitória de George W. Bush na Flórida. E mentiu quando afirmou que a recontagem feita por jornais fez vitorioso Al Gore em todos os cenários. E mentiu ainda quando disse que Bush passou metade dos oito primeiros meses de governo em férias. E mentiu mais quando afirmou que a Embaixada da Arábia Saudita recebe proteção especial.

Ora, e quem não se lembra da perseguição sistemática por parte de um procurador do Ministério Público ao sr. Eduardo Jorge? O tal procurador, que já foi filiado ao Partido dos Trabalhadores, acredita que "os ricos são naturalmente maus, e os sindicalistas e sem-terra são naturalmente bons, porque são pobres.

Certa feita, organizando um concurso para ocupação de um alto cargo da República, o sr. Eduardo Jorge, de posse da lista de aprovados, foi surpreendido com o nome do irmão em primeiro lugar. Ele acabou por nomear o segundo colocado. Claro que histórias assim não estiveram presentes durante os cinco anos em que durarou o processo contra o então Secretário da Presidência. E que ao final do mesmo, provou não haver provas.

Denúncia semelhante atingiu a Primeira Leitura. Com o mesmo descompromisso com a verdade, a mesma irresponsabilidade. Uma estatal aparece como anunciante logo da revista "tucana"? Que outra conclusão poderiam ter feito? É curioso notar, no entanto, que o mesmo jornalão, situado à centro-esquerda politicamente corretíssima, apareceu na lista de pagamentos da empresa SMP&B, que pertence a um carequinha muito amigo do Poder. E as mesmas conclusões não foram feitas.

E não poderiam. Afinal de contas, já dizia o saudodo sr. Roberto Campos, "o Brasil é o único país do mundo onde ser de esquerda ainda dá uma conotação de prestígio". O esquerdista faz parte de uma casta superior de homens bem-intencionados. Quem gosta de dinheiro é a direita capitalista...

O Brasil é um atentado à inteligência.
Kyrie Eleison.

segunda-feira, 19 de junho de 2006

A vida como ela é...

Ah, os nossos libertários! Bem os conheço, bem os conheço. Querem a própria liberdade! A dos outros, não. Que se dane a liberdade alheia. Berram contra todos os regimes de força, mas cada qual tem no bolso a sua ditadura

Com o tempo e o uso, todas as palavras se degradam. Por exemplo: — liberdade. Outrora nobilíssima, passou por todas as objeções. Os regimes mais canalhas nascem e prosperam em nome da liberdade

Nelson Rodrigues (1912 - 1980)

sábado, 17 de junho de 2006

17 de junho, aniversário oficial de Sua Majestade

Elizabeth II tinha dez anos quando soube que o tio, o Rei Edward VIII, havia renunciado, o que a colocava em linha direta de sucessão ao trono inglês:
- Quer dizer então que você será a próxima Rainha?, perguntou sua irmã, a Princesa Margareth, Condessa de Snowdon.
- Sim, um dia, respondeu.
- Pobre coitada.

Mais detalhes clique aqui.

quinta-feira, 15 de junho de 2006

10 anos sem Ella

Ella Fitzgerald (1917 - 1996)

domingo, 11 de junho de 2006

Aniversário do Príncipe Henrik, da Dinamarca

Nascido Conde Henri Marie Jean André de Laborde de Monpezat, em 11 de junho de 1934, na França, filho do Conde André de Laborde de Monpezat e de Renée Doursenot, o Príncipe Henrik é o consorte da Rainha Margrethe II da Dinamarca.

Viveu no Vietnã até os cinco anos, em virtude dos negócios da família no sudeste asiático. Retornou a Hanói em 1950, onde terminou os estudos. Entre 1952 e 1957 estudou Direito e Ciência Política na Universidade Sorbonne, e Chinês e Vietnamita na École Nationale des Langues Orientales. Também estudou em Hong Kong (1957) e Saigon (1958).

Uniu-se ao exército francês na Algéria (ou Argélia) em 1959 e em 1962 ingressou no Ministério das Relações Exteriores da França, trabalhando como secretário da embaixada em Londres até 1967.

Em 10 de junho de 1967 casou-se com a Princesa Margrethe, herdeira do trono dinamarquês. Depois do casamento seu nome foi "traduzido" para o dinamarquês: Henrik. Tiveram dois filhos: o Príncipe Frederik e o Príncipe Joachim.

O Príncipe-consorte, além do francês, sua língua natal, é fluente em inglês, chinês e vietnamita. Sobre o dinamarquês, ainda recebe algumas críticas por causa do sotaque. Recentemente Sua Alteza também gerou comentários ao afirmar que adora comer cachorros.

