Gilles Gomes de Araújo Ferreira

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

The Real Inconvenient Truth

Minas Gerais, 23 de novembro de 2006


Cinco décadas de resistência, e a Rainha Elizabeth II autorizou a iluminação da fachada do Palácio de Buckingham. Atende a uma antiga reinvindicação da indústria do turismo, que reclamava que o Palácio, situado no centro de Londres, ficava às escuras depois que o sol se punha - às quatro da tarde no inverno. De acordo com a imprensa britânica, a Rainha apresentou duas condições: primeiro, queria ter certeza de que as luzes não atrapalhariam o sono da criadagem; segundo, que os engenheiros encarregados do projeto utilizassem fontes de energia ecologicamente corretas. O Palácio de Buckingham ficará iluminado do pôr-do-sol às onze da noite, até o fim do reinado de Sua Majestade.

Tantos cuidados, no entanto, não são suficientes - pelo menos para os ecologistas. O Greenpeace afirmou que a decisão era "decepcionante". A organização alertou para o fato de que "as luzes vão brilhar até o fim do reinado, que poderá ser muito longo". A iluminação, acreditam eles, vai agravar o problema do aquecimento global.

No ano passado não foram poucos os especialistas que apontaram a Gripe do Frango - lembra dela? - como uma epidemia capaz de matar milhões ao redor do mundo em poucos dias. Previsão semelhante já tinha sido feita para outra doença, a Pneumonia Asiática. Em 2001 o antraz protagonizou a histeria epidêmica, e no fim dos anos 1980 a doença da Vaca Louca era um claro sinal do Apocalipse. Durante a Guerra Fria, era consenso que as armas nucleares dos Estados Unidos e da União Soviética destruiriam o mundo em uma hecatombe que duraria segundos.

O número somado das vítimas fatais da Gripe do Frango e da Pneumonia Asiática é inferior ao número de mortos anualmente por gripe "normal". A doença da Vaca Louca matou 170 pessoas em três países, quando o número de bovinos infectados é superior a 180.000. As armas atômicas dos EUA e da URSS não só não destruiram o planeta como foram a principal razão pela qual americanos e soviéticos nunca se enfrentaram diretamente. O mundo não acabou. É interessante, contudo, notar como há sempre uma catástrofe, guerra, epidemia ou calamidade pronta para aniquilar a humanidade.

A grita hoje serve para atentar sobre as conseqüências do aquecimento global. A temperatura da Terra têm aumentado nos últimos 150 anos, graças ao efeito estufa. A utilização de águas subterrâneas para a agricultura, a poluição industrial, os automóveis, o desmatamento e o McDonald's são os responsáveis por verões mais quentes e invernos mais curtos. O capitalismo selvagem está destruindo a Mãe Terra.

No domingo 30 de outubro o Governo britânico divulgou um documento com mais de 700 páginas, escrito pelo ex-vice-presidente do Banco Mundial Sir Nicholas Stern (o documento na íntegra pode ser encontrado no site do Escritório do Tesouro de Sua Majestade). O Relatório Stern prevê um futuro de catástrofes bíblicas - secas, inundações, epidemias - como conseqüência do aquecimento global. E não é só isso: o aquecimento ainda consumirá 20% da economia mundial, provocando uma recessão comparável apenas à Grande Depressão dos anos 1930.

Para a BBC, "uma vez que o estudo é solidamente fundamentado em argumentos científicos, fica difícil discordar". Bill McGuire, do Benfield UCL Hazard Research Centre, foi além, afirmando que Sir Nicholas subestimou os efeitos do aquecimento global. O Greenpeace divulgou nota em que afirma que "o Governo deve agir", além de aplaudir os trabalhistas. Para Simon Retallack, do Institute for Public Policy Research, "aqueles que negam o aquecimento já foram escorraçados da ciência", opinião compartilhada pela Royal Society, para que afirma ainda que os céticos são financiados pelas indústrias do carvão e do petróleo.

Estão todos errados? Certamente.

Inúmeros estudos comprovam que a temperatura média da Terra têm aumentado desde meados do século XIX. Isto é um fato. A ficção fica por conta dos responsáveis por esse fenômeno. O aquecimento está mais relacionado a causas naturais do que a atividades humanas.

A teoria do aquecimento global ganhou a comunidade científica em 1988, quando a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos ouviu um diretor da NASA, James Hansen, declarar que havia uma "relação" entre temperatura e emissão de gases na atmosfera. Antes disso, os eco-cientistas soavam alarmes para um outro problema: o resfriamento global. Por mais de trinta anos a temperatura do planeta diminuiu, e os especialistas não tardaram a apontar os culpados: a gasolina, o aerosol, a chuva ácida e o McDonald's. No final dos anos 1970, quando o aquecimento cessou, os cientistas mudaram o discurso.

