Gilles Gomes de Araújo Ferreira

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Aniversário da Rainha Sofía de Espanha

Sofia Margarita Victoria Frederika Scheleswing-Holstein Sondeburg Glucksburg (Σοφία Μαργαρίτα Βικτωρία Φρειδερίκη) é a filha mais velha do Rei Paulo I e da Rainha Frederika, partiu para o exílio quando tropas alemãs invadiram a Grécia, durante a Segunda Guerra Mundial, em 1941. Morou na Cidade do Cabo, em Alexandria, Creta, Londres e Cairo, de onde seu pai enviava mensagens ao povo grego.

Em 1946, a Família Real retornou a Atenas e Sofia, então com oito anos, começou a estudar em escola pública. Com onze, foi para a Alemanha estudar em um internato.

Quando tinha quinze anos conheceu Don Juan Carlos de Borbón, filho mais velho de Don Juan, Conde de Barcelona e de jure Rei de Espanha. Não foi um encontro propriamente romântico. A judoca não gostou quando "Juanito" disse que não havia porquê uma dama praticar o judô. Ela o derrubou.

Foi no casamento do Duque de Kent que Juan Carlos demonstrou interesse na princesa pela primeira vez. Aparentemente pela força do protocolo, Juan Carlos foi escolhido para acompanhá-la durante sua estada em Londres. Depois soube-se que a coincidência fora organizada pela Rainha Frederika e pela Rainha Vitória Eugênia. Um tímido Juan Carlos, para pedi-la em casamento, jogou uma caixinha com um anel no ar e atentou "Sofía". Depois foi tratar com o pai dela. Anos depois, em uma entrevista, ela lembraria do momento: "Eu ainda estou esperando o pedido. Ele me deu um anel e foi só".

O primeiro obstáculo foi o da linguagem. Ele era fluente em francês, espanhol, italiano e português. Ela falava alemão, grego e inglês. O problema foi resolvido quando ela aprendeu o espanhol e ele o inglês, idioma com o qual se falam até hoje.

O segundo obstáculo foi o Generalíssimo. Francisco Franco, em uma ocasião anterior, disse que "de maneira alguma" o futuro Rei de Espanha casar-se-ia com uma princesa grega. Talvez por isso Franco só tenha tomado conhecimento do noivado junto com o resto do mundo, em 13 de setembro de 1961, quando foi anunciado em Lausanne, Suíça. Sofía, no entanto, soube conquistar o ditador. Logo após o primeiro contato, Franco considerou-a "inteligente, agradável e muito culta". Carmen Polo, a esposa do Generalíssimo, contou a uma amiga que a princesa "roubou o coração de Paco".

O terceiro obstáculo era o religioso. Era consenso que a Rainha de Espanha deveria ser católica. Entretanto, como o casamento seria celebrado em Atenas, o Rei Paulo I fez questão de uma cerimônia ortodoxa. Em 14 de maio de 1962 contraíram matrimônio em uma cerimônia dupla - uma católica e uma ortodoxa. Doña Sofía converteu-se ao catolicismo logo depois. Um ano e sete meses depois deu à luz a primeira filha, a Infanta Elena. Depois vieram Doña Cristina e Don Felipe, o Príncipe de Astúrias.

Em 22 de julho de 1969 foram declarados Príncipes de Espanha, e em 22 de novembro de 1975, logo após a morte de Francisco Franco, são proclamados Reis em uma austera cerimônia. Sempre considerou, como confessou a Pilar Urbano, que seu papel é secundário, apenas de apoio ao Rei.

Considerada exemplo de Rainha por especialistas em todo o mundo, herdou da mãe um caráter independente, a disciplina e um estrito auto-controle. Só perdeu o controle de suas emoções no funeral do Conde de Barcelona, em 1993, e na missa em homenagem aos mortos do atentado de 11 de Março em Madrid.

Devotada aos filhos, admirada pela elegância e sensibilidade. Célebre defensora dos animais, detesta as touradas, das quais o Rei é fã. Hoje completa 68 anos, vítima de uma virose que a impediu de acompanhar o marido em viagem ao Uruguai.

Muchísimas felicidades, y que cumpla muchos más, Majestad.

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