Assim como a Rainha, o Príncipe é responsável por um grande número de traduções e publicações literárias, entre elas, Tous les hommes sont mortels, de Simone de Beauvoir.

sábado, 10 de junho de 2006

Aniversário do Príncipe Philip, Duque de Edimburgo

Não deve ser muito confortável ser casado com a mulher mais poderosa do mundo. Todavia, ele consegue desempenhar com maestria o papel de consorte de Elizabeth II, com quem é casado há 58 anos. O que não o impede de ser chamado, às vezes, de maneira não muito decorosa, de "o grego".

O Príncipe Philip nasceu aos 10 dias do mês de junho no seio da dinastia Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glüksburg, de onde também vieram a Rainha Margrethe II da Dinamarca e a Rainha Sofia de Espanha. Filho do Príncipe e da Princesa Andrew da Grécia e Dinamarca, teve como avós paternos o Rei George I e a Rainha Olga, da Grécia, e como avós maternos os Marqueses de Milford Haven. Era ainda sobrinho da Rainha Louise da Suécia.

Foi batizado poucos dias depois na Igreja de St. George, na ilha de Corfu, na Grécia. A família permaneceu na ilha ainda por 18 meses. O país balcânico passava por períodos tensos, e esperava-se a queda da monarquia em pouco tempo. Em 22 de setembro o Rei Constantino I foi forçado a abdicar. Uma corte revolucionária sentenciou o Príncipe Andrew à morte. A família foi salva pelo Rei George V da Inglaterra, que ordenou o resgate da família pela Royal Navy.

Mudaram, então, para Paris. No exílio, o casamento do Príncipe e da Princesa Andrew começou a ruir. O Príncipe tornou-se um ébrio e um jogador compulsivo. A Princesa perdeu a estabilidade mental e foi internada. Recuperada, tornou-se religiosa. Não foram presentes na vida dos filhos.

A educação de Philip começou numa escola americana em Saint-Cloud. Sua avó, a Marquesa de Milford Haven, no entanto, advertiu a filha para que ele fosse educado na Inglaterra. Foi então estudar na escola Cheam. Aos doze anos se mudou para a Alemanha estudar na Schule Schloss Salem. A escola era administrada por Kurt Hahn, a princípio um defensor e posteriormente um dos maiores críticos do nazismo. Quando Hitler ascendeu ao poder, em 1933, Hahn, que era judeu, fugiu para a Escócia, onde fundou Gordonstoun. O Príncipe também saiu da Alemanha, em 1936 para a Escócia, para Gordonstoun. Ali foi o capitão das equipes de hóquei e críquete. Suas lembranças da escola são tão positivas que colocou seus três filhos para ali estudarem.

Em 1939 começou a carreira militar na Britannia Royal Navy College. No primeiro ano, recebeu o prestigioso King's Dirk e o prêmio por melhor cadete iniciante. Com o início da Segunda Guerra, partiu para patrulhar o Oceano Índico e recrutar tropas na Austrália. Em 1941 foi deslocado para o Egito, onde ajudou a afundar dois cruzadores italianos. Atuou também na invasão da Sicília e estava presente na rendição do Japão.

Em 20 de novembro de 1947 casou-se com a herdeira do trono britânico, a Princesa Elizabeth, na Abadia de Westminster. Antes do casamento, o Príncipe se converteu ao anglicanismo, renunciou aos seus títulos reais de nascimento e se tornou um cidadão britânico. A partir de então adotou o nome Mountbatten. Na véspera do casamento o Rei George V concedeu-lhe os títulos de Duque de Edimburgo, Conde de Merioneth e Barão de Greenwich. Suas três irmãs foram proibidas de assistir à cerimônia, uma vez que se casaram com nobres alemães vinculados ao nazismo.

Após o casamento se fixaram na Clarence House. Retornou à marinha e estabeleceu-se com a Princesa em Malta. Em Janeiro de 1952 partiram para uma série de visitas a países-membros da Commonwealth. Quando estavam no Quênia receberam a notícia de que o Rei George V havia falecido. A Princesa era agora Rainha Elizabeth.

O Príncipe sabia que sua carreira na marinha estava encerrada e que não havia papel constitucional para o marido da Rainha. Em compensação, Sua Majestade permitiu que ele conduzisse a educação dos filhos e suas futuras carreiras. Quando a Rainha avisou o Primeiro-Ministro Sir Winston Churchill de que a Casa Real continuaria a se chamar Casa de Windsor o Príncipe murmurou que havia se transformado "numa ameba".

Em 1953 tornou-se o comandante das Forças Armadas do Reino Unido. Desde o casamento têm apoiado a Rainha em suas funções reais. Viajam juntos ao exterior e juntos recebem homenagens.

O Príncipe é ainda patrono de diversas organizações. Em 1956 criou o Prêmio Duque de Edimburgo, a fim de oferecer aos jovens "um senso de responsabilidade para com eles mesmos e para com a comunidade". Presidiu a World Wide Fund for Nature, a WWF. Quando em 2002 a Rainha celebrou o Jubileu de Ouro o Príncipe foi comendado pela Câmara dos Comuns. É ainda reitor da Universidade de Cambridge e da Universidade de Edimburgo.

