Não sei se é a Copa do Mundo ou se fiquei com inveja do Presidente, mas hoje começo o post falando de futebol. Não exatamente sobre o futebol, mas sobre aqueles que orbitam em torno deste mundinho: futebolistas, prepadadores, jornalistas, comentaristas, cartolas, mesa-redondistas. Todos eles apresentam em comum mais do que um ufanismo arrogante e míope: um clichê que reza haver no Brasil 180 milhões de técnicos.
As regras do futebol não parecem muito difíceis de compreender, tendo em vista principalmente que os entendidos disso não entendem de mais coisa nenhuma. Mas o futebol não tem o privilégio de ser alvo de 180 milhões de palpiteiros. Temos ainda esse mesmo número de economistas, administradores públicos, economistas, cientistas políticos, doutores em Direito, ecologistas.
A maioria dos apresentadores que exibem jugulares saltitantes nos telejornais verpertinos jamais abriu o Código Penal. Assim como a maioria dos jornalistas não sabe o que significa "amortização". E a maioria dos que atacam religiosos não passaram do Gênesis. Isso torna suas opiniões menos respeitáveis? Claro que não. As pessoas criticam a legislação penal porque a consideram muito condescendente com os criminosos. Ninguém precisa ler Victor Eduardo Gonçalves Rios para perceber isso. Elas criticam a economia porque vêem um desemprego acima de 10%. Ninguém precisa decorar a ata do Comitê de Política Monetária para perceber que não estamos num boom econômico.
Por exemplo: alguém já leu a Declaração Universal dos Direitos Humanos? Este documento foi proclamada pela Organização das Nações Unidas em 1948. Não é muito grande, são apenas 30 artigos. Mas ninguém precisa saber quais são para responder a essa pergunta: os Direitos Humanos incluem o direito de matar? Lendo a The Spectator, descubro que há quem pense assim.
De acordo com a revista inglesa, a Anistia Internacional pretende, em agosto de 2007, adotar como bandeira, assim como fizeram as seções da Nova Zelândia e da Grã-Bretanha, a legalização do aborto. De acordo com a AI, "os direitos humanos devem ser entendidos de maneira que o direito das mulheres à integridade física e moral inclua seu direito de interromper uma gravidez ... deste modo, o aborto deve ser considerado uma opção legal, segura e acessível a todas as mulheres".
A Anistia Internacional não é aquela ONG que no ano passado, junto com uma penca de artistas politicamente corretos da politicamente correta e politicamente poderosa TV Globo, argumentou que deveríamos votar SIM no Referendo no ano passado, dizendo que mesmo que isso não diminuísse a violência, uma morte evitada valeria o esforço? Não é aquela ONG que chamou Guantánamo de "gulag do nosso tempo" e que mantém os dedos inquisidores - os mesmos do post anteior - sobre os EUA porque eles se recusam a revogar a pena capital? Curioso... o mesmo organismo que defende os culpados é aquele que quer o assassínio dos inocentes.
Só há uma ocasião em que uma gravidez possa ser classificada como indesejada: quando resultado de estupro. Não há outra. Ninguém engravida por acidente. Há um sem-número de maneiras de se evitar uma concepção: preservativo masculino e feminino, pílula, DIU, laqueadura, vasectomia, esterilização, histerectomia, espermicida, e em último caso, pílula do dia seguinte. Só engravida quem quer. É como querer atravessar a rua de olhos vendados sem ser atropelado. Transformar o aborto em método contraceptivo é mais um resultado do escapismo. As pessoas não querem ser responsabilizadas por aquilo que fazem. Já sabem de quem é a culpa disso, claro.
Mas como um liberal clássico não deveria eu defender os direitos individuais? Mas eu estou. Os direitos individuais são intocáveis até o instante em que passam a interferir na esfera de responsabilidade da outra pessoa. Em outras palavras, estou defendendo os direitos do bebê. Todos os criminosos, do ladrão de galinhas ao nazista Hermenn Göring tiveram chance de se defender. E agora querem tirar esse direito dos uterinos. Às mães que abortam e aos bandidos a ONG mantém a mesma retórica, que nós não podemos culpá-los.
