Minas Gerais, 02 de julho de 2006
Para o perfeito idiota latino-americano a história "é uma bem-sucedida conspiração dos maus contra os bons". Já alertei anteriormente para a questão da obsessão das esquerdas brasileiras e mundias em relação às teorias conspiratórias. Acredite!, já há gente dizendo que o Brasil perdeu para os franceses ontem por culpa da Nike.
Como boa defensora dos bons, a esquerda se esmera em denunciar tais tramas. Vejam o exemplo da revista CartaCapital, por exemplo: a Rede Globo é claramente pró-Alckmin, uma vez que na exibição da minissérie "JK" colocou como maior aliado do tributado Presidente seu Ministro da Fazenda, de nome José Maria Alckmin. Ora, é um conluio que já dura 60 anos!
Venerado pelas esquerdas de todo o mundo em todos os tempos, Karl Marx entendia que "as idéias de uma época são as idéias das classes dominantes". Imbuídos do Complexo de Super-Homem historiadores passaram a reescrever a história a partir de uma visão, conforme Howard Zinn, "popular". Mr Zinn achava que a História dos Estados Unidos era muito centrada nas elites e desconsiderava a visão dos native-american e african-american da mesma. Daí surgiu A People's History of the United States, sem tradução encontrada. Ah, sim: Mr Zinn é marxista.
À esse movimento deu-se o nome "revisionismo". E toda a história foi então revisada. Cristóvão Colombo descobriu a América? E quanto aos milhões de índios que estavam por aqui antes da chegada do genovês? Aliás, como os milhões de índios foram massacrados, torturados, violentados, escravizados, vendidos, tudo em nome da ganância dos colonizadores pelas riquezas naturais da nossa terra, que persiste até hoje (Abaixo a globalização!), nada mais natural do que alguns escritores compararem Colombo a Hitler!
O Brasil também não foi descoberto, foi "conquistado". Veja só, os rebeldes se rendem ao politicamente correto. Presumível, a colonização é a Idade das Luzes para os nacionalistas à direita e à esquerda. Tento manter o post num tamanho "adequado", falo da colonização em outro post.
O czar dos revisionistas atende pelo nome de Eric Hobsbawn. Corra até o livro escolar mais próximo, com certeza o nome dele aparece na bibliografia. Mr Hobsbawn foi bajulado pela imprensa pindorâmica quando esteve presente à Flip como um dos maiores historiadores da atualidade. "Dada a fragilidade a que se submeteram os sistemas comunistas, apenas uma limitada, e até mesmo nominal, uso de coerção armada era necessária para mantê-los de 1957 até 1989". Ele se refere aos 6.300 tanques e 400.000 soldados que Moscou enviou para sufocar a Primavera de Pragua. Mr Hobsbawn também acredita que 20 milhões de mortos são um número "justificável" se isso significasse a implementação do comunismo. Que certamente mataria muitos milhões mais. Justificadamente.
No Brasil o maior revisionista atende pelo nome de Luís Inácio Lula da Silva. Que ao mesmo tempo é o Presidente da República. E candidado à reeleição. O sr. Luís Inácio acha que a História do Brasil até 2003 resumia-se na elite branca paulista carregada em liteiras pelos negros nordestinos mestiços analfabetos trabalhadores marginalizados pelo sistema neoliberal. Tudo isso à espera de Antônio Conselheiro, que pôs "ordem na casa".
O sr. Luís Inácio, não me canso de repetir, também diz que Napoleão esteve na China. E que na Venezuela há "excesso de democracia", como se fosse possível. Não satisfeito, a Excelência ainda declarou que o Gasoduto Sul-Americano é a maior obra a ser construída no mundo em mais de 2000 anos, vencendo de longe o Eurotunel e o Canal do Panamá.
Incontestável é que o Presidente não é um deslumbrado pela História. Sua visão tacanha tem motivações políticas. Acusação semelhante foi feita em editorial do Diario ABC em relação ao Presidente do Governo José Luis Rodríguez Zapatero. Señor Zapatero declarou oficialmente que o período mais democrático da História da Espanha foi a Segunda República (1931-1939), anterior à Guerra Civil e o Franquismo. Diz o jornal:
O presidente do PSOE, membro da Internacional Socialista, também acredita que a Espanha tem sorte por ter um monarca republicano. O que quer que isso signifique.
A Segunda República Espanhola foi comandada a princípio, veja só!, pelo PSOE. Era a república "unitaria y semisocialista". Reformas de toda a sorte foram implementadas. Dois anos depois a esquerda perdia as eleições para um grupo de centro-direita, que reverteu a maioria das reformas implementadas pelo partidão. No ano seguinte a esquerda organiza um golpe, a Revolución de 1934, sufocada pelas forças militares. Tem início uma série de atentados contra a Igreja Católica espanhola, resultando no assassinato de 6.845 religiosos até o ano de 1939. As esquerdas socialistas e republicanas voltam a se unir na Frente Popular. A divisão do país leva à Guerra Civil Espanhola. Mais de 1 milhão de mortos.
Assim como o governo de Salvador Allende, as Reformas de Base e Leon Trotsky, a República Espanhola teve sucesso porque fracassou. Os socialistas não-marxistas atuais olham para estes períodos com um misto de romantismo e nostalgia enquanto suspiram "Ah, como teria sido!". Cuba, China, URSS, Albânia, Iugoslávia, Romênia etc. podem responder...