No início do casamento o Príncipe Philip era bem visto pelos ingleses. Com o passar do tempo, no entanto, seus súditos se tornaram mais críticos e passaram a analisar sua conduta por um ângulo mais ácido, principalmente após a morte de Lady Diana. Outros gostam de lembrar seu humor, digamos, áspero e politicamente incorreto.

Por exemplo, quando disse que as mulheres inglesas não sabiam cozinhar. Ou quando recebeu estudantes ingleses em Papua Nova Guiné e perguntou-lhes o que tinham feito para não serem comidos. Ou quando recebeu presentes de uma queniana e perguntou-lhe se ela era mesmo uma mulher. Ou quando disse ao Presidente da Nigéria, vestido em trajes tradicionais, que ele parecia estar usando um pijama. Ou quando se referiu aos soviéticos como os "bastardos que "mataram metade de sua família. Ou mesmo quando dirigiu palavras não publicáveis a um manobrista que não o reconheceu.

A maioria dos ingleses também questiona seriamente sua fidelidade conjugal. A primeira denúncia - e o primeiro escândalo - ocorreu em 1957. A Respeitável Biógrafa Real Sarah Bradford, ela mesma, acredita que Sua Alteza tenha cometido adultério.

Seu biógrafo, no entanto, desmente os rumores. Os próprios tablóides admitem que não conseguem nenhuma evidência que prove a acusação, preferindo, portanto, acreditar na lealdade do Príncipe para com a Rainha.

Príncipe Philip é ainda um deus para a tribo Yaohnanen, do Pacífico Sul.

sexta-feira, 9 de junho de 2006

Crise? Que crise? Salvem as baleias!

Minas Gerais, 9 de junho de 2006



O que é o homem? Quero dizer, o que nos distingue de outros animais? A racionalidade, diriam os primeiros. Um argumento que cai logo que lhe mostrarmos um artigo assinado pelo sr. Emir Sader ou o plano de governo do Partido dos Trabalhadores. A consciência, arriscaria um filósofo. E aí lhe perguntamos sobre aqueles que vegetam e os que não tem discernimento mínimo. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus, diria um teólogo. E lhe dizemos que há religiões, como o Espiritismo, que não O vêem de maneira antropomórfica...

Os portugueses - ah, os portugueses - que nos socorram. Eles sim, como o Primeiro Mundo que são, têm a resposta pra isso. E é tão importante que foi absorvida pelo complexo normativo. De acordo com as leis lusas, homem é tudo aquilo que nasce de uma mulher. Fácil, não? Claro que pode falhar em casos excepcionais, como o caso da escocesa Mrs Mary Toft, que de acordo com a literatura médica do século XVIII, paria coelhos!

Por que pergunto isso? Há quem diga que só os idiotas respondem uma pergunta com outra pergunta. Façamos assim. Pergunto: podem pensar num grupo de pessoas mais patético do que as carpideiras defensoras dos direitos humanos? Um pessoalzinho mais abjeto do que aqueles que sopram as trombetas do Apocalipse toda vez que um pobre criminoso reclama não poder assistir à novela das oito?

Vou responder-lhe. E como sabem, não costumo economizar palavras na elaboração de um argumento. Sabem como é, sou um conservador. Se parte da esquerda fosse, bastava chamar Mr George W. Bush de Hitler para arrebanhar uma legião de adoradores. Mas meus leitores têm mais tutano. É preciso muito mais para convencê-los.

Uma vez me perguntaram como eu me definiria, sob o ângulo de minhas ideologias. Respondi: um liberal clássico, um conservador racional, e um tradicionalista romântico. Como bom descendente de espanhóis, tento manter vivas as tradições hispânicas. Ainda não aprendi a língua como se deve, mas sei apreciar o flamenco, a sardana e, a razão da discórdia, uma tourada.

Não deve ser segredo para vocês a controvérsia gerada em torno deste esporte. De um lado estão aqueles - eu inclusive - que consideramos as touradas mais do que um espetáculo. É um símbolo cultural. Os matadores trazem consigo uma certa dose de heroísmo. É ao mesmo tempo um esporte e uma arte. E do outro lado está a resposta para a pergunta que fiz.

Os defensores dos direitos dos animais conseguem ser mais torpes do que as organizações humanistas. Há muito querem fazer em Espanha o que foi feito na Inglaterra. Os trabalhistas de Mr Tony Blair, desconsiderando séculos de tradição e inclusive uma pesquisa interna onde a prática foi escolhida uma das maiores características dos súditos de Sua Majestade, proibiram a caça às raposas. Na verdade, não proibiram. O que eles não querem é que as raposas morram de acordo com as leis da natureza. Na natureza existem o predador e a presa. No desporto praticado pelos aristocratas, os cães matavam as raposas. Não podem mais. As raposas agora só podem ser mortas a tiros. Não parece muito lógico, mas quem disse que a esquerda se preocupa com a lógica. Os Tories prometeram revogar a lei assim que voltarem ao poder. Mas eles não parecem mais ser os mesmos.