Para a Anistia, as pessoas não podem ser censuradas pelos erros que cometeram. Os que erraram são, acredite, as maiores vítimas. E os culpados pelos males do mundo? Eu e você.
As regras do futebol não parecem muito difíceis de compreender, tendo em vista principalmente que os entendidos disso não entendem de mais coisa nenhuma. Mas o futebol não tem o privilégio de ser alvo de 180 milhões de palpiteiros. Temos ainda esse mesmo número de economistas, administradores públicos, economistas, cientistas políticos, doutores em Direito, ecologistas.
A maioria dos apresentadores que exibem jugulares saltitantes nos telejornais verpertinos jamais abriu o Código Penal. Assim como a maioria dos jornalistas não sabe o que significa "amortização". E a maioria dos que atacam religiosos não passaram do Gênesis. Isso torna suas opiniões menos respeitáveis? Claro que não. As pessoas criticam a legislação penal porque a consideram muito condescendente com os criminosos. Ninguém precisa ler Victor Eduardo Gonçalves Rios para perceber isso. Elas criticam a economia porque vêem um desemprego acima de 10%. Ninguém precisa decorar a ata do Comitê de Política Monetária para perceber que não estamos num boom econômico.
Por exemplo: alguém já leu a Declaração Universal dos Direitos Humanos? Este documento foi proclamada pela Organização das Nações Unidas em 1948. Não é muito grande, são apenas 30 artigos. Mas ninguém precisa saber quais são para responder a essa pergunta: os Direitos Humanos incluem o direito de matar? Lendo a The Spectator, descubro que há quem pense assim.
De acordo com a revista inglesa, a Anistia Internacional pretende, em agosto de 2007, adotar como bandeira, assim como fizeram as seções da Nova Zelândia e da Grã-Bretanha, a legalização do aborto. De acordo com a AI, "os direitos humanos devem ser entendidos de maneira que o direito das mulheres à integridade física e moral inclua seu direito de interromper uma gravidez ... deste modo, o aborto deve ser considerado uma opção legal, segura e acessível a todas as mulheres".
A Anistia Internacional não é aquela ONG que no ano passado, junto com uma penca de artistas politicamente corretos da politicamente correta e politicamente poderosa TV Globo, argumentou que deveríamos votar SIM no Referendo no ano passado, dizendo que mesmo que isso não diminuísse a violência, uma morte evitada valeria o esforço? Não é aquela ONG que chamou Guantánamo de "gulag do nosso tempo" e que mantém os dedos inquisidores - os mesmos do post anteior - sobre os EUA porque eles se recusam a revogar a pena capital? Curioso... o mesmo organismo que defende os culpados é aquele que quer o assassínio dos inocentes.
Só há uma ocasião em que uma gravidez possa ser classificada como indesejada: quando resultado de estupro. Não há outra. Ninguém engravida por acidente. Há um sem-número de maneiras de se evitar uma concepção: preservativo masculino e feminino, pílula, DIU, laqueadura, vasectomia, esterilização, histerectomia, espermicida, e em último caso, pílula do dia seguinte. Só engravida quem quer. É como querer atravessar a rua de olhos vendados sem ser atropelado. Transformar o aborto em método contraceptivo é mais um resultado do escapismo. As pessoas não querem ser responsabilizadas por aquilo que fazem. Já sabem de quem é a culpa disso, claro.
Mas como um liberal clássico não deveria eu defender os direitos individuais? Mas eu estou. Os direitos individuais são intocáveis até o instante em que passam a interferir na esfera de responsabilidade da outra pessoa. Em outras palavras, estou defendendo os direitos do bebê. Todos os criminosos, do ladrão de galinhas ao nazista Hermenn Göring tiveram chance de se defender. E agora querem tirar esse direito dos uterinos. Às mães que abortam e aos bandidos a ONG mantém a mesma retórica, que nós não podemos culpá-los.
Para a Anistia, as pessoas não podem ser censuradas pelos erros que cometeram. Os que erraram são, acredite, as maiores vítimas. E os culpados pelos males do mundo? Eu e você.
Nenhum comentário:
Postar um comentário