A maior parte do aumento de temperatura do século passado ocorreu antes da Segunda Guerra Mundial - antes, também, do grande aumento das emissões atuais de dióxido de carbono. Em verdade, os seres humanos são responsáveis por apenas 3,4% do dióxido de carbono lançado anualmente na atmosfera. Três artigos publicados em maio de 2005 na revista Science atestam que a radiação solar que atinge a superfície da Terra aumentou radicalmente nas últimas duas décadas. Sami Solanki, físico solar, afirma que no último meio-século o sol esteve mais quente do que nos últimos 11.400 anos.

A temperatura do planeta está sempre mudando. Não há estabilidade na natureza. Estes também são fatos. E mais um: a Terra não está ficando quente, está deixando de ser fria. Em 1850 chegou ao fim um período que entrou para a História como Pequena Era Glacial.

Entre os séculos XVI e XIX a temperatura média do planeta Terra caiu drasticamente, ao mesmo tempo em que diminuía a incidência de radiação solar, conforme mostra o gráfico abaixo.

Em 1607 o Rio Tâmisa congelou pela primeira vez - a última foi em 1814 -, e o mesmo aconteceu a outros rios europeus: em 1795 o exército francês marchou sobre os canais holandeses e capturou toda a Marinha Real Holandesa, que ficara presa em Den Helder. Na Islândia, o congelamento dos mares impediu a pesca, e metade da população morreu de fome. O Porto de Nova Iorque congelou em 1780, e as pessoas puderam caminhar de Manhattan a Staten Island.

Antes disso, entretanto, durante a Idade Média, a temperatura do planeta esteve quente o suficiente para permitir que os ingleses plantassem uvas no sul da Grã-Bretanha e que os vikings colonizassem a Groelândia - em inglês, Greenland, ou Terra Verde. Uma esquadra da Marinha Imperial Chinesa circundou o Ártico em 1491 e não encontrou nenhum vestígio de gelo.

A propósito, ninguém fala em aquecimento global sem mencionar o derretimento das calotas polares e o conseqüente aumento no nível dos oceanos. Bastam meia dúzia de chavões e logo chegamos a Tuvalu. Há alguns anos Tuvalu tornou-se o emblema do futuro prometido pelos ambientalistas: o território, que já era pequeno, estava diminuindo graças à subida dos oceanos, e o país "afundaria" até 2100. Desde 2002 os ilhéus contam com um plano de fuga. A Rainha de Tuvalu, Elizabeth II, conseguiu abrigo para os onze mil tuvaluenses depois de debater o tema com a Rainha da Nova Zelândia, Elizabeth II, e com a Grande Chefe de Fiji, Elizabeth II.

O nível dos oceanos aumenta há 18.000 anos, e segundo o Intergovernmental Panel on Climate Changes, órgão ligado à ONU, o derretimento completo da Antártida - onde estão 90% de todo o gelo do mundo - e da Groelândia faria os oceanos subirem pelo menos seis metros. Na Groelândia, bem como na Islândia, a primeira metade do século XX foi mais quente do que a segunda. A maior parte das geleiras islandesas desapareceu na década de 1930, reaparecendo nos anos 1970. Nos últimos 30 anos a Antártida esfriou a uma média de 0,7ºC por década e ganhou massa glacial, em oposição ao que acontecia há 6.000 anos. Os mares antárticos ficam mais tempo congelados hoje do que ficavam há 25 anos.

A temperatura dos oceanos não só não aumentou como, segundo o US National Oceanic and Atmospheric Association, ela diminuiu bruscamente nos últimos dois anos. E em Tuvalu não é registrado nenhum aumento no nível dos oceanos há 48 anos. Pesquisas recentes comprovam que a diminuição do território é conseqüência da erosão resultante da passagem de três ciclones - Gavin, Hina, Keli - que devastaram a região em 1997. Nas Ilhas Maldivas, outro ícone do aquecimento, o mar retrocedeu e os oceanos desceram 30 centímetros nos últimos 30 anos.

Ora, e não são ciclones e furacões mais violentos conseqüência do aquecimento global? Não. A devastação causada pelo furacão Katrina em Nova Orleans, no ano passado, foi motivo de júbilo para ecofascistas de todo o mundo. Era o purgatório de George W. Bush, que sofria os incovenientes de seu próprio desprezo pelas questões ambientais. A mensagem era clara: a natureza estava se vingando. À luz dos fatos, contudo, as coisas ficam diferentes. Não há nenhum estudo que comprove a relação entre aumento de temperatura e intensidade dos fenômenos climáticos. Quando muito, há "sugestões". Na década de 1950 os Estados Unidos foram atingidos por 37 tempestades violentas. Nos anos 1990, apenas 19. Dez furacões de categoria 5 nos anos 1950. Na década de 1990, a metade disso.

