Gilles Gomes de Araújo Ferreira

sábado, 31 de março de 2007

Lembrança: Elizabeth Bowes-Lyon

Há cinco anos, no Royal Lodge, em Windsor, morria a Rainha-Mãe, Elizabeth Bowes-Lyon. Ela tinha 101 anos, e partiu para a eternidade tendo ao lado a única filha viva, Elizabeth II - a Princesa Margaret, Condessa de Snowdon, havia falecido alguns meses antes.

Filha mais nova do Conde de Strathmore e Glamis, descendente da Família Real Escocesa, Elizabeth viveu uma infância idílica no Castelo de Glamis, cenário da peça Macbeth, de William Shakespeare. Educada em Londres, surpreendeu seus tutores pela facilidade em lidar com a literatura clássica.

Quando a Primeira Guerra Mundial teve início, Glamis tornou-se um abrigo para soldados feridos. Elizabeth, então com quatorze anos, tornou-se com o tempo a principal coordenadora dos esforços. Seu irmão mais velho, Fergus, morreu em combate em 1915.

Amiga da Princesa Real Mary, Elizabeth logo foi apresentada ao tímido e relutante Príncipe Albert, Duque de York, que logo apaixonou-se por ela. Ela era, à época, uma das mulheres mais cobiçadas da nobreza britânica, e entre seus pretendentes declarados estavam o Rei da Sérvia, que chegou a pedir-lhe em casamento.

Por diversas vezes Elizabeth negou o pedido de casamento de "Bertie", temendo as privações e os deveres da realeza. Entretanto, graças à insistência do Príncipe, o casamento foi anunciado para 26 de abril de 1923, e ela se tornou Sua Alteza Real a Duquesa de York. Em pouco tempo ela se tornaria a preferida do Rei George V e da Rainha Mary. Em 1926, a primeira filha, Elizabeth, e quatro anos depois, Margaret Rose. Com a abdicação do Rei Edward VIII, Albert ascendeu ao trono como Rei George VI, tendo Elizabeth como sua consorte. Ela sempre se referiu a Wallis Simpson como "aquela mulher".

Mas foi durante a Segunda Guerra Mundial que Elizabeth tornou-se a mulher que despertaria o amor e o respeito de seus súditos. Sua recusa em abandonar a Bretanha e partir para o Canadá deu novo ímpeto à resistência dos britânicos. Baixinha e rotunda, visitava os bairros londrinos no dia seguinte a um bombardeio, e fazia questão de não vestir preto. Quando o Palácio de Buckingham foi bombardeado, a Rainha teve de sair engatinhando dos escombros. A confiança que inspirava nos britânicos era tanta, que Adolf Hitler considerava aquela "a mulher mais perigosa da Europa".

A morte do Rei George em 1952 fez de Elizabeth a Rainha-Mãe. No entanto, seus súditos faziam questão de chamá-la "Rainha-Mamãe". Profundamente abalada pela morte do esposo, preferiu evitar um luto prolongado, como havia feito a Rainha Victoria. Dali em diante, ela seria a mais popular de toda a Família Real.

Por vezes criticada por um estilo de vida estravagante, era famosa por um humor seco e inteligente, tipicamente britânico. Detestava os alemães e achava os franceses engraçadíssimos. Considerada a mais "direitista" de toda a Família Real, adorava Margaret Thatcher, em nome de quem fazia questão de propor um brinde no jantar, e lamentava a derrocada do Império Britânico.

Acima de tudo, amada e reverenciada por uma nação.

quarta-feira, 28 de março de 2007

Há muito para se ter orgulho

Bibi Ferreira e o "Monólogo das Mãos".

quinta-feira, 22 de março de 2007

terça-feira, 20 de março de 2007

A Família Imperial Brasileira

Qual família merece representar os brasileiros? De qual Primeira Família nós, cidadãos do Brasil, poderíamos nos orgulhar?

A Família Imperial Brasileira, chefiada por Sua Alteza Imperial e Real, Dom Luiz de Orleans e Bragança, e representada por Dom Antônio, Dona Christine e seus quatro filhos, soube manter, geração após geração, os valores perenes de Honra, Respeito, Tradição e Patriotismo.

quinta-feira, 15 de março de 2007

This is BBC

[em entrevista para a BBC] Dame Helen foi perguntada sobre quão difícil tinha sido interpretar uma "personagem antipática" como a Rainha. Ela respondeu que não achava a Rainha antipática, partindo em seguida para seu refrão sobre como ela agora vê Elizabeth II como uma pessoa bastante agradável.

Foi um pequeno incidente, mas para mim significava algo muito maior. Aquilo não tinha a ver com política, ou Iraque, ou América. Foi tão revelador em sua mostra de preconceitos justamente porque tratava de um assunto leve - a sensibilidade de uma atriz.

