Günter Grass, apesar das sugestões de muitos de seus compatriotas, inclusive da Chanceler Angela Merkel, não devolveu o Prêmio conferido pela Academia Sueca em 1999. Depois de confessar ter feito parte da Waffen-SS, muitos foram os que insinuaram um desconforto no Comitê Nobel, houve até quem dissesse que os nórdicos retirariam a premiação antes concedida.
As recentes revelações sobre a juventude do laureado são por demais ilustrativas. Militante da esquerda - meio caminho para ganhar um Nobel -, Hr Grass era um dos maiores críticos do sentimento dominante na Alemanha do pós-Guerra de esquecer - e esconder - o passado nazista. Era ele, no entanto, quem não admitia os erros do passado. Característica da esquerda, a contradição entre o falar e o fazer. Atirar pedras e ter telhado de vidro. Aqueles que criticam o "sistema" são os que mais lucram com ele.
Olimpo da imprensa que se pretende imparcial e acrítica, a British Broadcasting Corporation, não obstante uma história de excessos e imprudências em nome de uma verdade, tenta na justiça impedir a divulgação do Relatório Alen. Apesar de determinação legal que exige que a emissora libere informações sobre si própria, a BBC teme que o documento, que contém críticas à cobertura realizada no Oriente Médio, cause danos à imagem da empresa.
Ainda nos anos 1950 Sir Winston Churchill acusava a emissora de estar infiltrada de "comunistas". Em 50 anos as coisas mudaram, e ficaram piores. A BBC não mais se preocupa em mascarar sua parcialidade. A boa notícia é que os britânicos estão ficando mais sensíveis a isso.
Em 2002 a primeira grande controvérsia. Em março daquele ano morria a centenária Rainha Mãe, Elizabeth Bowes-Lyon. Poucas horas depois do anúncio, a BBC levava ao ar comentaristas que decretavam o fim da Monarquia, aludindo à "apatia" com que os britânicos reagiram ante o passamento de um royal - um membro da realeza. Não demoraria muito para que a rede fosse surpreendida com filas de pessoas que esperavam até 18 horas para assinar livros de condolências. No dia do funeral da "mulher mais perigosa da Europa", na visão de Adolf Hitler, os quase 40 quilômetros que ligam a Abadia de Westminster ao Palácio de Windsor estavam ocupados pelas milhões de pessoas que assistiram ao cortejo. O apoio à Monarquia atingiu 92% naqueles dias.
A estatal teve que lidar ainda com um sem-número de reclamações sobre a maneira "insensível" com que o funeral da Rainha-Mãe foi tratado. Entre os maiores protestos, a ausência de gravatas pretas pelos âncoras que acompanharam a cerimônia e a decisão de manter a programação original ao invés de exibir programas especiais, como fizeram as emissoras comerciais.
Ainda em 2002 seria publicado um memorando interno que ameaçava com demissão quem não adotasse uma postura crítica - leia-se negativa - sobre a Família Real e a Monarquia durante a cobertura do Jubileu de Ouro de Elizabeth II. Ao mesmo tempo, foi extinta a função de Royal Correspondent.
Em 2003, já durante a Guerra do Iraque, um outro escândalo repercutiu ainda mais. David Kelly, funcionário do Ministério da Defesa britânico, participou da elaboração de um dossiê sobre as famigeradas armas de destruição em massa de Saddam Hussein. Em maio, encontrou-se com Andrew Gilligan, jornalista que escrevia sobre a guerra, e Dr Kelly concordou em dar uma declaração com a condição de garantia de anonimato. Ele não acreditava que o Iraque possuísse as armas, e censurava o documento governamental que serviu de base para a defesa do envolvimento do British Army no conflito.
Quando a entrevista foi ao ar, Dr Kelly estranhou que na reportagem seu depoimento tivesse sido distorcido. O Governo britânico pressionou e o cientista foi chamado a depor numa comissão da Câmara dos Comuns. Durante a audiência, Dr Kelly foi questionado sobre sua participação em outro programa, Newsnight, que apresentou reportagem com conteúdo semelhante. Soube-se depois que foi o próprio Mr Gilligan quem saiu com a história de que David Kelly era a fonte dos dois programas. Dr Kelly cometeu suicídio em 17 de julho.
A "irresponsabilidade" da BBC foi denunciada com estrondo pela imprensa britânica por algum tempo. Depois da renúncia do Presidente e do Diretor-Geral da empresa, o Governo anunciava planos para evitar que situações como essas fossem repetidas no futuro. Mas houve casos como o do centro-esquerdista The Independent, que perguntava: "se não podemos confiar na BBC, em quem poderemos?".
Em 2004 o anti-Israelismo traduziu-se na promoção do moribundo líder Yasser Arafat. No ápice da fantasia, a correspondente Barbara Plett revelou que chorou quando o egípcio partiu em direção a Paris. "Yet when the helicopter carrying the frail old man rose above his ruined compound, I started to cry... without warning".
