Gilles Gomes de Araújo Ferreira

quinta-feira, 15 de março de 2007

This is BBC

[em entrevista para a BBC] Dame Helen foi perguntada sobre quão difícil tinha sido interpretar uma "personagem antipática" como a Rainha. Ela respondeu que não achava a Rainha antipática, partindo em seguida para seu refrão sobre como ela agora vê Elizabeth II como uma pessoa bastante agradável.

Foi um pequeno incidente, mas para mim significava algo muito maior. Aquilo não tinha a ver com política, ou Iraque, ou América. Foi tão revelador em sua mostra de preconceitos justamente porque tratava de um assunto leve - a sensibilidade de uma atriz.

Ali ficou claro que é sólida como rocha a suposição de que a Rainha é fundamentalmente antipática, e que qualquer um que guarde respeito à monarca - ou ainda, os militares, a Igreja, o
interior ou qualquer dos legados dos ingleses para o mundo - deve ser um reacionário que ainda não foi beneficiado com o esclarecimento cultural da mídia londrina.

Mais do que isso, a questão compreendida nisso é a de que, obviamente, todas as pessoas inteligentes compartilham dessa opinião.

É essa disposição que enxerga, sem esforço, a superioridade do coletivismo benigno sobre o individualismo egoísta, do trabalhador explorado sobre o capitalista sem escrúpulos, do europeu esclarecido sobre o americano bruto, do ateísta pensante sobre o crente estúpido, do árabe perseguido sobre o israelense insensível; e a crença de que o Ocidente é o perpetrador de tudo o que já houve de mal no mundo - do colonialismo ao aquecimento global.


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Gerard Baker no The Times.

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