Voltemos à Espanha. Hoje o partido que está no poder é o Partido Socialista Obrero Español. O PSOE tem à frente señor José Luis Rodrigues Zapatero, e é membro da Internacional Socialista. E em abril deste ano apresentou um projeto, digamos, revolucionário: quer que os grandes primatas (chimpanzés, bonobos, gorilas e orangotangos) passem a ser protegidos pelas mesmas leis que defendem os direitos humanos.

Atentam para três direitos que consideram fundamentais. Primeiro, o direito à vida. Segundo, o direito a "proteção às liberdades individuais": "a detenção de grandes primatas que não tenham sido condenados por nenhum crime deve ser permitida apenas quando for provado que a detenção lhes é proveitosa ou necessária à proteção do público. Em ambos os casos, deve haver o direito à apelação, diretamente ou através de um advogado". Terceiro, a proibição à tortura.

Não me perguntem como um orangotango vai apelar diretamente perante uma corte judicial. Perguntem àqueles que fundaram - claro, já existe uma ONG para isso - O Projeto Grande Primata, ou em inglês original, The Great Ape Project. Os criadores deste movimento se dizem "decepcionados" com os seres humanos e seus valores, e esperam que os primatas possam nos presentear com uma nova bússola moral. Eles seriam responsáveis pela renovação da corrupta civilização humana.

Um dos fundadores da organização, Mr Douglas Adams descreve num livro como olhou para os "sábios e experientes" olhos de um macaco, imaginando que "talvez não seja verdade que eles não aprenderam uma linguagem, mas nós que esquecemos uma".

Há outros, muitos outros. E como o post está ficando muito comprido, tratemos apenas da maior delas, a PETA - People for the Ethical Treatment of Animals. O grupo faz campanhas, por exemplo, para mudar nomes de cidades como Hamburgo (NY) , Rodeo (CA), ataca pessoas que vistam casaco de peles. A última birra desses ativistas tem como alvo a Guarda da Rainha. Vocês sabem, aqueles oficiais de uniforme vermelho e altos chapéus negros. A PETA não aceita que os chapéus, até hoje, tenham como matéria-prima a pele do urso. Criaram também uma campanha para pedir que Rainha Elizabeth deixe de lado o guarda roupa de inverno.

Entretanto, a PETA é mais do que desprezível: é perigosa. É a intolerância levada às últimas conseqüências. Não interessa o quão imoral é distribuir fotos de cadáveres de animais retalhados para crianças. Uma dessas gravuras mostrava uma mulher colocando uma faca no estômago de um coelho acompanhada dos dizeres "Sua mãe mata animais. Deixe seus cães e gatos longe deles". Também não querem saber se é desonesto dizer a adolescentes que leite provoca obesidade e flatulência. Ou praticar sabotagem industrial e terrorismo ecológico, com atentados que já provocaram a morte de pessoas. Ou acusar os judeus de promoverem um novo Holocausto. Quem disse que os fins não justificam os meios?

Mas, claro, mesmo a mais infame organização tem amigos. Camarada Fidel Castro tem os srs. Emir Sader, Chico Buarque de Hollanda, Oscar Niemeyer... O presidente Hugo Chávez tem Mino Carta, señor Evo Morales tem os srs. Clóvis Rossi e Hélio Fernandes. Com os defensores dos animais não é diferente. Estamos, obviamente, falando de pessoas da mais alta estirpe intelectual. Gente como a onze-vezes-capa-da-Playboy Ms Pamela Anderson. Ms Anderson é uma das maiores defensoras da luta-livre. Mas não espero muita coerência desta gente.

Mas ela não está só. Outro marco na história moderna do raciocínio, Mr Steven Seagal. Mr Seagal é o típico idiota moderninho: budista, vegetariano e defensor dos direitos dos animais. Aliás, Steven Seagal não é mais seu nome. Foi batizado. Agora gosta de ser chamado Chungdrag Dorje. Ou Takeshigemichi. Mas fantástica é a história que conta como Mr Seagal, perdão, Takeshigemichi, passou a ver o mundo com outros olhos: quando estava no Japão, um cão se aproximou dele. Mr Seagal - que seja! - percebeu que já conhecia aquele cão antes. Então pegou o cão para si. Depois de alguns dias, o cão, latindo, lhe avisou que a casa estava em chamas. Mr Seagal chamou os bombeiros. E claro, nunca mais viu o tal cão de novo.