Em 2005 o portal virtual da empresa deixou de reproduzir as capas dos principais jornais do país. Curiosamente, isso ocorreu depois que muitos deles passaram a colocar críticas à BBC nas manchetes. Eles continuam, entretanto, a analisar as edições diárias desses jornais.
A partir desse ano, no entanto, as denúncias de facciosismo começaram a vir de dentro da própria emissora. Em janeiro, o editor Jeff Randall acabara de ser contratado pelo conservador The Daily Telegraph quando concedeu entrevista ao semanário esquerdista The Observer, onde relatava o ambiente sectário dominante entre os funcionários. Segundo ele, o então Diretor-Geral Greg Dyke, aquele que renunciou depois do incidente David Kelly, disse-lhe para ser "um agente da mudança".
Em setembro, Robert Aitken, que trabalhou por 25 anos na BBC Radio e prepara um livro sobre o partidarismo presente nas notícias e programas da emissora, o que ele chamou de "esquerdismo institucionalizado", em entrevista a um blogue, comentou sobre o 'BBC Man':
Mas foi no domingo que um relatório de uma reunião secreta convocada pelo Presidente Michal Grade para discutir a imparcialidade da cobertura da emissora foi divulgado pelo conservador Mail on Sunday. Eles admitem que a emissora está "dominada por homossexuais e minorias étnicas, promovendo o multiculturalismo, é anti-americana, anti-interiorana, e mais sensível aos sentimentos dos muçulmanos que dos cristãos".
Ali estava escrito que os diretores permitiriam que programas de humor atirassem uma Bíblia e uma gravura do Arcebispo de Canterbury, Chefe da Igreja Anglicana, em uma privada, mas nunca o Corão. A BBC também quer apresentadoras muçulmanas vestindo véus para apresentar programas. Ao mesmo tempo, houve duras críticas à âncora Fiona Bruce, que foi ao ar com um crucifixo no pescoço.
Uma taxa de £11 é cobrada mensalmente dos donos de tevê no Reino Unido para financiar a British Broadcasting Corporation - também chamada satricamente de Biased Broadcasting Corporation e Baghdad Broadcasting Corporation -, o que lhe garante um orçamento superior a £4 bilhões anuais, algo como 16 bilhões de reais - todo o patrimônio líquido do BNDES. E já avisou aos pagadores de impostos que precisa de mais.
As recentes revelações sobre a juventude do laureado são por demais ilustrativas. Militante da esquerda - meio caminho para ganhar um Nobel -, Hr Grass era um dos maiores críticos do sentimento dominante na Alemanha do pós-Guerra de esquecer - e esconder - o passado nazista. Era ele, no entanto, quem não admitia os erros do passado. Característica da esquerda, a contradição entre o falar e o fazer. Atirar pedras e ter telhado de vidro. Aqueles que criticam o "sistema" são os que mais lucram com ele.
Olimpo da imprensa que se pretende imparcial e acrítica, a British Broadcasting Corporation, não obstante uma história de excessos e imprudências em nome de uma verdade, tenta na justiça impedir a divulgação do Relatório Alen. Apesar de determinação legal que exige que a emissora libere informações sobre si própria, a BBC teme que o documento, que contém críticas à cobertura realizada no Oriente Médio, cause danos à imagem da empresa.
Ainda nos anos 1950 Sir Winston Churchill acusava a emissora de estar infiltrada de "comunistas". Em 50 anos as coisas mudaram, e ficaram piores. A BBC não mais se preocupa em mascarar sua parcialidade. A boa notícia é que os britânicos estão ficando mais sensíveis a isso.
Em 2002 a primeira grande controvérsia. Em março daquele ano morria a centenária Rainha Mãe, Elizabeth Bowes-Lyon. Poucas horas depois do anúncio, a BBC levava ao ar comentaristas que decretavam o fim da Monarquia, aludindo à "apatia" com que os britânicos reagiram ante o passamento de um royal - um membro da realeza. Não demoraria muito para que a rede fosse surpreendida com filas de pessoas que esperavam até 18 horas para assinar livros de condolências. No dia do funeral da "mulher mais perigosa da Europa", na visão de Adolf Hitler, os quase 40 quilômetros que ligam a Abadia de Westminster ao Palácio de Windsor estavam ocupados pelas milhões de pessoas que assistiram ao cortejo. O apoio à Monarquia atingiu 92% naqueles dias.
A estatal teve que lidar ainda com um sem-número de reclamações sobre a maneira "insensível" com que o funeral da Rainha-Mãe foi tratado. Entre os maiores protestos, a ausência de gravatas pretas pelos âncoras que acompanharam a cerimônia e a decisão de manter a programação original ao invés de exibir programas especiais, como fizeram as emissoras comerciais.
Ainda em 2002 seria publicado um memorando interno que ameaçava com demissão quem não adotasse uma postura crítica - leia-se negativa - sobre a Família Real e a Monarquia durante a cobertura do Jubileu de Ouro de Elizabeth II. Ao mesmo tempo, foi extinta a função de Royal Correspondent.