Como boa defensora dos bons, a esquerda se esmera em denunciar tais tramas. Vejam o exemplo da revista CartaCapital, por exemplo: a Rede Globo é claramente pró-Alckmin, uma vez que na exibição da minissérie "JK" colocou como maior aliado do tributado Presidente seu Ministro da Fazenda, de nome José Maria Alckmin. Ora, é um conluio que já dura 60 anos!
Venerado pelas esquerdas de todo o mundo em todos os tempos, Karl Marx entendia que "as idéias de uma época são as idéias das classes dominantes". Imbuídos do Complexo de Super-Homem historiadores passaram a reescrever a história a partir de uma visão, conforme Howard Zinn, "popular". Mr Zinn achava que a História dos Estados Unidos era muito centrada nas elites e desconsiderava a visão dos native-american e african-american da mesma. Daí surgiu A People's History of the United States, sem tradução encontrada. Ah, sim: Mr Zinn é marxista.
À esse movimento deu-se o nome "revisionismo". E toda a história foi então revisada. Cristóvão Colombo descobriu a América? E quanto aos milhões de índios que estavam por aqui antes da chegada do genovês? Aliás, como os milhões de índios foram massacrados, torturados, violentados, escravizados, vendidos, tudo em nome da ganância dos colonizadores pelas riquezas naturais da nossa terra, que persiste até hoje (Abaixo a globalização!), nada mais natural do que alguns escritores compararem Colombo a Hitler!
O Brasil também não foi descoberto, foi "conquistado". Veja só, os rebeldes se rendem ao politicamente correto. Presumível, a colonização é a Idade das Luzes para os nacionalistas à direita e à esquerda. Tento manter o post num tamanho "adequado", falo da colonização em outro post.
O czar dos revisionistas atende pelo nome de Eric Hobsbawn. Corra até o livro escolar mais próximo, com certeza o nome dele aparece na bibliografia. Mr Hobsbawn foi bajulado pela imprensa pindorâmica quando esteve presente à Flip como um dos maiores historiadores da atualidade. "Dada a fragilidade a que se submeteram os sistemas comunistas, apenas uma limitada, e até mesmo nominal, uso de coerção armada era necessária para mantê-los de 1957 até 1989". Ele se refere aos 6.300 tanques e 400.000 soldados que Moscou enviou para sufocar a Primavera de Pragua. Mr Hobsbawn também acredita que 20 milhões de mortos são um número "justificável" se isso significasse a implementação do comunismo. Que certamente mataria muitos milhões mais. Justificadamente.
No Brasil o maior revisionista atende pelo nome de Luís Inácio Lula da Silva. Que ao mesmo tempo é o Presidente da República. E candidado à reeleição. O sr. Luís Inácio acha que a História do Brasil até 2003 resumia-se na elite branca paulista carregada em liteiras pelos negros nordestinos mestiços analfabetos trabalhadores marginalizados pelo sistema neoliberal. Tudo isso à espera de Antônio Conselheiro, que pôs "ordem na casa".
O sr. Luís Inácio, não me canso de repetir, também diz que Napoleão esteve na China. E que na Venezuela há "excesso de democracia", como se fosse possível. Não satisfeito, a Excelência ainda declarou que o Gasoduto Sul-Americano é a maior obra a ser construída no mundo em mais de 2000 anos, vencendo de longe o Eurotunel e o Canal do Panamá.
Incontestável é que o Presidente não é um deslumbrado pela História. Sua visão tacanha tem motivações políticas. Acusação semelhante foi feita em editorial do Diario ABC em relação ao Presidente do Governo José Luis Rodríguez Zapatero. Señor Zapatero declarou oficialmente que o período mais democrático da História da Espanha foi a Segunda República (1931-1939), anterior à Guerra Civil e o Franquismo. Diz o jornal:
En materia de memoria histórica, por tanto, lo único que el poder político
debería hacer es... promover el estudio de la historia. Al poder podrán
corresponderle en casos flagrantes -el Holocausto, la esclavización en el pasado
de la población africana, las víctimas del comunismo en la Europa del este o del
apartheid en Suráfrica o del franquismo en España (o del terrorismo del IRA y
ETA)- políticas de reconocimiento y compensación del sufrimiento padecido por
determinados grupos humanos en la historia. Lo que no cabe aceptar es el uso
dirigista del pasado desde el poder, la utilización política de la memoria. La
propaganda la escriben los vencedores; la historia la escriben los
historiadores.
O presidente do PSOE, membro da Internacional Socialista, também acredita que a Espanha tem sorte por ter um monarca republicano. O que quer que isso signifique.
A Segunda República Espanhola foi comandada a princípio, veja só!, pelo PSOE. Era a república "unitaria y semisocialista". Reformas de toda a sorte foram implementadas. Dois anos depois a esquerda perdia as eleições para um grupo de centro-direita, que reverteu a maioria das reformas implementadas pelo partidão. No ano seguinte a esquerda organiza um golpe, a Revolución de 1934, sufocada pelas forças militares. Tem início uma série de atentados contra a Igreja Católica espanhola, resultando no assassinato de 6.845 religiosos até o ano de 1939. As esquerdas socialistas e republicanas voltam a se unir na Frente Popular. A divisão do país leva à Guerra Civil Espanhola. Mais de 1 milhão de mortos.
Assim como o governo de Salvador Allende, as Reformas de Base e Leon Trotsky, a República Espanhola teve sucesso porque fracassou. Os socialistas não-marxistas atuais olham para estes períodos com um misto de romantismo e nostalgia enquanto suspiram "Ah, como teria sido!". Cuba, China, URSS, Albânia, Iugoslávia, Romênia etc. podem responder...
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