Uma palavra - alarmismo. No depoimento de James Hansen à Câmara dos Representates citado anteriormente, o diretor da NASA afirmou que até o final do século XX a temperatura média da Terra aumentaria em 0,3ºC - aumentou em 0,1ºC. Também declarou que os oceanos subiriam muitos metros - na realidade, pouco menos que 30 centímetros. Sir Nicholas Stern, no famigerado relatório, atesta que até 2035 a temperatura da Terra terá aumentado em 2ºC. Alarmante. O que não fica explícito é que não são 2ºC a mais em relação à temperatura atual, mas à que foi precariamente medida em 1750.

Talvez você nunca tenha ouvido falar em Patrick Moore, mas em 1971, junto com outro ambientalistas, ele fundou a primeira grande ONG ecologista: o Greenpeace. Mr Moore abandonou o grupo quinze anos depois, alegando que a entidade estava mais preocupada em combater o capitalismo e a globalização do que em proteger o meio ambiente. "Em meados dos anos 1980 o movimento ambientalista abandonou a lógica e a razão em nome da pieguice e do sensacionalismo".

Para os pacifistas verdes, a divulgação do Relatório Stern é uma excelente oportunidade para "discutir" o crescimento da aviação. Patrick Moore defende a energia nuclear - que não emite dióxido de carbono na atmosfera - e os alimentos geneticamente modificados. Em agosto deste ano ele concedeu uma entrevista à revista Galileu em que afirma que

No momento o Greenpeace tem uma pauta que não ajuda em muita coisa. No campo da mudança climática, eles prevêem um desastre ambiental, em que eu não acredito. É verdade que o clima está aquecendo, e tem estado desde a Pequena Idade do Gelo, há 500 anos. Era mais quente no período medieval, 1.000 anos atrás, do que hoje. Mesmo que sejamos parte da causa do aquecimento, muitos dos impactos serão positivos, especialmente em países mais frios como a Rússia, o Canadá e muitas nações européias. Mas talvez o ponto mais importante seja a necessidade de uma redução de 80% no consumo de combustíveis fósseis para estabilizar os níveis de CO2 na atmosfera. Seria a destruição da civilização como a conhecemos. Assim, é muito menos custoso nos adaptarmos ao aquecimento do que tentar preveni-lo. O Greenpeace não oferece nenhuma solução, só mantém a briga sem nenhum resultado positivo. Concordo que precisamos desenvolver mais energias renováveis, mas eles também são contra represas e uso de árvores como lenha, e 95% de toda a energia renovável disponível no mundo hoje vem dessas fontes, água e madeira.


"O apreço de Patrick Moore pelo Greenpeace é recíproco", explica a revista

"Suas ações são um marketing custeado por empresas que fazem 'lavagem verde'", diz Mariana Paoli, coordenadora da campanha de engenharia genética da ONG, referindo-se a iniciativas que dissimulam danos ambientais. "A Aliança Florestal de Colúmbia Britânica, de que ele faz parte, é patrocinada pela indústria madeireira." Seus argumentos em defesa dos transgênicos também são falhos, afirma. "O problema da desnutrição é a falta de acesso aos alimentos, não a qualidade ou a quantidade do que existe na natureza", diz Paoli.

Em carta enviada ao Estado de S. Paulo e publicada em 18 de novembro, a diretora de comunicação do Greenpeace Brasil, Gladis Éboli, reduz Mr Moore a um "ex-colaborador" que "ao sair da organização, passou a prestar consultoria paga a empresas que fornecem produtos/serviços para a indústria nuclear". A carta diz ainda que "o Greenpeace, ao contrário de Moore, não aceita doações de empresas, governos e partidos políticos".

A tática que o Greenpeace emprega na reação a Patrick Moore tem um pomposo nome latino - argumentum ad hominen - e é comum a muitos dos ecofundamentalistas: ao invés de contestar os argumentos desenrolados pelos céticos, ataca-se os autores desses argumentos - todos, como declara a Royal Society, financiados pela indústria do petróleo e do carvão. É forçoso observar, no entanto, que ainda que se orgulhe de ser independente de "empresas, governos e partidos políticos", o Greenpeace não se acanha por empunhar como verdade absoluta um documento produzido por um Governo, nem por aplaudir o Partido Trabalhista.

A postura do governo Blair, aliás, é encantadoramente elucidativa. Ilustra com primazia a percepção de que é outro verde, que não o das matas, que instiga muitos amantes da natureza. Para o líder do Labour Party, a inércia frente o aquecimento global terá um resultado "literalmente desastroso". Pouco depois, ele declarou a intenção de criar "impostos verdes". Anthony Blair também quer leis que obriguem empresas a ter uma postura ecologicamente correta.