Ali ficou claro que é sólida como rocha a suposição de que a Rainha é fundamentalmente antipática, e que qualquer um que guarde respeito à monarca - ou ainda, os militares, a Igreja, o
interior ou qualquer dos legados dos ingleses para o mundo - deve ser um reacionário que ainda não foi beneficiado com o esclarecimento cultural da mídia londrina.

Mais do que isso, a questão compreendida nisso é a de que, obviamente, todas as pessoas inteligentes compartilham dessa opinião.

É essa disposição que enxerga, sem esforço, a superioridade do coletivismo benigno sobre o individualismo egoísta, do trabalhador explorado sobre o capitalista sem escrúpulos, do europeu esclarecido sobre o americano bruto, do ateísta pensante sobre o crente estúpido, do árabe perseguido sobre o israelense insensível; e a crença de que o Ocidente é o perpetrador de tudo o que já houve de mal no mundo - do colonialismo ao aquecimento global.


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Gerard Baker no The Times.

Churchill anuncia a rendição dos nazistas




"Yesterday morning at 2:41 a.m. at Headquarters, General Jodl, the representative of the German High Command, and Grand Admiral Doenitz, the designated head of the German State, signed the act of unconditional surrender of all German Land, sea, and air forces in Europe to the Allied Expeditionary Force, and simultaneously to the Soviet High Command.

We may allow ourselves a brief period of rejoicing; but let us not forget for a moment the toil and efforts that lie ahead. Japan, with all her treachery and greed, remains unsubdued. The injury she has inflicted upon Great Britain, the United States, and other countries, and her detestable cruelties, call for justice and retribution. We must now devote all our strength and resources to the completion of our task, both at home and abroad.

Advance, Britannia!

Long live the cause of freedom!

God save the King!"

Nação Arco-Íris

No ano passado o Ministério Público quis que a TV Globo reescrevesse a novela Sinhá Moça por considerara que ela "atenta contra a dignidade da pessoa humana da comunidade negra e afrodescendente (sic)." De acordo com o promotor que instaurou o inquérito, "tudo indica que a novela é racista", uma vez que mostrava os escravos como passivos à espera de um guerreiro branco que os libertasse. "[na novela] Os senhores de engenho são bonzinhos, possuidores de virtudes e defeitos semelhantes a qualquer um de nós". Omessa!

Àquela época um militante de movimento racial escreveu atacando a idéia de liberdade surgida "quase como uma concessão ou 'dádiva' protagonizada por sinhozinhos e sinhazinhas brancos." Como se os brancos tivessem alma...

É compreensível que partidários da causa se recusem a acreditar, mas foi assim mesmo que aconteceu. Para que houvesse a Abolição foi fundamental a articulação feita através de anos pela Princesa Isabel e o próprio Imperador Pedro II.

Mesmo negros abolicionistas como José do Patrocínio e André Rebouças só conseguiram projeção porque eram apoiados pela Coroa, devendo ser registrada a manifestação deste último que, partindo para o exílio com a Família Imperial, lamentou que com a ascensão dos republicanos, desapareceria para sempre a possibilidade de um de sua raça ser "alguém" no Brasil.

Há um oportuno termo alemão para ser utilizado aqui - zeitgeist, o clima intelectual e cultural de uma época, o pensamento que domina uma ou mais gerações, apesar de diferenças etárias e sócio-econômicas. O zeitgeist atual é o da correção política e do anti-ocidentalismo, o que dá abertura para a avaliação do presente e a revisão do passado sob a ótica maniqueísta dos bons contra os maus. Se o papel dos maus, reza a cartilha, é reservado aos homens brancos e ocidentais, fica o bem destinado a quem se opor a eles.

É inconcebível, pois, que os vilões possam se compadecer ou defender valores como justiça, liberdade ou igualdade. Logo, todo evento histórico que contrarie essa disposição deve ser denunciado e substituído por outro mais “adequado”.

Um outro exemplo, mais recente, também serve de exemplo: o apartheid sul-africano.

Nelson Mandela é hoje um líder de projeção internacional, ícone da liberdade e igualdade, para muitos comparável a Ghandi. Mr Mandela certamente é merecedor de todos estes adjetivos – à exceção da comparação com Ghandi, que era um pulha –, mas não se pode negar que nenhuma das vitórias que ele carrega seriam possíveis se não fosse por Frederk Willem de Klerk, Presidente de Estado da África do Sul entre 1989 e 1994.

Em seu primeiro discurso como líder do Partido Nacional, Mr de Klerk chamou o apartheid de “chaga da civilização”, pedindo uma África do Sul não-racista. Foi ele quem legalizou o partido do Congresso Nacional Africano e concedeu o perdão presidencial a Nelson Mandela, com quem dividiu o Prêmio Nobel da Paz em 1993.