Mais uma? Claro. Madame Brigitte Bardot. Sim, aquela que pega cães de rua parisienses e leva para casa. Evidentemente, não cabe aqui fazer comentários sobre seu apoio à ultradireita francesa de M. Jean-Marie Le Pen. Ou que tenha feito declarações racistas e homofóbicas. Ou que tenha sido condenada por "incitar ódio racial". Quem é que liga para seres humanos?

Então todos os defensores de direitos dos animais são estúpidos? Claro que não. Não cometamos o pecado da generalização. Há organizações sérias, tanto pelos fins quanto pelos meios. Hoje estariam incluídos, por exemplo, a WWF e as Fundações Boticário e Natura. O que incomoda nos exemplos acima é um descompromisso com a realidade, incoerência de ações e um festival de clichês tão desgastados que já se banalizaram. A conservação deve ser levada a sério, tudo bem, mas não paremos o mundo para isso.

quarta-feira, 7 de junho de 2006

Democratia delenda est

Minas Gerais, 7 de junho de 2006


Comece a ler este post agradecendo a Deus. Ou Javé. Ou Jeová. Ou Buda. Ou Adonai. Ou Allah. Ou Jah. Ou Ishvara. Ou Lula. Agradeça a Ele porque, no meio do caos que envolveu o Congresso Nacional na terça-feira, houveram deputados e senadores que conseguiram manter a lucidez de tempos de normalidade.

Então centenas de militantes sociais são proibidos de entrar na Câmara dos Deputados só porque se comportavam como turba, portando paus e pedras, aos gritos? Ora, felizmente pudemos contar com a capacidade de discernimento do sr. deputado Miro Teixeira(PDT-RJ): "é uma infiltração da direita", bradou o bravo parlamentar nos microfones do Plenário. Claro! Quem poderia imaginar que pessoas que lutam por ideais tão justos como a reforma agrária procederiam com tanta selvageria? Como se isso fosse comum...

Vejam também a maneira correita com que a sra. deputada Maninha (PSOL-DF) analisou a prisão dos abnegados defensores da justiça social: "só vi uma prisão em massa desse jeito quando a Universidade de Brasília foi invadida pelas forças militares da ditadura, em 1969". Óbvio! Uma repressão desta forma não pode acontecer numa democracia. Afinal de contas, democracia não é a ausência de autoridade e de força?...

Mas eis que surge, do outro lado do prédio de mármore desenhado por Oscar Niemeyer, o sr. senador Antônio Carlos Magalhães(PFL-BA), pedindo que os militares resolvam a situação e tomem conta do país antes que ele se transforme numa "ditadura sindical". Evidente! A democracia é um sistema irresponsável, que permite que balbúrdias como esta venham a ameaçar a própria. Essa coisa de liberdade é muito bonitinha, mas francamente, não funciona...

E do Senado outro exótico personagem surge diante de manifestantes: o sr. senador Sibá Machado(PT-AC) vai até os manifestantes. Cumprimenta-os em sinal de aprovação e de solidariedade ao movimento. Até posou para fotos. Elementar! Os emesseletistas - ufa! - só agiram assim porque foram pressionados pelo aparelho de repressão da Casa. Ora, não é aquela a "Casa do Povo"? Por que aquele povo foi discriminado? Só porque são pobres, esquerdistas, manifestantes, sem-terra, proletários, vítimas do sistema, marginalizados pelo neoliberalismo...?

Entretanto... ah! Surge o Grande Timoneiro. O sr. Presidente se manifesta. Coisa rara. Declara apoio ao Congresso e condena o vandalismo. O movimento e seus autores foram repudiados pelo Supremo Mandatário? Não. Mas muito cuidado: vocês estão tendo a consciência manipulada pela direita e pela mídia vendida deste país. Como vocês podem imaginar que o fato de o nome do líder do MLST Bruno Maranhão aparecer na Executiva Nacional no PT significa que esse é um comportamento padrão dos outros filiados? Como vocês podem imaginar que o fato de o sr. Presidente receber os - de novo - emesseletistas no Palácio do Planalto significa sua conivência com os atos do grupo? Francamente... só porque o sr. Luís Inácio destinou R$ 9 milhões em verbas federais para os manifestantes no ano passado querem atribuir-lhe alguma responsabilidade. Vocês são muito malvados!...

Democratia delenda est. Ou em bom português, a democracia deve ser destruída. Sejamos francos, o Partido dos Trabalhadores nunca gostou desta tal "democracia burguesa". Ninguém quer assumir publicamente, mas a esquerda brasileira nunca lutou contra a ditadura. Lutou contra aquela ditadura. Queriam substitui-la não pela democracia, mas pela sua ditadura. A ditadura do proletariado.

Quando democratas voltamos a ser, e uma Constituição foi elaborada, o PT proibiu seus filiados de aprová-la. Na época o presidente do partido, sr. Lula, declarou que determinara o veto porque a Constituição impediria a instauração do socialismo no Brasil. Enfim, era 1988 e o Muro de Berlim continuava de pé.