E ele não está só: avança no Congresso Nacional, com apoio declarado do Governo Federal, proposta que cria o Imposto de Renda Ecológico. De acordo com a iniciativa, o cidadão-contribuinte poderá destinar parte de seu imposto de renda para projetos de conservação ambiental. Tanto este governo quanto o passado rejeitaram uma correção na tabela do imposto de renda alegando que não havia os fundos necessários. Um indecoroso abracadabra, e para ONGs carentes de fiscalização a burocracia encontra fundos: os nossos. Tom Delay, diretor executivo da Carbon Trust, vê no Relatório Stern "uma oportunidade muito grande de negócio". Em tempo, a Carbon Trust é uma empresa do Governo britânico. Sem fins lucrativos.

Sir Nicholas também tem um plano messiânico capaz de nos salvar da destruição. Ele não se contenta em apontar o rei nu, mas também oferece-lhe vestes. É um prodígio! O Emplastro Nicholas Stern envolve uma solução altamente burocratizada e centralizada, a um custo que o próprio considera insignificante - 1% do PIB mundial até 2050, ou 450 bilhões de dólares anuais. O que era ofensivo ficou chocante quando o plano foi desmentido pelas Nações Unidas, que estima os custos do combate ao aquecimento global em 5% do PIB mundial - 2,25 trilhões de dólares. E o que já era chocante ficou escandalizador depois da observação feita pelo Visconde Monckton of Brenchley, para quem é no mínimo irresponsável investir tanto para resolver um problema sobre o qual pesam consideráveis dúvidas, quando uma fração desse montante - 75 bilhões de dólares - é suficiente para garantir saneamento básico, saúde e educação a todos os 6,5 bilhões de habitantes da Terra.

Falando nisso, alguém lembra do Protocolo de Kyoto? Este era também um tratado internacional, que exigia a redução dos gases que promovem o efeito estufa. George W. Bush tornou-se a besta fera dos ambientalistas ao rejeitar as medidas, argumentando que elas prejudicavam interesses econômicos americanos. Milhares de árvores vieram abaixo para que a imprensa brasileira, à direita e à esquerda, vendesse a idéia de que o Brasil estava fazendo um bom negócio. A idéia é simples: os países signatários têm de reduzir as emissões de carbono aos índices de 1990, ficando os países em desenvolvimento dispensados dessa meta. Eles podem, no entanto, “vender” suas emissões de carbono a países ricos.

Terminou na semana passada em Nairobi a 12ª Conferência do Clima da ONU. Ganhamos um prêmio, o "Fóssil", concedido ao país que mais criou obstáculos às negociações sobre mudança climática. Somos um dos líderes do movimento que tenta impedir que os países em desenvolvimento também tenham de reduzir suas emissões de carbono. A proposta partiu da própria ONU, que argumentou que esses países estão entre os maiores poluidores do mundo. A partir de 2009 a China tomará dos Estados Unidos o primeiro lugar no ranking dos maiores poluidores. Na última década a Índia aumentou em 50% sua emissão de carbono na atmosfera.

O Brasil ocupa a 5ª posição no ranking, e o desmatamento responde por 75% das nossas emissões de carbono. Na Conferência, o Brasil se opôs à adoção de metas de redução de deflorestamento, considerando a proposta uma "intervenção externa" no modelo de desenvolvimento nacional.

O país também é destaque quando o tema em discussão é o gás metano. Ele é, depois do dióxido de carbono, o maior contribuinte para o incremento do efeito estufa. Responsável por 1/10 de todo o metano emitido no mundo, 29% deles produzido de maneira pouco elegante pelas milhões de vaquinhas que pastam alegres por nossos campos verdejantes. Não há, todavia, motivo para pânico. Organizações internacionais apresentaram ao Governo brasileiro a solução: mudança na dieta dos bovinos, de modo a melhorar a digestão - tudo por algumas centenas de milhões de dólares. E há também soluções nacionais, como a do professor da USP Paulo Machado, para quem o Brasil pode ficar muito bem, obrigado, com apenas 10% do rebanho atual.

O aquecimento global é um tigre de papel. Papel-moeda. Quando ouvir falar em ecologia, vá logo sacando a carteira. Mas não arruíne suas finanças. Um climatologista russo, Khabibullo Abdusamatov, baseado em previsões sobre a radiação solar, acredita que um resfriamento do planeta terá início em 2012, chegando ao fim no início do século XXII. Como não são poucas as vezes na História em que a minoria esteve certa, não é loucura conferir-lhe algum crédito. E quando isso acontecer, vamos precisar do seu dinheiro para combater uma outra ameaça que há de pairar sobre nossas cabeças.

Eu aposto que serão os marcianos.


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Link para a seqüência.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom seu post. No livro do Crichton, Estado de Medo, há um gráfico sobre as temperaturas médias. Destacando-se as temperaturas das décadas de 1940 a 1970, não há como não deixar confusos os ecochatos... Vc podia acrescentar esse gráfico ao post.