Mr de Klerk pôs fim ao regime de segregação racial sul-africano, e depois das eleições gerais de 1994, tornou-se vice-Presidente de um governo de unidade nacional sob Nelson Mandela, um posto que ele ocupou até 1996, quando foi promulgada uma nova Constituição. Desde então, Mr de Klerk afastou-se da política e hoje está à frente da organização pacifista FW de Klerk Foundation.

Até agora.

Mais de dez anos depois do fim do apartheid, Mr de Klerk alerta, em entrevista ao The Sunday Telegraph que as ações afirmativas – ou discriminação positiva, como se diz naquele país – implementadas pelo governo do atual Presidente Thabo Mbeki, fizeram com que “um significativo número de não-negros, não só afrikaners, mas também de todos os brancos, mestiços, assim como indianos, sintam-se atualmente reduzidos a uma espécie de cidadãos de segunda classe".

“É importante ter em mente que a idéia construída em nossa Constituição é a de que seríamos uma nação não-racial. Isso não pode ser possível se, no entanto, raça for considerado um critério”, diz.

As declarações surgem num momento em que a questão racial na África do Sul volta a ser debatida. De la Rey, de Bok van Blerk, apresentada aos brasileiros pelo Manhattan Connection no último domingo, é o hino de uma geração que, tal como os alemães dos anos 1960 e 1970, não se sente responsável pelos crimes cometidos pelas gerações de seus pais e avós, não sendo desta forma intimidados por assumir seu orgulho racial.

Os sul-africanos reservaram espaço para os negros em quase todas as instituições daquele país, inclusive nas forças policiais. Para Mr de Klerk, esta é a principal razão para os altos níveis de criminalidade registrados hoje. “Nessa campanha de discriminação positiva, baseada na raça, o país perdeu pessoas experientes e competentes” na Polícia, na Justiça e em outros serviços.

Outro ponto bastante controverso da política do Black Economic Empowerment é a expropriação ou a compra compulsória de terras dos brancos para serem entregues aos negros. Uma atitude que lembra o confisco de terras e a expulsão dos fazendeiros brancos do Zimbábue, país que tem na África do Sul um de seus poucos defensores. Os outros são Irã, Cuba, Bolívia e Venezuela.

Nos últimos dez anos quase 850.000 brancos deixaram a África do Sul.

quarta-feira, 14 de março de 2007

Jeremy "Pulha "Bentham | Henrique Raposo

Criticamos Marx, Rousseau, etc e tal. Mas este pulha passa sempre impune. Este pulha, este gordo balofo, é Jeremy Bentham, o gajo que arruinou a tradição liberal baseada no Direito Natural, o tipo que deixou a velha tradição liberal clássica e que criou essa coisa que ainda nos domina: liberalismo utilitarista, que transformou a democracia constitucional numa coisa à mercê da opinião pública e dos media.

É por causa deste tipo (e dos seus discípulos conscientes e indirectos que continuaram o legado utilitarista) que tenho sempre o cuidado de dizer que não sou liberal. Sou conservador-liberal. Jogo com o 18 nas costas (XVIII). O século XIX arruinou a tradição liberal. Liberal (sem o conservador antes do hífen), infelizmente, passou a ser sinónimo de utilitarismo, materialismo e determinismo, e isso é coisa que não passa aqui no goto. Mas passou no goto de Marx, que amava Bentham. Aliás, Bentham é uma das almas que resta à esquerda caviar de hoje. Os esturjões são liberais sem o saber.

O debate mais interessante é aquele que ocorre entre tradições liberais, entre liberais à moda antiga e estes utilitários à Bentham que reduzem o homem à calculadora e ao prazer e determinismo material.


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Do blogue da Revista Atlântico.

sábado, 10 de março de 2007

Salvem os ursos

Ursos polares se equilibrando em minúsculos icebergs tornaram-se a imagem preferida dos apologistas do aquecimento global. Mudanças climáticas estão pondo em risco a sobrevivência da espécie, tendo em vista a destruição de seu habitat natural. Houve até mesmo quem afirmasse que os ursos estavam se tornando canibais dada a falta de alimentos disponíveis.

Não é bem assim.

O The Daily Telegraph informa hoje que o número de ursos polares está aumentado, ao invés de diminuir. No Estreito de Davis, uma área de 140.000 quilômetros quadrados, por exemplo, a população destes mamíferos aumentou de 850 para 2.100 nos últimos vinte anos. Os biólogos foram forçados a concordar com os esquimós, que há anos afirmam estar vendo muito mais ursos.

Ambientalistas afirmam que não consideram o estudo porque ele foi financiado pelo Governo canadense. Mas ninguém perguntou se a argumentação também significa que o Relatório Stern também será desconsiderado.

sexta-feira, 9 de março de 2007

Um problema técnico impedia que comentários fossem escritos ou lidos foi identificado e resolvido.