Para a maioria da esquerda brasileira a democracia é um luxo capitalista. Idolatram Fidel Castro, Che Guevara, e Salvador Allende. Como promover a justiça social sem passar por cima das poderosas "forças ocultas" da sociedade de consumo? Que se mande às favas a lei e se faça a justiça. Assim fazem as FARC, o MST, o MLST, as Brigadas Vermelhas, o Sendero Luminoso, o Subcomandante Marcos.

É a democracia que manieta, que impede que ideologias extremistas tenham lugar no debate nacional. É um amortecedor para todos os excessos, tanto à direita quanto à esquerda. Por isso não é difícil perceber porque atrai ela tanto desprezo. Invadir o Congresso Nacional tem o peso simbólico de uma Tomada da Bastilha. Veja a pose heróica do vencedor. Uma vez caídas as liberdades, não há quem segure a revolução.

Mas quem quer ouvir falar de revolução agora? Será que eles não sabem que Ronaldinho está com bolhas nos pés? Comoção nacional...

Kyrie Eleison.

terça-feira, 6 de junho de 2006

Sua Alteza Imperial e Real, o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança

Atentem para o nobilíssimo cavalheiro aqui ao lado. É Sua Alteza Imperial e Real, o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, atual Chefe da Casa Imperial do Brasil, de jure D. Luiz I, bisneto da Princesa Isabel e trineto do Imperador Dom Pedro II. Restaurada a Monarquia, passará a ser Sua Majestade Imperial o Senhor Dom Luiz I, pela Graça de Deus e Unânime Aclamação dos Povos, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil.

Dom Luiz Gastão Maria José Pio (Miguel Gabriel Raphael Gonzaga) de Orleans e Bragança e Wittelsbach nasceu em 6 de junho de 1938 em Mandelieu, na França. Naquela época ainda vigorava a Lei do Banimento, que exilou a Família Imperial no exterior. Isso não impediu seus pais, o Príncipe Dom Pedro Henrique e a Princesa Maria da Baviera, de registrar Sua Alteza como brasileiro, ansiosos em retornar logo às terras brasileiras.

A Segunda Guerra Mundial, no entanto, adiou esse desejo. A Família ficou detida na Europa. Durante o exílio, Dom Luiz passou por tempos difíceis, enfrentando a fome e a repressão. Impedido de ser vacinado, contraiu a paralisia infantil. Quando o conflito acabou, em 1945, o Príncipe se mudou com a Família para o Brasil e finalmente pôde conhecer sua terra, aos sete anos de idade. Estabeleceram-se primeiro no Rio de Janeiro e depois no Paraná.

Religioso, o Príncipe Dom Pedro Henrique intentou oferecer ao filho sólida formação, em concordância com os princípios cristãos. Concluiu os estudos no Rio de Janeiro, no tradicional colégio de padres jesuítas Santo Inácio. Foi para Paris cursar o Colégio Pré-Universitário e de lá para a Alemanha, estudar Química na Universidade de Munique. Retornou ao Brasil em 1967, logo após a conclusão do curso, estabeleceu-se em São Paulo.

A morte de seu pai em 1967 o fez Chefe da Casa Imperial do Brasil. Têm atuado de forma discreta, porém não menos eficaz, na promoção da Monarquia no Brasil. Defensor da família e dos brasileiros, percorreu a maioria das cidades do país, em Minas Gerais aprecia a riquíssima herança colonial, que já visitou três vezes. É Cidadão Honorário e Benemérito de quase todas as capitais brasileiras.

Herdou do trisavô o gosto pelos estudos e pela leitura, seja das principais revistas e dos maiores jornais brasileiros, seja das muitas cartas que recebe de todo o mundo, nem todas elas escritas por monarquistas, mas também de convictos republicanos que não deixam de prestar respeito à sua conduta e seu conhecimento geral.

Aprecia a música clássica, e tem entre seus esportes preferidos a caça e a equitação. Fluente em francês e alemão, entende com facilidade o inglês, o castelhano e o italiano.

Seguindo o exemplo de seu pai, Sua Alteza evita interferir em embates ideológicos, ciente do papel conciliador que deve desenvolver. Dom Luiz já pronunciou, no entanto, em defesa do fortalecimento dos municípios, a fim de descentralizar o poder e configurar de fato o federalismo.

Sua Alteza Imperial e Real ainda ostenta os títulos de Grão-Mestre da Imperial Ordem do Cruzeiro, Grão-Mestre da Imperial Ordem de Dom Pedro I, Grão-Mestre da Imperial Ordem da Rosa, Grão-Mestre da Imperial Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo, Grão-Mestre da Imperial Ordem de São Thiago da Espada e Grão-Mestre da Imperial Ordem de São Bento de Aziz.