Em 2003, já durante a Guerra do Iraque, um outro escândalo repercutiu ainda mais. David Kelly, funcionário do Ministério da Defesa britânico, participou da elaboração de um dossiê sobre as famigeradas armas de destruição em massa de Saddam Hussein. Em maio, encontrou-se com Andrew Gilligan, jornalista que escrevia sobre a guerra, e Dr Kelly concordou em dar uma declaração com a condição de garantia de anonimato. Ele não acreditava que o Iraque possuísse as armas, e censurava o documento governamental que serviu de base para a defesa do envolvimento do British Army no conflito.
Quando a entrevista foi ao ar, Dr Kelly estranhou que na reportagem seu depoimento tivesse sido distorcido. O Governo britânico pressionou e o cientista foi chamado a depor numa comissão da Câmara dos Comuns. Durante a audiência, Dr Kelly foi questionado sobre sua participação em outro programa, Newsnight, que apresentou reportagem com conteúdo semelhante. Soube-se depois que foi o próprio Mr Gilligan quem saiu com a história de que David Kelly era a fonte dos dois programas. Dr Kelly cometeu suicídio em 17 de julho.
A "irresponsabilidade" da BBC foi denunciada com estrondo pela imprensa britânica por algum tempo. Depois da renúncia do Presidente e do Diretor-Geral da empresa, o Governo anunciava planos para evitar que situações como essas fossem repetidas no futuro. Mas houve casos como o do centro-esquerdista The Independent, que perguntava: "se não podemos confiar na BBC, em quem poderemos?".
Em 2004 o anti-Israelismo traduziu-se na promoção do moribundo líder Yasser Arafat. No ápice da fantasia, a correspondente Barbara Plett revelou que chorou quando o egípcio partiu em direção a Paris. "Yet when the helicopter carrying the frail old man rose above his ruined compound, I started to cry... without warning".
Em 2005 o portal virtual da empresa deixou de reproduzir as capas dos principais jornais do país. Curiosamente, isso ocorreu depois que muitos deles passaram a colocar críticas à BBC nas manchetes. Eles continuam, entretanto, a analisar as edições diárias desses jornais.
A partir desse ano, no entanto, as denúncias de facciosismo começaram a vir de dentro da própria emissora. Em janeiro, o editor Jeff Randall acabara de ser contratado pelo conservador The Daily Telegraph quando concedeu entrevista ao semanário esquerdista The Observer, onde relatava o ambiente sectário dominante entre os funcionários. Segundo ele, o então Diretor-Geral Greg Dyke, aquele que renunciou depois do incidente David Kelly, disse-lhe para ser "um agente da mudança".
Há determinadas questões que a BBC considera verdades fundamentais. Eles atéatacam ministro trabalhistas, mas apenas quando não são esquerdistas o suficiente. Quando convidavam alguém para falar contra a imigração, era um nazista com uma tatuagem no rosto com a aparência de alguém que acabara de arrancar a dentadas a cabeça de um gato.
Em setembro, Robert Aitken, que trabalhou por 25 anos na BBC Radio e prepara um livro sobre o partidarismo presente nas notícias e programas da emissora, o que ele chamou de "esquerdismo institucionalizado", em entrevista a um blogue, comentou sobre o 'BBC Man':
Provavelmente será alguém com diploma em Artes e totalmente comprometido com a agenda progressista - anti-racista, internacionalista, cético em relação ao
conservadorismo moral, defensor do aumento de gastos públicos e do multiculturalismo. Há questões sobre a atual moralidade britânica, e o debate sobre o multiculturalismo só passou a ser "legítimo" quando passou a ser discutido pela esquerda.
Mas foi no domingo que um relatório de uma reunião secreta convocada pelo Presidente Michal Grade para discutir a imparcialidade da cobertura da emissora foi divulgado pelo conservador Mail on Sunday. Eles admitem que a emissora está "dominada por homossexuais e minorias étnicas, promovendo o multiculturalismo, é anti-americana, anti-interiorana, e mais sensível aos sentimentos dos muçulmanos que dos cristãos".
Ali estava escrito que os diretores permitiriam que programas de humor atirassem uma Bíblia e uma gravura do Arcebispo de Canterbury, Chefe da Igreja Anglicana, em uma privada, mas nunca o Corão. A BBC também quer apresentadoras muçulmanas vestindo véus para apresentar programas. Ao mesmo tempo, houve duras críticas à âncora Fiona Bruce, que foi ao ar com um crucifixo no pescoço.
Uma taxa de £11 é cobrada mensalmente dos donos de tevê no Reino Unido para financiar a British Broadcasting Corporation - também chamada satricamente de Biased Broadcasting Corporation e Baghdad Broadcasting Corporation -, o que lhe garante um orçamento superior a £4 bilhões anuais, algo como 16 bilhões de reais - todo o patrimônio líquido do BNDES. E já avisou aos pagadores de impostos que precisa de mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário