Gilles Gomes de Araújo Ferreira

quinta-feira, 18 de maio de 2006

Chamem a Direita!

Minas Gerais, 19 de maio de 2006

Uma recomendação que faço aos leitores, eventuais ou fiéis, deste blog: leiam The Daily Telegraph. Dos jornais de qualidade - em outras palavras, desconsiderando os famigerados tablóides - é o mais lido em toda a ilha da Bretanha. Mas o que me agrada nele é a posição editorial: um conservadorismo tradicionalista - um pouco romântico, admito. O Telegraph é a principal empresa dos irmãos Barclay, que inclui ainda tesouros como a The Spectator, The Business, a cultural Apollo e The Scotsman. Hoje habituei-me a ler tudo o que sua Press Holdings publica - principalmente depois que descobri Gerald Warner...

Como um bom conservador, o principal passatempo do Telegraph é maldizer Tony Blair e seu New Labour. Não que o jornal não dê seus puxões de orelhas nos Tories também - a mais recente foi quando o novo líder dos Conservadores David Cameron propôs limitar os poderes de Sua Majestade -, mas a esquerda, mesmo a "moderninha" comete tantos erros que não criticá-los significa ser conivente.

Lendo os jornais ingleses percebe-se que a maior preocupação dos ilhéus é, veja só!, a segurança. Os índices de criminalidade têm crescido ano a ano, e há cada vez mais pessoas dispostas a eleger o governo trabalhista como o grande responsável por isso.

Os súditos de Elizabeth II pediram a cabeça do Ministro do Interior Charles Clarke quando descubriram que 1.023 criminosos estrangeiros, alguns condenados por pedofilia, homicídio e tráfico de drogas, foram libertados e não foram deportados. E que um número considerável destes bárbaros voltou a praticar crimes. Mr. Clarke renunciou. E agora as censuras se dirigem ao Ato de Direitos Humanos, uma lei aprovada em 1998 pelos trabalhistas.

Em editorial intitulado Give back our rights publicado em 14.05, o The Sunday Telegraph afirma:

The British public is increasingly worried by judgments whose effects is to rank
the "rights" of criminals higher than those of law-abiding citizens. As a
result, the whole notion of human rights is becoming discredited. Rather than
basic protections against arbitrary power, "human rights" are now seen as legal
fictions that prevent the police, the inteligence service and other government
agencies from doing what they believe needs to be done in order to safeguard the
nation.


Sobre as agências de direitos humanos, leiam o post que está logo abaixo. Não vou repetir o que disse dias atrás. Agora vou me dedicar a um exercício que a esquerda detesta: a lógica. Tomemos como exemplo a crise de segurança que abala a até então pacata Grã-Bretanha, onde os policiais sequer carregavam armas e podiam se dar ao luxo de andar de bicicleta pela Londres cosmopolita. Nove anos de governo esquerdista fizeram aumentar a criminalidade. Proibição de venda de armas em 1997, fim da deportação de criminosos estrangeiros, lei de direitos humanos condescendente com os criminosos... Tudo o que reza a cartilha politicamente correta foi implementada por Tony "BLiar". Mas não tomemos resultados precipitados...

Vejamos o país mais à esquerda pragmática da América do Sul, a Venezuela. O intelecto esquerdista culpou hoje na Folha de São Paulo a "extrema desigualdade social do país" pela criminalidade que molesta a sociedade brasileira há tempos. A mesma esquerda defende o Sr. Hugo Chávez alegando que ele, justamente, reduziu a pobreza e a desigualdade naquele país. Entretanto, curiosamente, esse ano Caracas ganhou o título de "capital mundial do crime", que vem aumentando ano a ano desde que o Sr. Chávez iniciou a Revolução Bolivariana.

Até então a capital mundial do crime era Bogotá. Mas desde que o conservador Álvaro Uribe assumiu a presidência, as coisas mudaram por lá. Jurado de morte em mais de uma ocasião, deixou de lado um orgulho latino-terceiro-mundista e se aliou aos EUA numa luta contra o crime na Colômbia. Milhões de dólares jorraram no país num acordo maldito aos berros pela esquerda independentista do continente. Um novo plano de segurança nacional foi elaborado, e em dois anos o número de homicídios, seqüestros e atentados terroristas caiu mais de 50%. Um ano depois caiu mais 27%. Mas ainda assim as ONGs defensoras nos direitos humanos - não os nossos, com certeza - criticam a "excessiva militarização do processo"...
Foi também um conservador, Rudolph Giuliani, quem conseguiu vencer o crime na cidade de Nova Iorque. Com uma política de tolerância zero contra o crime, que punia severamente até mesmo pequenos delitos, "Rudy" transformou a "esquina do mundo" numa das cidades mais seguras do globo. Mas isso também não o deixou imune às críticas. Que vieram dos mesmos. E que ainda não se pronunciaram sobre a guerra urbana paulistana.
Giuliani e Uribe foram bem-sucedidos porque trataram o crime como crime. E criminoso como criminoso. Seus opositores ideológicos, no entanto, preferiram tratar os réus como vítimas. A decisão a se tomar agora é lógica. Mas como foi dito antes, a esquerda não gosta de lidar com a lógica.

3 comentários:

Anônimo disse...

excelente! cabeças pensantes ainda irão mudar este país um dia. xkiten182x@hotmail.com

Psycrow disse...

Cara, parabéns, vc acabou de ganhar um visitante!!! Seu blog é MUITO bom, pqp!!! Li alguns posts inteiros (acredite) e realmente, vc é uma pessoa pensadora :D

High Power Rocketry disse...

: )