Que Dom Luiz receba o caloroso cumprimento que esse blogue o dedica, na esperança de um dia poder jurar lealdade ao Imperador do Brasil.

segunda-feira, 5 de junho de 2006

Aniversário de 72 anos de Albert II, Rei dos Belgas

Albert Félix Humbert Théodore Chrétien Eugène Marie, Albert II, Rei dos Belgas, nasceu no Chateau de Stuyvenberg em 6 de junho de 1934, filho do Rei Leopoldo III com sua primeira esposa, a Princesa Astrid da Suécia. Adquiriu, no dia seguinte, o primeiro título, Príncipe de Liège. Um ano depois, em 29 de agosto de 1935, perde a mãe, que morreu num acidente de carro em Küssnatch, na Suíça.

Em 10 de maio de 1940, enquanto a Bélgica era invadida pelos nazistas, o Príncipe Albert, junto com seus irmãos mais velhos, a Princesa Josephine-Charlotte e o Príncipe Baudouin, partiu para a França e em seguida para a Espanha. Retornaram à Bélgica em 2 de agosto do mesmo ano. Em junho de 1944 os Aliados se preparavam para vencer os nazistas na Europa. O Rei Leopoldo, com sua nova esposa - a Princesa Lilian - e seus filhos foram deportados para a Alemanha e de lá para a Áustria, sendo libertados pelo Exército Americano em 1945. Entretanto, a família não voltaria para a Bélgica antes de 1950.

Em 2 de julho de 1951 casou-se com Donna Paola Ruffo di Calabria, de uma família principesca italiana, e com ela teve três filhos: Príncipe Phillipe, Princesa Astrid e Príncipe Laurent.

Após a morte do Rei Baudouin ascendeu ao trono em 9 de agosto de 1993, como o sexto Rei dos Belgas

domingo, 4 de junho de 2006

A vantagem eleitoral de Luís Inácio

Minas Gerais, 4 de junho de 2006



O tucanato, pelo menos a sua alta cúpula, está certa da reeleição do Presidente. Segundo conversas furtivas que permeiam entre os líderes do centrismo politicamente correto, a indicação do sr. Geraldo Alckmin para concorrer contra o sr. Luís Inácio foi um blefe para preservar tanto o Prefeito José Serra quanto o Governador Aécio Neves, que não querem nem ouvir falar de vitória tucana. Seria o fim de seus projetos de poder.

Lula tem o mito, já mencionei em post anterior. Mas não é só a fantasia. "É a economia, estúpido". O ex-Presidente Fernando Collor de Mello não foi "impichado" por que foi corrupto. Todos os nossos Chefes de Estado desde Deodoro da Fonseca foram. Esse foi apenas o estopim. O sr. Collor caiu por causa de uma inflação galopante e sufocante. E também porque tinha como algozes a esquerda raivosa petista. Os radicais são os piores. Robespierre que os diga.

Lula plagiou a política econômica do Governo FHC? Claro que não. FHC era "neoliberal". Lula é o pai dos pobres. Só isso os diferencia. Os liberais econômicos defendem que os governos gastem menos para que cobrem menos impostos e deixe a população com mais dinheiro. Os economistas petistas assaltam os pobres com impostos acintosos para depois devolvê-los, deixando os pobres com mais dinheiro. Por que não abaixam impostos de uma vez por todas então? Porque aí não haveria lugar para o coração grande de S. Exa. Da maneira como estão as coisas, acabam acreditando que o sr. Luís Inácio vela por eles. Pobres pobres.

Mas não é só isso. Há inflação baixa, crédito consignado, novos empregos. Claro que é um modelo econômico que não se sustenta no longo prazo. Mas quem se preocupa com o longo prazo? As eleições serão realizadas em quatro meses.

"Ah, mas os brasileiros se revoltaram com a corrupção"! De que brasileiros está falando, Alice? De acordo com a última pesquisa Ibope foram os escândalos políticos que fizeram com que o sr. Luís Inácio ficasse popular entre os pobres. O Presidente, enquanto candidato, era popular com a imprensa - claro, era esquerda -, os artistas - claro, era esquerda -, os intelectuais - idem -, mas nunca com "as massas", que são notadamente conservadoras. Os brasileiros não querem saber de combate à corrupção, afinal de contas têm a esperança de um dia poder se beneficiar dela.

Mas não se desespere. Se mais quatro anos vendo estrelas te aterrorizam, tente ver as coisas desse ângulo: podia ser pior. Veja o caso do Peru. Estão concorrendo os srs. Alan García e Ollanta Humala. Um foi presidente, tendo o mandato marcado por ineficiência e corrupção. O outro é um radical esquerdo-populista. Em outras palavras, terão que escolher entre Lula e Chávez.

Kyrie Eleison.

sábado, 3 de junho de 2006

Poucas Notas

Minas Gerais, 03 de junho de 2006

Não durou mais do que dois meses a retórica do Labour Party. No final de abril, quando foi descoberto que 1.023 prisioneiros estrangeiros tinham sido libertados sem serem deportados, como manda a lei, e que muitos deles reincidiram no crime, os trabalhistas substituiram o Ministro do Interior Mr. Charles Clarke pelo vice-Primeiro-Ministro Mr. John Reid. Mr. Reid assumiu dizendo que não seria leniente com o crime. O Primeiro-Ministro prometeu uma reforma no Ato de Direitos Humanos, enquanto os Tories prometeram aboli-lo.

Se os ilhéus lessem esse blogue saberiam que não se pode confiar na esquerda. E então não ficariam surpresos quando ontem, lendo a edição do The Times, soubessem que o Governo pretende libertar prisioneiros. Os ministros estão preocupados com uma possível superlotação no Serviço Penitenciário de Sua Majestade. Hoje há apenas, veja só!, 1.860 celas vagas. Onde está a Anistia Internacional que não vê uma coisa dessas?

A proposta é facilitar a libertação daqueles que foram condenados a penas menores que 12 meses de reclusão. A população carcerária da Inglaterra e do País de Gales - afinal de contas todos sabem que a Escócia e a Irlanda do Norte possuem organizações carcerárias diversas - é de 77.640 prisioneiros. A medida pode beneficiar 61.000 deles. Ou 91,2% deles. A diretora do Comitê de Reforma Prisional, Mrs. Juliet Lyon, acredita que a libertação supervisionada de presos aumenta a segurança pública.

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Esquerdista que se preze detesta a Rede Globo de Televisão. A emissora carioca, na ingênua cabecinha das eternas vítimas das conspirações mundiais, é o ópio do povo. Nasceu de um acordo suspeitíssimo com o grupo americano Time-Life, sustentou a ditadura militar, tentou impedir a posse do Brizola, manipulou o debate Lula x Collor...

Aliás, seria fascinante uma nova rodada de debates entre os srs. Fernando Collor de Melo e Luís Inácio da Silva.

Mas voltando à imprensa. Nem "O Capital", nem o "Manifesto Comunista", nem "As veias abertas da América Latina". A esquerda brasileira é alucinada com um documentário, "Muito além do Cidadão Kane", que trata da TV Globo e principalmente de seu criador, o sr. Roberto Marinho. Eu já vi. É de uma parcialidade cristalina. Explica-se: foi produzido pela BBC. O vídeo é proibido no Brasil, o que o torna "subversivo". E assim é muito mais excitante. A nossa atual banda vermelha tem saudades da ditadura. Era tão romântico...

Na quarta-feira uma ex-cozinheira de João Arcanjo Ribeiro, o Comendador, prestou depoimento à CPMI dos Bingos. Disse ter visto dirigentes petistas carregando malas de dinheiro e tramando a execução do prefeito de Santo André sr. Celso Daniel. A "mídia burguesa" fingiu que não viu. Assim como no depoimento de Francenildo Costa, o caseiro que desmentiu o sr. ex-ministro Antonio Palocci, neste a TV Globo não exibiu imagens da ex-cozinheira. Um âncora frio e impessoal proferiu um relatório, dando-se ao trabalho de desmerecer cada palavra da pobre com um bordão, "sem apresentar prova alguma", repetido a cada 8 palavras.

Por prova certamente a empresa entende por uma declaração assinada pelos srs. Antonio Palocci Filho e José Dirceu de Oliveira, com firma reconhecida, registrada em cartório. Aprendam com ela: não saiam de casa sem um aparato digno de um paparazzi. Caso presencie um assassinaro, será a única maneira de convencê-los de seu testemunho. A não ser, claro, que você faça parte da trindade sagrada (esquerdista, sindicalista, ambientalista) ou acuse qualquer um dos cavaleiros do apocalipse (eu e você, os responsáveis pelos males do mundo).

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Em tempo: no dia 27 de abril o Comendador João Arcanjo Ribeiro concedeu uma entrevista à TV Centro América, afiliada da TV Globo no Mato Grosso. Preferiu abrir o jogo para a imprensa antes de ser ouvido na CPMI dos Bingos. Contou detalhes bombásticos de sua relação com políticos. A entrevista deveria ter sido exibida no Fantástico no domingo 30 de abril.

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O sr. Presidente da República Islâmica do Irã Mahmoud Ahmadinejad tornou-se o novo queridinho dos neonazistas. Há uma teoria, pregada inclusive por Dario, o Grande, que diz serem os iranianos, ou persas, descendentes diretos dos arianos. Dr. Hjalmar Schacht, que foi ministro da Alemanha Nazista entre 1935 e 1937 acreditava nisso. Ele ajudou a formar uma aliança entre seu país e o então Reino da Pérsia, que a pedido do xá passou a ser conhecido como Irã, que no idioma farsi significa "terra dos arianos". Ahmadinejad já negou o Holocausto e pediu para que Israel seja "riscado do mapa". Também persegue a minoria judaica iraniana.